Título original: Kika
Realização: Pedro Almodóvar
Argumento: Pedro Almodóvar
Elenco: Verónica Forqué, Peter Coyote, Victoria Abril, Àlex Casanovas e Rossy de Palma
Kika é kitsch, um kitsch cheio de fatos exuberantes como num circo sadomasoquista, cheio de loucura sexualmente explícita e cheio de um humor negro duro e violento.
Kika é tresloucado e sem limites e é isso que o torna bom.
Kika é tresloucado e sem limites e é isso que o torna bom.
Há um actor pornográfico tornado violador que incomoda porque nunca mais acaba aquilo a que veio. Kika diz-lhe "Violação é uma coisa, mas isto está a levar o dia todo!".
Há uma produtora televisiva vestida nos mais bizarros preparos possíveis que procura crimes na sua motorizada para os filmar em directo com a câmara que usa à cabeça. Podia perfeitamente ser um dos membros favoritos da trupe de Ed Wood!
É tudo histérico ao ponto do ridículo, mas nem por isso deixa de ser tão duro como a vida.
O humor negro no ponto certo, a vulgaridade pessoal tornada pública perante a inocência de Kika.
Há uma produtora televisiva vestida nos mais bizarros preparos possíveis que procura crimes na sua motorizada para os filmar em directo com a câmara que usa à cabeça. Podia perfeitamente ser um dos membros favoritos da trupe de Ed Wood!
É tudo histérico ao ponto do ridículo, mas nem por isso deixa de ser tão duro como a vida.
O humor negro no ponto certo, a vulgaridade pessoal tornada pública perante a inocência de Kika.
Subitamente a comédia radical transforma-se num policial acelerado, explosivo e rapidíssimo.
Parece a violenta rebentação do que ficou para trás, preparada para nos enrodilhar e afogar nos acontecimentos. Algo menos do que isso e seríamos injustiçados pelo filme.
O filme só podia erguer-se a tais píncaros, depois de tanta energia que ficara para trás. Abrandar seria destruí-lo.
Com tudo isto, se há filme que Kika me faz lembrar é Faster, Pussycat! Kill! Kill!, até pelo conjunto de mulheres à beira da explosão.
Parece a violenta rebentação do que ficou para trás, preparada para nos enrodilhar e afogar nos acontecimentos. Algo menos do que isso e seríamos injustiçados pelo filme.
O filme só podia erguer-se a tais píncaros, depois de tanta energia que ficara para trás. Abrandar seria destruí-lo.
Com tudo isto, se há filme que Kika me faz lembrar é Faster, Pussycat! Kill! Kill!, até pelo conjunto de mulheres à beira da explosão.
Há um ponto em que Kika arrisca não fazer sentido, em que os saltos de lógica parecem querer dizer que não interessa história completa, antes interessa o efeito de libertação e de energia com que o filme leva tudo à frente.
É um risco grande de que Almodóvar sai vitorioso. A loucura de Kika é, afinal, suficiente para dar sentido à loucura de que acabámos de rir, se a tal estivermos dispostos.
É um risco grande de que Almodóvar sai vitorioso. A loucura de Kika é, afinal, suficiente para dar sentido à loucura de que acabámos de rir, se a tal estivermos dispostos.
Não vi o filme. É um dos poucos que me faltou ver.
ResponderEliminarPelos viste gostaste ;)
P.S. - O que significa "I'm gay" no meio da crítica?
Cumps.
Roberto Simões
CINEROAD - A Estrada do Cinema
Respondendo ao teu PS, parece que uma das imagens descambou nisto...
ResponderEliminarQuanto ao Almodóvar, é 50-50.
Por cada filme bom tem um mau (contas por alto).
Há gajos muito mais interessantes a filmar em Espanha, mas a este calhou a taluda.
Abraço!
Ainda há uns dias falava com dois amigos precisamente deste filme, que levantou alguma polémica na altura... Eu ainda não vi, mas quando vir também não será a tempo desta iniciativa.
ResponderEliminarMas concordo quando o Carlos fala nos 50-50. Pedro Almodóvar é um realizador que tem tanto de bom como de mau.
Ainda não vi ABRAÇOS DESFEITOS, mas creio poder afimar que desde EM CARNE VIVA a carreira e qualidade de Almodóvar sofreu uma reviravolta. Amadureceu e está um grande artista do cinema.
ResponderEliminarRoberto Simões
CINEROAD
Roberto, descordo profundamente.
ResponderEliminarContinua a ser um autor de altos e baixos.
Desde Fala com Ela que o seu cinema não me anima nem me desafia.
Errata: Onde se lês dfescordo deve ler-se discordo, obviamente!
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