Realização: Gus Van Sant
Argumento: Gus Van Sant e Tom Robbins
Elenco: Uma Thurman, Lorraine Bracco, Keanu Reeves, John Hurt e Rain Phoenix
Até as Vaqueiras Ficam Tristes é o filme menos aplaudido de toda a carreira de Gus Van Sant, mais assente na fronteira entre o cinema pós-beatnik do realizador e o mainstream de Hollywood. Distante da melancolia habitual do realizador, é-nos entregue um registo mais leve e cómico.
Porém tem algumas particularidades: é o primeiro filme do realizador que tem uma protagonista feminina, além de ser o mais road movie dos seus filmes, com um humor negro bastante refinado. Contudo é também o primeiro desastre comercial do realizador, com as críticas mais negativas.
Sim, o filme é talvez o mais fraco da sua filmografia, mas não deve ser descurado por isso. Até as Vaqueiras Ficam Tristes aborda novamente a temática do marginalizado: neste caso uma menina que nasceu com os polegares hiperdesenvolvidos. Longe de ser essa uma dificuldade ou impedimento de ter uma vida melhor, considera-o como uma evolução da espécie. Esses polegares são apenas indicativos que o seu estilo de vida será eternamente em trânsito, tal como a personagem de Mike em A Caminho de Idaho [crítica AQUI].
Uma Thurman surge com pouco mais de 20 anos, numa interpretação bastante firme e divertida, numa vida em constante movimento, sempre on road, sem se prender a ninguém nem nada, permanecendo num fluxo constante onde nem o amor resiste. Até as Vaqueiras Ficam Tristes é sobretudo um elogio daquilo que é efémero, aprofundando-se mais uma vez no revivalismo dos anos 70, com a mesma estrada que serviu de pano de fundo a Drugstore Cowboy (1989) e a My Own Private Idaho (1991).
Contudo temos uma (estranha) presença de vaqueiras lésbicas que, como sinal de revolta e numa tentativa de fazer valer a emancipação da mulher drogam um bando de grous, uma ave típica da região, criando um estado sítio contra o Governo e o Exército. Ou ainda Pat Morita que ressurge após a penumbra do terceiro filme Karate Kid, com uma personagem bastante estranha. Apesar desta estranheza das personagens, Gus Van Sant continua a dar uma importância primordial às personagens, sendo elas o veículo locomotor de todo o filme. No campo da imagética, o cineasta revive o seu habitual conjunto de técnicas, tal como as já habituais nuvens a alta velocidade.
Até as Vaqueiras Ficam Tristes fica penalizado apenas por uma diferença de tom e de ritmo, que se inicia levemente irónico e a dada altura aborrece o espectador com sequências algo enfadonhas. No entanto, é um filme interessante e singular na carreira do cineasta, cujo estilo road movie serve de homenagem a River Phoenix, protagonista de My Own Private Idaho e falecido em 1993.
Porém tem algumas particularidades: é o primeiro filme do realizador que tem uma protagonista feminina, além de ser o mais road movie dos seus filmes, com um humor negro bastante refinado. Contudo é também o primeiro desastre comercial do realizador, com as críticas mais negativas.
Sim, o filme é talvez o mais fraco da sua filmografia, mas não deve ser descurado por isso. Até as Vaqueiras Ficam Tristes aborda novamente a temática do marginalizado: neste caso uma menina que nasceu com os polegares hiperdesenvolvidos. Longe de ser essa uma dificuldade ou impedimento de ter uma vida melhor, considera-o como uma evolução da espécie. Esses polegares são apenas indicativos que o seu estilo de vida será eternamente em trânsito, tal como a personagem de Mike em A Caminho de Idaho [crítica AQUI].
Uma Thurman surge com pouco mais de 20 anos, numa interpretação bastante firme e divertida, numa vida em constante movimento, sempre on road, sem se prender a ninguém nem nada, permanecendo num fluxo constante onde nem o amor resiste. Até as Vaqueiras Ficam Tristes é sobretudo um elogio daquilo que é efémero, aprofundando-se mais uma vez no revivalismo dos anos 70, com a mesma estrada que serviu de pano de fundo a Drugstore Cowboy (1989) e a My Own Private Idaho (1991).
Contudo temos uma (estranha) presença de vaqueiras lésbicas que, como sinal de revolta e numa tentativa de fazer valer a emancipação da mulher drogam um bando de grous, uma ave típica da região, criando um estado sítio contra o Governo e o Exército. Ou ainda Pat Morita que ressurge após a penumbra do terceiro filme Karate Kid, com uma personagem bastante estranha. Apesar desta estranheza das personagens, Gus Van Sant continua a dar uma importância primordial às personagens, sendo elas o veículo locomotor de todo o filme. No campo da imagética, o cineasta revive o seu habitual conjunto de técnicas, tal como as já habituais nuvens a alta velocidade.
Até as Vaqueiras Ficam Tristes fica penalizado apenas por uma diferença de tom e de ritmo, que se inicia levemente irónico e a dada altura aborrece o espectador com sequências algo enfadonhas. No entanto, é um filme interessante e singular na carreira do cineasta, cujo estilo road movie serve de homenagem a River Phoenix, protagonista de My Own Private Idaho e falecido em 1993.
Classificação:
Mais um título que desconheço, mas para já há apenas que dizer: «mas que título!»
ResponderEliminarCumps.
Filipe Assis
CINEROAD – A Estrada do Cinema
Filipe Assis,
ResponderEliminarÉ talvez o seu filme mais fraco, mas é também o mais divertido e talvez não fuja assim tanto à sua linha habitual.
Filipe Assis,
ResponderEliminarÉ talvez o seu filme mais fraco, mas é também o mais divertido e talvez não fuja assim tanto à sua linha habitual.