domingo, 21 de junho de 2009

Rudo e Cursi, por Carlos Antunes

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Título original:
Rudo y Cursi
Realização:
Carlos Cuarón
Argumento: Carlos Cuarón
Elenco: Gael García Bernal e Diego Luna

A história de dois irmãos, com todas as suas rivalidades e cumplicidades, é a história mais antiga do mundo.
Juntar-lhe um dos desportos que mais movem as pessoas parece um passo natural e inteligente.

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O resultado, felizmente, atesta-o.
Além da natural química entre Bernal e Luna que ganha o filme , este consegue mover-se com agilidade por um território que, além de ser normalmente dado a simplismo no tratamento do futebol - sobretudo com intenções cómicas -, decididamente se vê numa relação fraternal bastante comum e, por isso, arriscadamente à beira da repetição.

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A farsa com que o filme reflecte a realidade do futebol - à sua escala local que não deixa de ser reflexo da escala mundial - não deixa também de revelar a paixão que sente por ele.
A ascensão meteórica, o vedetismo dos futebolistas ou a loucura com que os adeptos seguem as possibilidades de sucesso que não têm para si mesmos, traduzem um sentido admirativo que não deixa de ser crítico.

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O que une o retrato de futebol é, depois, as tribulações dos dois irmãos, incapazes de viverem com o seu súbito sucesso, incapazes de viverem um com o outro, mas naturalmente incapazes de se repelirem eternamente.
As suas vidas estarão inapelavelmente ligadas, no sucesso e no infortúnio.
É a naturalidade de seguir uma relação que estará sempre à beira da auto-destruição para apenas terminar ainda mais intensa.

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O resultado está, no final de contas, livre de demagogias e carregado de ironia.
Um trabalho salutar num tempo em que as leituras sobre futebol parecem reduzir-se sempre às mesmas noções predefinidas.
E um trabalho que não se reduz ao futebol.



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1 comentário:

  1. Confesso que tenho uma imensa curiosidade relativamente ao filme, os dois actores principais aspiram confiança (nomeadamente o Bernal) e os produtores também!

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