Realização: Pete Docter e Bob Peterson
Argumento: Pete Docter e Bob Peterson
Elenco de vozes: Edward Asner, Christopher Plummer , Jordan Nagai, Bob Peterson, Delroy Lindo, Jerome Ranft e John Ratzenberger
E se por momentos fosse possível pedir ao tempo para parar e voltarmos a ser crianças? Parece que foi isso que aconteceu a Carl, uma das personagens mais comoventes dos filmes de animação dos últimos anos. Up - Altamente! é precisamente a história de quem se esquece da idade e volta à aventura e à infância despudoramente e sem receios.
E o novo filme da Disney/Pixar tem nos seus primeiros 20 minutos o maior apanágio de todos. Numa bela homenagem ao cinema mudo, vemos passar diante dos nossos olhos a história de um velho que já foi criança, que já sonhou e que já teve ambição e planos para o futuro, mas que agora vê-se na figura deprimida de quem já não tem forças para mais. São uns primeiros minutos belíssimos, mas quase sufocantes e literalmente de fazer o espectador mais frio vir às lágrimas, onde sem pudores se reconstitui toda uma história de vida, onde nem a morte é esquecida. Um início muito adulto que me agradou de facto.
Porém Up - Altamente! tem um grande defeito. Não consegue equilibrar os géneros que se cruzam na mesma tela. Entre um dramatismo exacerbadamente adulto, vemo-nos de repente lançados perante uma comédia por demais pueril ou um registo de aventura muito acelerado. E é precisamente esse desequilíbrio que faz o filme menor do que poderíamos supor. Ora entre um drama que aborda temas como o aborto espontâneo, a velhice e a morte e uma fábula onde cães conduzem aviões, não existe um meio termo que o defina. Esta segunda parte prima pela excentricidade e pelo exagero desnecessário e torna-se na parte que, talvez, conduz o filme de Pete Docter e Bob Peterson a uma certa indefinição.
Contudo, Up conseguiu-me agradar bastante mais que o seu antecessor WALL-E, o que por si só já o torna melhor. Tecnicamente é excelso, com uma grande referência para o realismo das cenas passadas na cidade, com destaque para os edifícios e veículos e inclusive para a edição sonora. As cenas em que Carl vê a sua casa pelos ares, impelida por um enorme conjunto de balões é por demais soberba e detalhada, para ser ignorada. Uma prova da supremacia técnica que a Pixar atingiu e que parece não ver barreiras. Também a imensa paleta de cores deixa-nos estupefactos. E não esqueçamos, claro está, a banda sonora de Michael Giacchino: soberba e adulta, fantasticamente bem incluída em todos os momentos do filme.
Em termos de entretenimento, Up - Altamente! consegue abranger diversos géneros e embora não tenha um humor muito refinado, consegue convencer e garantir algumas boas gargalhadas, mesmo que alguns gags sejam bastante físicos ou infantis. Já a construção das personagens revela-se o melhor do filme com destaque para o velho Carl, que nos remete para o Walt Kowalski de Gran Torino (2008) e o divertido Russel, uma criança com espiríto aventureiro e curioso, que poderá certamente ser reconhecido por algumas crianças, dado ao anúncio dos seus pais pouco presentes.
O 3D de Up - Altamente! não é o melhor dos que já vi e embora claramente subtil e bem concebido, não vale a pena a taxa extra. Não podemos descurar a excelente tradução portuguesa que, com certeza, não ficará a dever em nada à original e que mais uma vez confirma a excelêncie a coerência das equipas portuguesas.
Up - Altamente! torna-se num dos melhores do ano, mas claramente não o melhor. É uma mistura de géneros (drama, comédia, aventura) que a dada altura não se imiscui da melhor forma, porém apresenta uma das mais belas histórias de amor e amizade já apresentadas no Cinema e fará todos nós sonhar e acreditar que a ambição e a esperança nunca morrem.
