Título original: Good Will Hunting (1997)
Realização: Gus Van Sant
Argumento: Matt Damon e Ben Affleck
Elenco: Robin Williams, Matt Damon, Ben Affleck, Stellan Skarsgård, Casey Affleck e Minnie Driver
Com O Bom Rebelde, Gus Van Sant recebeu a aceitação universal que há muito esperava. De um estilo indie, com algum experimentalismo à mistura, o cineasta parte para uma obra muito mais mainstream e francamente direccionada às massas. Daí assistiu-se a uma sobrevalorização imensa que valeu nove nomeações aos Óscares, das quais resultaram um Óscar para Melhor Actor Secundário (Robin Williams) e Melhor Argumento Original.
Apesar do estilo mainstream, em O Bom Rebelde o realizador volta a usar a temática da figura marginalizada, não fugindo à sua temática base e claramente ao seu gosto pessoal. É contudo, um filme demasiado comercial, o que penaliza a excelente filmografia do cineasta. O argumento da dupla Matt Damon e Ben Affleck é extremamente banal e embora o afirmem repleto de temas interessantes alusivos à psicologia, parece-me o contrário: uma pretensiosa ascensão a esse nível que não o chega a ser. Mais uma vez com referências ao road movie, onde nos é revelada a evolução das personagens à medida que nos aproximamos do fim, encontramos alguma ambiguidade em toda a trama, o que é o ponto mais positivo do filme.
Felizmente, Will Hunting não é uma personagem claramente linear, o que transporta mais uma vantagem para o filme. Não existe a simples figura do marginal, onde simplesmente por causa do seu passado, acaba por revelar tendências rebeldes. Não existe a tendência poética de revelar simplesmente o puro coração por detrás das acções da personagem. Embora isso esteja lá, não é o foco do filme. Pena que não seja dada mais margem de manobra às personagens, o que culmina com a utilização de demasiados lugares comuns e clichés, de forma a levar o filme directamente às intenções dos argumentistas. Se bem que Matt Damon não tenha um mau desempenho, são Robin Williams e Minnie Driver quem mais brilham.
Os diálogos inteligentes da personagem de Robin Williams e o carisma e emotividade da personagem de Minnie Driver enriquecem bastante todo o filme. Ao primeiro valeu-lhe o Óscar para Melhor Actor Secundário, enquanto que a segunda ficou-se com uma (não menos importante) nomeação para Melhor Actriz Secundária. Pena que o seu estatuto secundário seja por demais evidenciado.
A fotografia do filme, com muitos ocres e dourados, é bastante interessante, tal como a banda sonora de Danny Elfman, apresenta um passo à frente em O Bom Rebelde. Não obstante a qualidade técnica do filme, em Good Will Hunting não nos livramos de uma banalidade disfarçada de argumento pretensiosamente filosófico. Este estilo comercial, não me agrada em nada, o que me faz pensar que estamos perante um dos títulos mais fracos da obra de Gus Van Sant.
Realização: Gus Van Sant
Argumento: Matt Damon e Ben Affleck
Elenco: Robin Williams, Matt Damon, Ben Affleck, Stellan Skarsgård, Casey Affleck e Minnie Driver
Com O Bom Rebelde, Gus Van Sant recebeu a aceitação universal que há muito esperava. De um estilo indie, com algum experimentalismo à mistura, o cineasta parte para uma obra muito mais mainstream e francamente direccionada às massas. Daí assistiu-se a uma sobrevalorização imensa que valeu nove nomeações aos Óscares, das quais resultaram um Óscar para Melhor Actor Secundário (Robin Williams) e Melhor Argumento Original.
