Título original: New York, I Love You (2009)
Realização: Fatih Akin, Yvan Attal, Shunji Iwai, Wen Jiang, Joshua Marston, Mira Nair, Brett Ratner, Randall Balsmeyer, Shekhar Kapur e Natalie Portman
Elenco: Bradley Cooper, Natalie Portman, Shia LaBeouf, Blake Lively, Ethan Hawke, Orlando Bloom, Christina Ricci, Hayden Christensen, Justin Bartha, Robin Wright Penn e Drea de Matteo
Realização: Fatih Akin, Yvan Attal, Shunji Iwai, Wen Jiang, Joshua Marston, Mira Nair, Brett Ratner, Randall Balsmeyer, Shekhar Kapur e Natalie Portman
Elenco: Bradley Cooper, Natalie Portman, Shia LaBeouf, Blake Lively, Ethan Hawke, Orlando Bloom, Christina Ricci, Hayden Christensen, Justin Bartha, Robin Wright Penn e Drea de Matteo
A ideia era a mesma que deu origem a Paris, je t'aime: uma obra de amor colectivo por uma cidade. Sob o mote do projecto Cities of Love, do produtor Emmanuel Benbihy, New York, I Love You tentou atingir a mesma qualidade que o seu antecessor, mas sem igual sucesso. O problema maior é com certeza a concretização do projecto na sua globalidade, a que falta alguma coesão.
Aos projectos encomendados a estes dez realizadores falta-lhes identidade. Isto porque se o pano de fundo é a cidade de Nova Iorque, o que encontramos é o anonimato de ruas e esquinas, a imensidão de prédios e automóveis, que poderiam existir em qualquer outra cidade do Mundo. Falta-lhe elementos próprios da cidade, falta o brilho da cidade que nunca dorme, falta chegar e dizer que isto sim é Nova Iorque. A falha começa aí, porque nenhum dos realizadores soube manter a lógica unificadora do projecto que começou com Paris, onde cada uma das curtas-metragens era um postal da cidade.
Ainda, dentro das visões distintas de realizadores diferentes entre si, mais ou menos estilizados, o que se esperava era uma maior abrangência de temas, uma abordagem mais diversa ao tema do Amor. Mas o que encontramos em New York, I Love You é a contínua repetição dos velhos encontros e desencontros, o amor por acaso, o inesperado. Longe de serem necessariamente más escolhas são escolhas pouco inspiradas e que fazem questionar a intenção do realizador.
Daqui o que conseguimos tirar de melhor são os interlúdios. Porque são eles que nos fazem reconhecer a cidade - valham-nos ao menos os táxis caracteristicamente nova-iorquinos - e baseiam-se numa temática de montagem interessante e original, divertida e comovente em alguns momentos. São estes pequenos intervalos - que era suposto funcionarem como isso mesmo - que conseguem segurar o filme. Tecnicamente, as curtas-metragens estão bem construídas e fazem-se valer de boas escolhas musicais que conseguem, pelo menos, transmitir ao espectador alguma sensação de romantismo.
Desta grande mistura de realizadores os segmentos que podemos de facto destacar são os de Mira Nair, Shunji Iwai, Yvan Attal e Shekhar Kapur. Muito do restante que vemos é claramente mediano, desinspirado e por vezes, muito abaixo, da média. Já o elenco de estrelas não é suficiente para assegurar o restante, embora possamos destacar Orland Bloom e Christina Ricci, Bradley Cooper, Natalie Portman (como actriz, claro - a curta realizada por si é agradável, mas mediana), Shia LaBeouf (surpreendentemente), Ethan Hawke e Maggie Q.
New York, I Love You desilude porque é um conjunto de curtas-metragens potencialmente interessantes, mas enclausuradas na sua visão própria, fechadas. O que se pedia aqui era uma maior abertura, uma identidade, uma Nova Iorque mágica e plural.
Aos projectos encomendados a estes dez realizadores falta-lhes identidade. Isto porque se o pano de fundo é a cidade de Nova Iorque, o que encontramos é o anonimato de ruas e esquinas, a imensidão de prédios e automóveis, que poderiam existir em qualquer outra cidade do Mundo. Falta-lhe elementos próprios da cidade, falta o brilho da cidade que nunca dorme, falta chegar e dizer que isto sim é Nova Iorque. A falha começa aí, porque nenhum dos realizadores soube manter a lógica unificadora do projecto que começou com Paris, onde cada uma das curtas-metragens era um postal da cidade.
Ainda, dentro das visões distintas de realizadores diferentes entre si, mais ou menos estilizados, o que se esperava era uma maior abrangência de temas, uma abordagem mais diversa ao tema do Amor. Mas o que encontramos em New York, I Love You é a contínua repetição dos velhos encontros e desencontros, o amor por acaso, o inesperado. Longe de serem necessariamente más escolhas são escolhas pouco inspiradas e que fazem questionar a intenção do realizador.
Daqui o que conseguimos tirar de melhor são os interlúdios. Porque são eles que nos fazem reconhecer a cidade - valham-nos ao menos os táxis caracteristicamente nova-iorquinos - e baseiam-se numa temática de montagem interessante e original, divertida e comovente em alguns momentos. São estes pequenos intervalos - que era suposto funcionarem como isso mesmo - que conseguem segurar o filme. Tecnicamente, as curtas-metragens estão bem construídas e fazem-se valer de boas escolhas musicais que conseguem, pelo menos, transmitir ao espectador alguma sensação de romantismo.
Desta grande mistura de realizadores os segmentos que podemos de facto destacar são os de Mira Nair, Shunji Iwai, Yvan Attal e Shekhar Kapur. Muito do restante que vemos é claramente mediano, desinspirado e por vezes, muito abaixo, da média. Já o elenco de estrelas não é suficiente para assegurar o restante, embora possamos destacar Orland Bloom e Christina Ricci, Bradley Cooper, Natalie Portman (como actriz, claro - a curta realizada por si é agradável, mas mediana), Shia LaBeouf (surpreendentemente), Ethan Hawke e Maggie Q.
New York, I Love You desilude porque é um conjunto de curtas-metragens potencialmente interessantes, mas enclausuradas na sua visão própria, fechadas. O que se pedia aqui era uma maior abertura, uma identidade, uma Nova Iorque mágica e plural.
Classificação:
Ah, este filme é um delicioso panorama das casualidades sentimentais e passionalidades do ser humano. Adoro e muito! abs
ResponderEliminarDesiludiu-me bastante.Paris, Je T'Aime é muito superior.
ResponderEliminarÉ um dos filmes de 2009 que preciso assistir ainda. Costumo adorar este tipo de obra, ainda que seja sempre irregular.
ResponderEliminarSim, mesmo assim não digo que seja uma antologia a desconsiderar. Mas mesmo Paris, Je T'Aime que era irregular não era tão mediano quanto este.
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