Realização: Antonio Luigi Grimaldi
Argumento: Sandro Veronesi e Nanni Moretti
Elenco: Nanni Moretti, Valeria Golino, Alessandro Gassman, Isabella Ferrari e Blu Di Martino
A perda. É quando estamos perante tal sentimento claustrofóbico e sufocante que tudo se passa e tudo muda. Para Nanni Moretti, após a perda, nada se passou senão assistir calmamente à passagem da vida sentado num banco de jardim. Mas ao mesmo tempo, à medida que o tempo passava um novo mundo acaba por se revelar perante si.
Este Caos Calmo não pode ser correctamente afirmado como sendo de Nanni Moretti, mas acabará por indiscutivelmente se inserir na sua filmografia. A adaptação do livro de Sandro Veronesi é sua, a cara e o empenho na personagem também, mas a realização deixou-a a cargo de Antonio Luigi Grimaldi.
Tecnicismos à parte, Caos Calmo é de Nanni Moretti. É nele que se foca a câmara passiva, é a ele que a perda lhe afecta o quotidiano, sem de certa forma a sentir. É uma espécie de catárse espiritual, esta por que passa um homem de negócios que se vê, repentinamente, viúvo e faz da filha e da sua escola, o centro do seu mundo, sem se preocupar muito com o que gira em torno dele. A realização é simples, sem grandes artíficios, com um orçamento claramente baixo, mas que resulta numa obra com grande profundidade, de diálogos inteligentíssimos e que se revela numa faceta bastante humanista e comovente.
Caos Calmo é mais que uma mensagem. É uma história que se debruça sobre um homem que procura a harmonia dentro de si, uma procura pelo seu verdadeiro eu. É claramente um objecto vago, desconfortante e belo. Há qualquer coisa bela nesta dor e perda que se prende em todo o argumento, há alguém que renasce a cada longo dia que passa no jardim. A cada lista que Pietro elabora mentalmente, é cada peça que se junta, é uma recuperação da sua personalidade.
A fotografia é simples, mas estranhamente bonita, assim como a banda sonora que marca claramente toda a película, num espectro bastante comovente. São estas pequenas coisas que fazem de Caos Calmo, um filme raro que nos faz acreditar numa possível recuperação do panorama actual do Cinema.
Este Caos Calmo não pode ser correctamente afirmado como sendo de Nanni Moretti, mas acabará por indiscutivelmente se inserir na sua filmografia. A adaptação do livro de Sandro Veronesi é sua, a cara e o empenho na personagem também, mas a realização deixou-a a cargo de Antonio Luigi Grimaldi.
Tecnicismos à parte, Caos Calmo é de Nanni Moretti. É nele que se foca a câmara passiva, é a ele que a perda lhe afecta o quotidiano, sem de certa forma a sentir. É uma espécie de catárse espiritual, esta por que passa um homem de negócios que se vê, repentinamente, viúvo e faz da filha e da sua escola, o centro do seu mundo, sem se preocupar muito com o que gira em torno dele. A realização é simples, sem grandes artíficios, com um orçamento claramente baixo, mas que resulta numa obra com grande profundidade, de diálogos inteligentíssimos e que se revela numa faceta bastante humanista e comovente.
Caos Calmo é mais que uma mensagem. É uma história que se debruça sobre um homem que procura a harmonia dentro de si, uma procura pelo seu verdadeiro eu. É claramente um objecto vago, desconfortante e belo. Há qualquer coisa bela nesta dor e perda que se prende em todo o argumento, há alguém que renasce a cada longo dia que passa no jardim. A cada lista que Pietro elabora mentalmente, é cada peça que se junta, é uma recuperação da sua personalidade.
A fotografia é simples, mas estranhamente bonita, assim como a banda sonora que marca claramente toda a película, num espectro bastante comovente. São estas pequenas coisas que fazem de Caos Calmo, um filme raro que nos faz acreditar numa possível recuperação do panorama actual do Cinema.
Um filme simples, mas que transporta toda uma complexidade de (des)construção de um homem. Comovente, até atrevo-me a escrever delicioso (apesar da tragédia inicial). Uma grata surpresa.
ResponderEliminarAbraço.
Red Dust,
ResponderEliminarConcordo contigo, inclusive no adjectivo utilizado. É um filme delicioso em toda a sua tragédia. Brilhantemente comovente.