quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Outubro & Lars von Trier: O não-convencional

De Lars von Trier conhecemos-lhe a atitude, a visão arrojada e única do mundo. Nascido no final dos anos 50, numa família de intelectuais dinamarqueses, Lars von Trier passou por uma infância nada convencional, onde a religião e as emoções eram proibidas, mas em que tudo o resto regia-se pelo livre-arbítrio. Essa condição trouxe-lhe a necessidade de marcar a sua opinião nos filmes que faz, numa espécie de ansiedade por controlo.

Lars von Trier é co-autor do manifesto Dogma 95, escrito a meias com Thomas Vinterberg, onde constam regras adeptas de um cinema mais realista e menos comercial, com um enorme cunho técnico e ético. Algumas das regras são usar sempre a câmara ao ombro/mão, não usar truques fotográficos ou filtros, filmar em 35mm, não usar banda sonora ou cenários, não utilizar truques fotográficos ou filtros e o nome do realizador não deve constar nos créditos do filme. Curiosamente, algumas destas regras não foram cumpridas no seu mais recente filme: Antichrist (2009).

Das suas obras mais marcantes constam a Trilogia Europa ou Hipnótica: Forbrydelsens element (1984), Epidemic (1987) e Europa (1991); ou a Trilogia Coração de Ouro: Breaking the Waves (1996), Idioterne (1998) e Dancer in the Dark (2000).

Porém, em 2003, Lars von Trier muda as suas próprias regras e cria o conceito fusão, onde une conceitos da literatura, teatro e cinema. Com Dogville, protagonizado por Nicole Kidman, o cineasta quebra todos os padrões e abdica do cenário, causando uma revolução no Cinema. O filme marca o início da Trilogia EUA - Terra das Oportunidades, seguido por Manderlay (2005). A trilogia ficará completa com Wasington, que o realizador anunciou que começaria a filmar este ano.

Agora, o realizador tem causado nova polémica com Antichrist e até provocou alvoroço no Festival de Cannes deste ano, onde pela primeira vez o Júri Ecuménico contra-indicou um filme. Apelidado como a obra mais chocante do cineasta (e não só), o filme não se coíbe de mostrar cenas de mutilação genital feminina, entre outras.

Aproveite e diga-nos: qual o seu filme favorito de Lars von Trier? Vote já na sondagem na zona lateral direita do blogue!

2 comentários:

  1. Ele já abdicou de alguns desses dogmas noutras obras recentes, não só em ANTICHRIST.

    Um realizador fenomenal.

    Cumps.
    Roberto Simões
    CINEROAD - A Estrada do Cinema

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  2. Roberto F. A. Simões,
    É um realizador muito interessante, inclusive. E é curioso ver que que muitas vezes abdica das próprias regras que cria.

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