Realização: Niels Arden Oplev
Argumento: Nikolaj Arcel e Rasmus Heisterberg
Elenco de vozes: Michael Nyqvist e Noomi Rapace
Não fosse este um thriller extremamente negro e pesado, o adjectivo que poderíamos usar para o descrever era “refrescante”. Isto porque o primeiro capítulo da adaptação cinematográfica da trilogia de Stieg Larrson quebra com os clichés do típico policial norte-americano e revela uma obra extremamente profunda a todos níveis.
O resultado está à vista. O trabalho do dinamarquês Niels Arden Oplev é mais que competente, especialmente pela crueza e violência com que aborda uma complexa intriga. Millennium 1 – Os Homens que Odeiam as Mulheres expõe da forma mais natural e intensa possível aquilo que a indústria de Hollywood habitualmente tenta ocultar: a violência doméstica, a violação, a subserviência imposta ao sexo feminino. Ousado e forte, gélido e intenso, temos aqui um filme que nos agarra ao ecrã do início ao fim. Para quem não leu a obra que lhe deu nome, o filme não é de todo previsível. Consegue criar e manter o suspense e o mistério de início ao fim e mesmo o espectador mais atento terá dificuldades em adivinhar o final.
O argumento de Nikolaj Arcel e Rasmus Heisterberg está bastante bem escrito, com um elevado nível de profundidade, não só no que diz respeito à trama policial que dá o mote ao mesmo, mas também na equilibrada composição das personagens, a nível psicológico. Essa intrincada complexidade nota-se no relacionamento das personagens Mikael Blomkvist e Lisbeth Salander. Uma relação cheia de pormenores subtis, discreta, mas intensa, uma mistura de amizade e grande desejo físico.
São os actores que desempenham essas personagens que engrandecem o resultado final do filme. A começar por Michael Nyqvist, um actor conhecido e querido do público sueco, que consegue uma prestação estável, numa composição racional e cerebral. Já Noomi Rapace é a grande revelação do ano de 2009 e a estrela maior do filme. Ao início, não foi a preferida nos castings para a personagem de Lisbeth Salander - dizia o realizador que era feminina demais. Mas a transformação física da personagem e especialmente a nível psicológico, revela uma composição quase perfeita a todos os níveis. Uma actriz com uma carreira genial pela frente, caso surja a oportunidade certa. De facto, esta será certamente uma plataforma excelente para tal.
Millennium 1 – Os Homens que Odeiam as Mulheres é uma das maiores surpresas de 2009 e confirma a vitalidade do cinema europeu – e mais especificamente do sueco. Actual, intenso, negro, frio e fechado. Espectacular.
O resultado está à vista. O trabalho do dinamarquês Niels Arden Oplev é mais que competente, especialmente pela crueza e violência com que aborda uma complexa intriga. Millennium 1 – Os Homens que Odeiam as Mulheres expõe da forma mais natural e intensa possível aquilo que a indústria de Hollywood habitualmente tenta ocultar: a violência doméstica, a violação, a subserviência imposta ao sexo feminino. Ousado e forte, gélido e intenso, temos aqui um filme que nos agarra ao ecrã do início ao fim. Para quem não leu a obra que lhe deu nome, o filme não é de todo previsível. Consegue criar e manter o suspense e o mistério de início ao fim e mesmo o espectador mais atento terá dificuldades em adivinhar o final.
O argumento de Nikolaj Arcel e Rasmus Heisterberg está bastante bem escrito, com um elevado nível de profundidade, não só no que diz respeito à trama policial que dá o mote ao mesmo, mas também na equilibrada composição das personagens, a nível psicológico. Essa intrincada complexidade nota-se no relacionamento das personagens Mikael Blomkvist e Lisbeth Salander. Uma relação cheia de pormenores subtis, discreta, mas intensa, uma mistura de amizade e grande desejo físico.
São os actores que desempenham essas personagens que engrandecem o resultado final do filme. A começar por Michael Nyqvist, um actor conhecido e querido do público sueco, que consegue uma prestação estável, numa composição racional e cerebral. Já Noomi Rapace é a grande revelação do ano de 2009 e a estrela maior do filme. Ao início, não foi a preferida nos castings para a personagem de Lisbeth Salander - dizia o realizador que era feminina demais. Mas a transformação física da personagem e especialmente a nível psicológico, revela uma composição quase perfeita a todos os níveis. Uma actriz com uma carreira genial pela frente, caso surja a oportunidade certa. De facto, esta será certamente uma plataforma excelente para tal.
Millennium 1 – Os Homens que Odeiam as Mulheres é uma das maiores surpresas de 2009 e confirma a vitalidade do cinema europeu – e mais especificamente do sueco. Actual, intenso, negro, frio e fechado. Espectacular.
Totalmente de acordo!
ResponderEliminarÉ um filme brilhante, que surpreende constantemente e que sabe esconder toda a complexidade desta história, que como bem sabemos, é uma trilogia com contornos até bastante macabros. O segundo filme, acabado de estrear, é igualmente potente.
Depois do "Let The Right One In", e agora com esta trilogia "Millennium", temos de admitir que a Suécia tem bom cinema (e grande nível cultural).
Já vi este o ano passado, mas queria publicar primeiro esta crítica antes da segunda. Eu já vi o Millennium 2 e sinceramente achei extremamente fraco. Tem cenas de acção patéticas e o argumento está mal adaptado. Mas sim, a Suécia começa a surpreender!
ResponderEliminarTambém o vi este fim-de-semana!
ResponderEliminarO que tenho a dizer de Millennium, além de concordar com a tua crítica, é que Millennium veio quebrar estereótipos!
Uma curiosidade que desconhecia acerca do casting!
Abraço
Cinema as my World
Não, eu já o vi o ano passado, mas esta era uma das muitas críticas que estavam pendentes. Achei que a devia publicar antes da crítica ao segundo tomo da trilogia (mais fraca).
ResponderEliminarOi Thiago o segundo e o terceiro filmes da trilogia, não são do mesmo diretor. Eu assisti o primeiro e o segundo, e o filme de Niels Arden Oplev é bem superior, na construção dos personagens e da trama, como fotografia e direção de arte. Também achei o segundo com umas câmeras forçadas e sem a mesma intensidade e pungência do primeiro filme, bem mais ousado nas imagens que cria, a personagem lisbeth com seu cabelo curto e batom negro, uma figura marcante e impactante, é retratada como uma foragida de peruca loira que sabe que está sendo perseguida através de um folder na rua e da televisão. Uma pena terem mudado de diretor, até perdi a vontade de ver o terceiro.
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