Realização: Martin Provost
Argumento: Martin Provost e Marc Abdelnour
Elenco: Yolande Moreau, Ulrich Tukur e Anne Bennent
Ao olhar as imagens de Martin Provost damos de caras com pequenos e maravilhosos quadros, pinturas que ganham vida nos pormenores.
Como naquela paisagem com mulheres que lavam no rio e que, subitamente, passam uma garrafa de vinho e partilham histórias entre si.
Séraphine é quase sempre assim, uma tela rica que nos fixa o olhar.
Talvez o seja pela sensibilidade de Provost ou talvez o seja pela inspiração temática que se reflecte no espectador. Mas a razão interessa menos do que o acto de contemplar.
Como naquela paisagem com mulheres que lavam no rio e que, subitamente, passam uma garrafa de vinho e partilham histórias entre si.
Séraphine é quase sempre assim, uma tela rica que nos fixa o olhar.
Talvez o seja pela sensibilidade de Provost ou talvez o seja pela inspiração temática que se reflecte no espectador. Mas a razão interessa menos do que o acto de contemplar.
Contemplar porque nessa tela está a presença esmagadora e brilhante de Yolande Moreau, capaz de actuar tendo, muitas vezes, como réplica a do espaço em volta, a da natureza.
A sua interpretação depende muitas vezes do silêncio. O seu e o que a rodeia e ela é magnífica nesse registo.
Ela não é um corpo, não é uma actriz, ela é toda uma alma em movimento captada em celulóide.
Ela é uma assombração e uma benção, uma das mais imaculadas interpretações do cinema recente.
Ela não é um corpo, não é uma actriz, ela é toda uma alma em movimento captada em celulóide.
Ela é uma assombração e uma benção, uma das mais imaculadas interpretações do cinema recente.
Yolande é, então, Séraphine, uma mulher simples acossada pelo divino - ou pela sua mente - a pintar.
Ela atinge o extraordinário com o mais simples, revelando que há uma magia quotidiana invisível senão a alguns. Magia capaz de transformar sangue de fígado no mais inesquecível vermelho.
Mas o preço de viver assim, de se sacrificar totalmente pela sua arte, é a própria perdição.
A súbita ilusão, a possibilidade do sucesso, essas são as mais cruéis perspectivas, porque na luta pela sua arte ela sentia-se presa ao mundo.
Quando a sua mente toma todo o controlo, Séraphine está perdida.
Ela atinge o extraordinário com o mais simples, revelando que há uma magia quotidiana invisível senão a alguns. Magia capaz de transformar sangue de fígado no mais inesquecível vermelho.
Mas o preço de viver assim, de se sacrificar totalmente pela sua arte, é a própria perdição.
A súbita ilusão, a possibilidade do sucesso, essas são as mais cruéis perspectivas, porque na luta pela sua arte ela sentia-se presa ao mundo.
Quando a sua mente toma todo o controlo, Séraphine está perdida.
Séraphine é o retrato do que de mais extraordinário e de mais simples existe na vida de um artista.
Mas é também um retrato tão singular que não permite fáceis generalizações.
Séraphine é um espanto e ver o filme é a única forma de realmente perceber até que ponto isso assim é!
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