terça-feira, 1 de junho de 2010

City Island - Segredos à Medida, por Carlos Antunes


Título original: City Island

Como uma Opereta montada e jogada pelo destino mais cómico e insensato, assim é City Island que até termina numa cena de grupo, sentida e chorada no meio da rua.
Tragédia familiar que a todos os outros se parece com a comédia do absurdo que todas as relações familiares geram.
Segredos e confusões, pequenos nadas que só têm importância na mente daqueles que os guardam dos restantes.
Quando tudo termina parece tudo uma piada que se desfaz em perdões e risos, uma reconciliação fácil mas que precisou primeiro que rebentassem tudo pelas costuras, quando bastava falar, abrir-se.



Mas se o diálogo fosse fácil, se a expressão das emoções fosse fácil, não haveria tanto espaço para a arte, para o cinema.
Daí que este pequeno retrato cómico da família Rizzo tenha tanto sucesso com o público, porque joga com todos os problemas reais das famílias ao ponto do exagero, desarmando os traumas que cada família tem tendência para arrastar ao longo da vida.
Não é uma família que se julgue, é uma família pela qual criamos um sentimento de protecção, pela qual criamos expectativas de sucesso perante tão consecutivos desenganos mútuos.



City Island é um filme onde se nota uma paixão dos intervenientes pelo pequenos universo de caos cómico criado.
O conjunto de actores está em uníssona sintonia - como uma verdadeira família - para um filme que nos desperta carinho na miríade de sentimentos que teima em surgir de forma alegre.
Os actores são os modernos buffos, caricatos mas empáticos, caricatos mas dignos. Apenas com eles e por eles é que este filme resulta - e bem! - apesar de um ou outro aspecto mal gerido.



2 comentários:

  1. Esse filme me surpreendeu, gostei bastante. Elenco, roteiro, tudo afiado. [****]

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  2. É através da química dos actores que este filme resulta!

    Abraço
    Cinema as my World

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