Título original: Wendy and Lucy
Realização: Kelly Reichardt
Argumento: Jonathan Raymond
Eis o retrato de uma América que parece esquecida pelo Cinema e pela consciência popular.
Uma América onde se entra pela porta dos fundos, de um sentimento genuinamente folk, da solidão de quem vive de partida com a casa às costas mas também da solidariedade genuína e desapegada.
Uma América onde se entra pela porta dos fundos, de um sentimento genuinamente folk, da solidão de quem vive de partida com a casa às costas mas também da solidariedade genuína e desapegada.
Numa América assim é tão importante a companhia de uma cadela que se justifica travar todo o percurso delineado para a recuperar. Algo que, pelo contrário, um carro incapaz de avançar não justifica.
Uma América onde, mais do que isso, se justifica o sacrifício da nossa comodidade pelo bem de uma cadela que representa mais humanidade do que aquela que é possível encontrar.
Uma América onde, mais do que isso, se justifica o sacrifício da nossa comodidade pelo bem de uma cadela que representa mais humanidade do que aquela que é possível encontrar.
Mas, no fim de contas, esta é a América à qual se exigem maiores sacrifícios, uma América fascinante mas que continuará a ser a da "porta dos fundos" e da solidão desenraizada.
Uma América que ainda guarda medos primordiais e momentos de esperança, uma América onde tudo se radicaliza mas onde não se escapa a uma perda final.
Uma América que ainda guarda medos primordiais e momentos de esperança, uma América onde tudo se radicaliza mas onde não se escapa a uma perda final.
É isto que Michelle Williams encarna com uma notável representação de contenção externa da sua dúvida interior.
Ela que, apesar da nomeação ao Oscar, continua a ser uma das melhores das ignoradas actrizes.
Apoiada no olhar persistente e lançado à redescoberta de Kelly Reichardt, gera um olhar único neste momento no interior do cinema americano.
Ela que, apesar da nomeação ao Oscar, continua a ser uma das melhores das ignoradas actrizes.
Apoiada no olhar persistente e lançado à redescoberta de Kelly Reichardt, gera um olhar único neste momento no interior do cinema americano.
Gostei da crítica, parabéns. Por acaso já ando com curiosidade para ver este filme há bastante tempo.
ResponderEliminarAinda estou à espera deste filme chegar aqui. Quero muito ver!
ResponderEliminarTambém tenho curiosidade!
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