Apesar do estilo mainstream, em O Bom Rebelde o realizador volta a usar a temática da figura marginalizada, não fugindo à sua temática base e claramente ao seu gosto pessoal. É contudo, um filme demasiado comercial, o que penaliza a excelente filmografia do cineasta. O argumento da dupla Matt Damon e Ben Affleck é extremamente banal e embora o afirmem repleto de temas interessantes alusivos à psicologia, parece-me o contrário: uma pretensiosa ascensão a esse nível que não o chega a ser. Mais uma vez com referências ao road movie, onde nos é revelada a evolução das personagens à medida que nos aproximamos do fim, encontramos alguma ambiguidade em toda a trama, o que é o ponto mais positivo do filme.
Felizmente, Will Hunting não é uma personagem claramente linear, o que transporta mais uma vantagem para o filme. Não existe a simples figura do marginal, onde simplesmente por causa do seu passado, acaba por revelar tendências rebeldes. Não existe a tendência poética de revelar simplesmente o puro coração por detrás das acções da personagem. Embora isso esteja lá, não é o foco do filme. Pena que não seja dada mais margem de manobra às personagens, o que culmina com a utilização de demasiados lugares comuns e clichés, de forma a levar o filme directamente às intenções dos argumentistas. Se bem que Matt Damon não tenha um mau desempenho, são Robin Williams e Minnie Driver quem mais brilham.
Os diálogos inteligentes da personagem de Robin Williams e o carisma e emotividade da personagem de Minnie Driver enriquecem bastante todo o filme. Ao primeiro valeu-lhe o Óscar para Melhor Actor Secundário, enquanto que a segunda ficou-se com uma (não menos importante) nomeação para Melhor Actriz Secundária. Pena que o seu estatuto secundário seja por demais evidenciado.
A fotografia do filme, com muitos ocres e dourados, é bastante interessante, tal como a banda sonora de Danny Elfman, apresenta um passo à frente em O Bom Rebelde. Não obstante a qualidade técnica do filme, em Good Will Hunting não nos livramos de uma banalidade disfarçada de argumento pretensiosamente filosófico. Este estilo comercial, não me agrada em nada, o que me faz pensar que estamos perante um dos títulos mais fracos da obra de Gus Van Sant.
Classificação:
Gosto bastante do filme. Mais pelo roteiro do que qualquer outra coisa, pra mim é o fator decisivo do longa, apesar de gostar também da direção caprichada de Van Sant e das atuações, toda boas - destaque para Robin Williams. Nem Ben Affleck incomoda nesse aqui.
ResponderEliminarFilme muito bom que praticamente oficializa o flerte de Gus Van Sant pelo cinemão Hollywoodiano.
Estamos de acordo, como sabes. Penso que Van Sant estava na partida da definição do seu estilo, e O Bom Rebelde fora apenas uma experiência que correra mal.
ResponderEliminareu honestamente gostei
ResponderEliminaro argumento é bom(talvez não merecesse o óscar) e o Robin Williams tem uma fabulosa interpretação
4.5*
abraço
Sorry, but I disagree... Apesar de ter gostado bastante de muitos outros filmes do realizador, bastante diferentes deste, acabei de votar neste, no inquérito ao lado. Este filme tem para mim, uma mensagem que pode ser interpretada de diferentes formas, por diferentes pessoas(como frequentemente acontece no cinema...), e devo dizer, que simplesmente adoro o argumento, que considero tudo menos banal... assim como os dilemas do personagem principal. É antes, um filme disfarçado de filme comercial, com muito mais nas entrelinhas. Simplesmente genial. Essencial em qualquer colecção de cinéfilo(assim como o Paranoid Park e o Elephant...)
ResponderEliminarDiego Rodrigues,
ResponderEliminarConcordo quando dizes que nem a interpretação de Ben Affleck incomoda. Quanto ao argumento já expressei a minha opinião sobre ele. :)
Jackson,
Por um lado foi-lhe útil para a aclamação mundial que necessitava, mas a meu ver é uma pequena mancha na sua filmografia.
Jackie Brown,
É bastante sobrevalorizado, mas concordo quanto ao desempenho de Robin Williams.
Eva Gonçalves,
Até ao momento, o melhor para mim é o Milk. Mas ainda não vi o Paranoid Park e o Elephant. Obrigada pela visita e comentário.