quinta-feira, 1 de outubro de 2009

DVD: Nick e Norah - Playlist Infinita, por Tiago Ramos



Título original: Nick and Norah's Infinite Playlist (2008)
Realização: Peter Sollett
Argumento: Lorene Scafaria e Rachel Cohn
Elenco: Michael Cera, Kat Dennings, Aaron Yoo, Rafi Gavron, Ari Graynor e Alexis Dziena

Existe uma linha indecifrável entre o que as distribuidoras portuguesas escolhem estrear nos cinemas ou remeter directamente para DVD. Se uma grande maioria das vezes, enchem a programação das salas de cinema com filmes sem qualidade nenhuma, sem nada de novo a acrescentar ao Cinema e (mais grave ainda do seu ponto de vista) que não garantem boas receitas de bilheteira, porque será que outras vezes remetem filmes bastante razoáveis para uma prateleira de um clube de vídeo?



Não é que Nick e Norah - Playlist Infinita nos tivesse deixado maravilhados. Mas de facto o filme segue uma tendência indie que agrada muitos dos cinéfilos contemporâneos, onde neste caso se faz uma curiosa celebração musical com nomes como Modest Mouse, The Raveonettes, Chris Bell, Bishop Allen, Vampire Weekend, We Are Scientists e até The Cure. Uma banda sonora escolhida a dedo que nos entrega uma versão contemporânea e menos básica do clássico boy meets girl.

Num estilo despretensioso encontramos uma versão honesta da adolescência, numa única noite, mostrando Nova Iorque como a cidade que nunca dorme. Cola-se de certa forma ao sucesso de Juno (2007) e segue o mesmo modelo, até na escolha do grafismo do poster e de algumas cenas do filme. É de certo modo uma revolução da comédia romântico, tendo como ponto assente a ingenuidade. E esse estilo ingénuo e genuíno faz falta no cinema de Hollywood.



Michael Cera repete um pouco o estilo de papel que teve em Juno e é impossível não o colocar a isso. Contudo não está ao seu melhor nível, apresentando uma prestação competente, mas demasiadas vezes em piloto automático o que acaba por não transmitir o olhar genuíno que se pretendia. Por seu lado, a surpresa é Kat Dennings que se revela uma actriz versátil e dinâmica, muito expressiva e humilde. Ou até a original e surpreendentemente divertida Ari Graynor que tem um dos melhores papéis de todo o filme, conseguindo dar a volta aos clichés da sua personagem.

Contudo nem tudo em Nick e Norah - Playlist Infinita é bom. O argumento peca pela demasiada simplicidade com que aborda algumas temáticas e na forma como se arrasta ao longo do filme. Chega a um ponto em que vemos mais do mesmo, dentro do próprio filme, o que cansará com certeza o espectador. Não devemos contudo descurar o seu visionamento. Não sendo o melhor do género, é uma surpresa agradável que deverá ser vista por todos os amantes da música e da noite. Ou até por todos aqueles que apreciam uma bela história de amor.

Classificação:



Extras:

  • Comentários da equipa técnica e do elenco
  • Cenas adicionais
  • Apanhados
  • Documentários
  • Comparações de storyboards
  • Entrevista
  • Galeria de imagens
  • Videoclip musical: "Middle Management" de Bishop Allen
  • Trailers promocionais


Classificação dos Extras:

1 comentário:

  1. Vim revisitar a tua critica a este filme que me deixou marcas, pois nunca mais o esqueci (vi-o em meados de 2010 e fui revendo de longe a longe).
    Estes dias publiquei a minha critica, inferior a esta sem dúvida, que está bastante boa e conseguiste pontuar ao assinalar com mais precisão o valor deste filme, muito mais sucintamente e com valiosas deixas.

    Totalmente de acordo, mas mais especialmente com:
    "É de certo modo uma revolução da comédia romântico, tendo como ponto assente a ingenuidade. E esse estilo ingénuo e genuíno faz falta no cinema de Hollywood."

    "Uma banda sonora escolhida a dedo que nos entrega uma versão contemporânea e menos básica do clássico boy meets girl."

    "Não sendo o melhor do género, é uma surpresa agradável que deverá ser vista por todos os amantes da música e da noite. Ou até por todos aqueles que apreciam uma bela história de amor."

    Já não é a primeira vez que encontro nos teus textos uma visão dos filmes despretenciosa e capaz de corajosamente valorizar certas obras que em geral são ostracisadas por aí, na minha opinião sem razão até.

    http://armpauloferreira.blogspot.com/2011/04/cine-critica-nick-and-norahs-infinite.html

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