E o novo filme da Disney/Pixar tem nos seus primeiros 20 minutos o maior apanágio de todos. Numa bela homenagem ao cinema mudo, vemos passar diante dos nossos olhos a história de um velho que já foi criança, que já sonhou e que já teve ambição e planos para o futuro, mas que agora vê-se na figura deprimida de quem já não tem forças para mais. São uns primeiros minutos belíssimos, mas quase sufocantes e literalmente de fazer o espectador mais frio vir às lágrimas, onde sem pudores se reconstitui toda uma história de vida, onde nem a morte é esquecida. Um início muito adulto que me agradou de facto.
Porém Up - Altamente! tem um grande defeito. Não consegue equilibrar os géneros que se cruzam na mesma tela. Entre um dramatismo exacerbadamente adulto, vemo-nos de repente lançados perante uma comédia por demais pueril ou um registo de aventura muito acelerado. E é precisamente esse desequilíbrio que faz o filme menor do que poderíamos supor. Ora entre um drama que aborda temas como o aborto espontâneo, a velhice e a morte e uma fábula onde cães conduzem aviões, não existe um meio termo que o defina. Esta segunda parte prima pela excentricidade e pelo exagero desnecessário e torna-se na parte que, talvez, conduz o filme de Pete Docter e Bob Peterson a uma certa indefinição.
Contudo, Up conseguiu-me agradar bastante mais que o seu antecessor WALL-E, o que por si só já o torna melhor. Tecnicamente é excelso, com uma grande referência para o realismo das cenas passadas na cidade, com destaque para os edifícios e veículos e inclusive para a edição sonora. As cenas em que Carl vê a sua casa pelos ares, impelida por um enorme conjunto de balões é por demais soberba e detalhada, para ser ignorada. Uma prova da supremacia técnica que a Pixar atingiu e que parece não ver barreiras. Também a imensa paleta de cores deixa-nos estupefactos. E não esqueçamos, claro está, a banda sonora de Michael Giacchino: soberba e adulta, fantasticamente bem incluída em todos os momentos do filme.
Em termos de entretenimento, Up - Altamente! consegue abranger diversos géneros e embora não tenha um humor muito refinado, consegue convencer e garantir algumas boas gargalhadas, mesmo que alguns gags sejam bastante físicos ou infantis. Já a construção das personagens revela-se o melhor do filme com destaque para o velho Carl, que nos remete para o Walt Kowalski de Gran Torino (2008) e o divertido Russel, uma criança com espiríto aventureiro e curioso, que poderá certamente ser reconhecido por algumas crianças, dado ao anúncio dos seus pais pouco presentes.
O 3D de Up - Altamente! não é o melhor dos que já vi e embora claramente subtil e bem concebido, não vale a pena a taxa extra. Não podemos descurar a excelente tradução portuguesa que, com certeza, não ficará a dever em nada à original e que mais uma vez confirma a excelêncie a coerência das equipas portuguesas.
Up - Altamente! torna-se num dos melhores do ano, mas claramente não o melhor. É uma mistura de géneros (drama, comédia, aventura) que a dada altura não se imiscui da melhor forma, porém apresenta uma das mais belas histórias de amor e amizade já apresentadas no Cinema e fará todos nós sonhar e acreditar que a ambição e a esperança nunca morrem.
Classificação:
Não gostei especialmente. Quer dizer, dou-lhe as 4*, mas não mais. Em entretenimento de animação fiquei melhor servido este verão com ICE AGE 3.
ResponderEliminarCumps.
Roberto Simões
CINEROAD - A Estrada do Cinema
Roberto F. A. Simões,
ResponderEliminarEu também não gostei particularmente pelas razões de descontinuidade que referi acima, desiludiu-me porque tinha expectativas muito elevadas. Seria um 3.5*, mas como foi a nota que dei a WALL-E e gostei muito mais do Up, inflaccionei a nota para 4*. Quanto a Ice Age 3, o 3D é muito melhor, mas quanto à história não me puxa muito...
Estou com grandes expectativas para este Up. A ver vamos se o irei preferir a Wall-E, para mim, o melhor da Pixar.
ResponderEliminarAbraço, Tiago.
a35mm
ResponderEliminarEu que não me tornei fã de WALL-E, encontrei em Up uma magia diferente. Agora quem considera como seu preferido o antecessor, não me parece que passará a ter opinião contrária.