Título original: The Time That Remains
Realização: Elia Suleiman
Argumento: Elia Suleiman
No tempo que permanece, parece tudo permanecer para os palestinianos.
Afinal de contas, os episódios da sua história sucedem-se mas as diferenças entre eles esbatem-se.
O quotidiano palestiniano prolonga-se com um povo que se mantém imóvel mesmo à deriva.
Um povo com um quotidiano estagnado mas sem um lugar onde esse quotidiano pertença.
O tempo deste povo parece já ter passado, vivendo agora num tempo irreal, uma eternidade de repetição, enquanto esperam por um tempo que estará para vir.
Afinal de contas, os episódios da sua história sucedem-se mas as diferenças entre eles esbatem-se.
O quotidiano palestiniano prolonga-se com um povo que se mantém imóvel mesmo à deriva.
Um povo com um quotidiano estagnado mas sem um lugar onde esse quotidiano pertença.
O tempo deste povo parece já ter passado, vivendo agora num tempo irreal, uma eternidade de repetição, enquanto esperam por um tempo que estará para vir.
O tempo passa, as pessoas mudam, mas a realidade repete-se, como um gag a que o destino condena um povo.
Só que o gag só se vê com um olhar distante, abrangente. Aqueles que estão no seu interior apenas parecem estar à espera, com uma tristeza contida.
Misto de melancolia e contentamento, de expectativa e falta de possibilidades.
A haver uma expectativa para este povo, ela está enterrada sob impossibilidades e desapontamentos.
Só que o gag só se vê com um olhar distante, abrangente. Aqueles que estão no seu interior apenas parecem estar à espera, com uma tristeza contida.
Misto de melancolia e contentamento, de expectativa e falta de possibilidades.
A haver uma expectativa para este povo, ela está enterrada sob impossibilidades e desapontamentos.
Afinal de contas, Elia Suleiman é um herdeiro de Buster Keaton, com a seriedade de quem olha o mundo sem fascínio, mas com uma enorme melancolia. Como se o mundo não guardasse nada senão um tempo e um espaço onde os palestinianos não podem chegar a existir em plenitude.
A comédia não é concretização dele, é o resultado do olhar concentrado com que atravessa as situações mais absurdas, tristes ao ponto de exigir o riso que alivia a pressão, mas que está guardado para quem permanece de fora já que ele é incapaz de o executar.
A comédia não é concretização dele, é o resultado do olhar concentrado com que atravessa as situações mais absurdas, tristes ao ponto de exigir o riso que alivia a pressão, mas que está guardado para quem permanece de fora já que ele é incapaz de o executar.
O povo permanece em expectativa, silencioso, rendendo-se à aceitação. E dessa forma, o que deveria causar agitação nestas pessoas torna-se num acto de apática normalidade.
Esse é o burlesco desta comédia, a irrealidade olhada sem reacção, a tristeza da terrível situação que este povo vive a servir o nosso riso.
Assim Elia Suleiman continua a olhar a sua realidade com um olhar único e fascinante. Os seus filmes pertencem à pátria do Cinema!
Esse é o burlesco desta comédia, a irrealidade olhada sem reacção, a tristeza da terrível situação que este povo vive a servir o nosso riso.
Assim Elia Suleiman continua a olhar a sua realidade com um olhar único e fascinante. Os seus filmes pertencem à pátria do Cinema!
Sem comentários:
Enviar um comentário