Título original: The Informers
Realização: Gregor Jordan
Argumento: Bret Easton Ellis e Nicholas Jarecki
Por um momento dois jovens vistosos sorriem um para o outro no ecrã. Sexo e atracção vagueia no ar entre os dois. A luz, a música, o estilo, tudo nos impele para a beleza daquela cumplicidade.
Então ele é atropelado...
E a beleza, vê-se, é apenas fugaz, um relance exterior e inconsistente de uma série de personagens que estão vazias, desesperadas e conspurcadas.
Então ele é atropelado...
E a beleza, vê-se, é apenas fugaz, um relance exterior e inconsistente de uma série de personagens que estão vazias, desesperadas e conspurcadas.
Estas são as miseráveis criaturas que habitam o mundo. Se não estão ocas, os restantes à sua voltam encaminham-nos para lá.
Todas as poucas emoções que parecem ainda nascer neste mundo poderão não ser mais do que a reacção ao enfado: a emoção como interpretação da vida.
Mas é fácil ver como estas personagens estão como que mortas por dentro.
Todas as poucas emoções que parecem ainda nascer neste mundo poderão não ser mais do que a reacção ao enfado: a emoção como interpretação da vida.
Mas é fácil ver como estas personagens estão como que mortas por dentro.
Não há diferenças entre o topo da cadeia e o fundo da escumalha.
Ou talvez haja, a de que os últimos querem lá chegar enquanto os primeiros tomam a posição como garantida.
Mas lado a lado são os mesmos invólucros vazios, igualmente castigados. Afinal há uma peste a atravessar Los Angeles, ainda sem nome, mas fatal como o destino!
Estas personagens são tão atraentes na sua sordidez, não interessa de onde vêm, são todas horríveis e belas por igual.
Podem ser aspirantes a actores forçados no seio de um negócio de tráfico infantil ou podem ser nados em berços de ouro a desfrutar do sexo por pura complacência.
Podem ser pais amedontrados com a homossexualidade do filho mas dispostos a roubarem-lhe a namorada ou podem ser estrelas rock sem moralidade a quem não permitem sequer conversar com o filho.
A réstea de decência de Jack (Brad Renfro, numa excepcional última interpretação) pode ser apenas a angústia de traumas passados.
A preocupação apaixonada de Graham por Christie pode não ser mais do que o ciúme de quem acredita ter poderes de posse.
Greg Jordan compreendeu estes falsos tormentos e filmou todas as personagens com um tom ciníco, de quem goza o prazer de os deixar chafurdar na sua própria decadência.
Permitiu-lhes apenas a beleza de serem excepcionais na sua rasa existência, com um elenco que não é bom, é verdadeiramente perfeito para as personagens a quem serve.
Ou talvez haja, a de que os últimos querem lá chegar enquanto os primeiros tomam a posição como garantida.
Mas lado a lado são os mesmos invólucros vazios, igualmente castigados. Afinal há uma peste a atravessar Los Angeles, ainda sem nome, mas fatal como o destino!
Estas personagens são tão atraentes na sua sordidez, não interessa de onde vêm, são todas horríveis e belas por igual.
Podem ser aspirantes a actores forçados no seio de um negócio de tráfico infantil ou podem ser nados em berços de ouro a desfrutar do sexo por pura complacência.
Podem ser pais amedontrados com a homossexualidade do filho mas dispostos a roubarem-lhe a namorada ou podem ser estrelas rock sem moralidade a quem não permitem sequer conversar com o filho.
A réstea de decência de Jack (Brad Renfro, numa excepcional última interpretação) pode ser apenas a angústia de traumas passados.
A preocupação apaixonada de Graham por Christie pode não ser mais do que o ciúme de quem acredita ter poderes de posse.
Greg Jordan compreendeu estes falsos tormentos e filmou todas as personagens com um tom ciníco, de quem goza o prazer de os deixar chafurdar na sua própria decadência.
Permitiu-lhes apenas a beleza de serem excepcionais na sua rasa existência, com um elenco que não é bom, é verdadeiramente perfeito para as personagens a quem serve.
Para eles, não vale a pena esperar por qualquer redenção. Ela não existe!
Para estas personagens não há contemplações, estes são os seus destinos, virulentos como elas próprias.
Estas personagens são mãos-cheias de merda envoltas no mais brilhante papel de embrulho.
Depois de abertas não há mais surpresas a encontrar.
As suas vidas terminam ali, onde começa o seu aborrecimento. Afinal, já passou uma semana sobre a morte de um deles, portanto está na altura de seguir em frente!
Não há hipótese alguma para eles, o sorriso há muito se desvaneceu. Acabou-se!
Para estas personagens não há contemplações, estes são os seus destinos, virulentos como elas próprias.
Estas personagens são mãos-cheias de merda envoltas no mais brilhante papel de embrulho.
Depois de abertas não há mais surpresas a encontrar.
As suas vidas terminam ali, onde começa o seu aborrecimento. Afinal, já passou uma semana sobre a morte de um deles, portanto está na altura de seguir em frente!
Não há hipótese alguma para eles, o sorriso há muito se desvaneceu. Acabou-se!
Mas que raio de comentário crítico é este. Alguma vez leu os contos de Bret Easton Ellis? O filme é completamente rídiculo e você da-lhe uma boa nota? Enfim
ResponderEliminarO facto de eu ter ou não lido - e se lhe conforta o ego, li - não interessa minimamente a este texto.
ResponderEliminarNão fiz qualquer comparação, nem sequer referi o nome do autor.
O filme é uma obra que deve ser encarada de forma individual, única.
As comparações com os livros servem quase sempre o propósito de minimizar os méritos de uma adaptação pelos fãs da obra original.
Além disso, não me parece obrigatório ter de ler um livro para apreciar o filme a que deu origem.
Fosse esse o caso e calculo que bem mais de metade dos filmes que viu estariam fora da sua capacidade para os apreciar ou julgar.
Se o filme é ridículo ou não depende da avaliação de cada um.
Já o desprezo com que considera a minha crítica por estar fazer a apologia de um filme que lhe desagrada a si, como fã de Bret Easton Ellis, é sim ridículo.
Não sei se sabe, mas tem a liberdade de não ler esta crítica, bem como qualquer outra que aqui encontre.
Aliás, se é para continuar com uma contribuiçãoi tão pobre, agradeço que se coiba de ler e participar.
Não gostei do filme. O segmento que mais gostei foi o do conflito pai/filho. Os restantes pareceram demasiado vagos e frequentes para merecerem novo filme.
ResponderEliminarTalvez se tivesse lido o livro pudesse compreender melhor.
Não gostei do filme. O segmento que mais gostei foi o do conflito pai/filho. Os restantes pareceram demasiado vagos e frequentes para merecerem novo filme.
ResponderEliminarTalvez se tivesse lido o livro pudesse compreender melhor.