Realização: Gabe Ibáñez
Argumento: Javier Gullón
Elenco: Elena Anaya, Hugo Arbues e Jon Ariño
Inserido na secção Semana dos Realizadores, Hierro era das produções cinematográficas a concurso no Fantasporto 2010, cujas expectativas estavam mais elevadas para mim. Fruto da vaga do emergente cinema espanhol e vencedor em Sitges International Fantastic Film Festival, na categoria de Melhor Actriz, Hierro é uma das produções mais faladas em 2009 no país vizinho.
O visual evidente nos créditos iniciais do filme revela de imediato que Hierro é uma das mais ousadas produções espanholas do ano. Mascarado de um thriller assustador, na verdade, mergulha no drama familiar, de uma mãe que perde o filho de férias na ilha que dá nome ao filme, com uma atmosfera intensa e perturbadora, que acaba por entrar no domínio do fantástico e dos sonhos. Mas acima de tudo assistimos e conseguimos sentir o luto e o pesar de uma mãe que perdeu o filho. Assistimos a uma força visceral, em meio a um enorme conflito interno, que passa por um processo de obsessão e loucura, perfeitamente bem recriado.
Hierro é seguramente um dos filmes mais poderosos exibidos em Portugal este ano, mas dificilmente – e se chegar ao circuito comercial português – vai ser um filme com grande adesão do público. Apesar do seu visual avassalador, o argumento peca na sua fase final pela elevada previsibilidade e pela fraca originalidade em utilizar a opção de choques repentinos para surpreender o espectador. Acabando também por ser excessivamente frio para as grandes massas de espectadores de cinema.
Mas a grande parte do trabalho que eleva Hierro a um estatuto competente é, sem sombra de dúvidas, o trabalho de Elena Anaya (Savage Grace). A sua composição é subtilmente invulgar, criando uma personagem totalmente diferente da dos seus filmes anteriores e leva-nos a sentir o medo e a loucura. A sua personagem é o elo principal de toda a história. Outra das grandes personagens do filme é aquela que dá nome ao filme: a ilha de Hierro, nas Caraíbas. A sua paisagem negra, vulcânica e desolada aumenta a tensão e o clima claustrofóbico que se vive ao longo do filme.
A nível técnico, o filme prima pelo excelente trabalho fotográfico de Alejandro Martínez, seguramente um dos melhores do ano até ao momento. Ou ainda pela banda sonora a cargo de Zacarías M. de la Riva ou os efeitos especiais subtis de Pau Costa e Raúl Romanillos. Uma equipa excelente que se junta ao trabalho de Gabe Ibáñez.
No final, o filme peca por subestimar o espectador e ver-se forçado a explicar demasiado aquilo que todos já tinham percebido. Mas no fim de contas, Hierro não deixa de ser um filme poderoso e assustador a nível psicológico. O cinema espanhol está vivo e recomenda-se.
O visual evidente nos créditos iniciais do filme revela de imediato que Hierro é uma das mais ousadas produções espanholas do ano. Mascarado de um thriller assustador, na verdade, mergulha no drama familiar, de uma mãe que perde o filho de férias na ilha que dá nome ao filme, com uma atmosfera intensa e perturbadora, que acaba por entrar no domínio do fantástico e dos sonhos. Mas acima de tudo assistimos e conseguimos sentir o luto e o pesar de uma mãe que perdeu o filho. Assistimos a uma força visceral, em meio a um enorme conflito interno, que passa por um processo de obsessão e loucura, perfeitamente bem recriado.
Hierro é seguramente um dos filmes mais poderosos exibidos em Portugal este ano, mas dificilmente – e se chegar ao circuito comercial português – vai ser um filme com grande adesão do público. Apesar do seu visual avassalador, o argumento peca na sua fase final pela elevada previsibilidade e pela fraca originalidade em utilizar a opção de choques repentinos para surpreender o espectador. Acabando também por ser excessivamente frio para as grandes massas de espectadores de cinema.
Mas a grande parte do trabalho que eleva Hierro a um estatuto competente é, sem sombra de dúvidas, o trabalho de Elena Anaya (Savage Grace). A sua composição é subtilmente invulgar, criando uma personagem totalmente diferente da dos seus filmes anteriores e leva-nos a sentir o medo e a loucura. A sua personagem é o elo principal de toda a história. Outra das grandes personagens do filme é aquela que dá nome ao filme: a ilha de Hierro, nas Caraíbas. A sua paisagem negra, vulcânica e desolada aumenta a tensão e o clima claustrofóbico que se vive ao longo do filme.
A nível técnico, o filme prima pelo excelente trabalho fotográfico de Alejandro Martínez, seguramente um dos melhores do ano até ao momento. Ou ainda pela banda sonora a cargo de Zacarías M. de la Riva ou os efeitos especiais subtis de Pau Costa e Raúl Romanillos. Uma equipa excelente que se junta ao trabalho de Gabe Ibáñez.
No final, o filme peca por subestimar o espectador e ver-se forçado a explicar demasiado aquilo que todos já tinham percebido. Mas no fim de contas, Hierro não deixa de ser um filme poderoso e assustador a nível psicológico. O cinema espanhol está vivo e recomenda-se.
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