sábado, 10 de julho de 2010

Life on Mars (Temporada 1), por Carlos Antunes


A versão americana de Life On Mars poderá parecer desnecessária a quem viu as duas temporadas originais feitas do lado de cá do Atlântico, mas é preciso reconhecer que, se passarmos por cima desse precedente, a série tem os seus méritos.
Desde logo porque consegue retransformar uma série com uma grande componente entre a Metafísica e a Psicologia numa série de entretenimento e com um apelo de thriller e ficção científica.


A série cultiva a variedade de géneros. Obviamente, o policial à Hill Street Blues, feito no estilo muito próprio do que foram - ou, pelo menos, o que julgamos que foram pela memória popular do cinema e da televisão - os anos 70 do século passado.
A mescla do mistério paranormal e de ficção científico, jogado como uma versão suave de X-Files nem sempre é perfeita, mas mantém o pano de fundo das questão mais urgentes sobre a situação do protagonista.
E, no final, salpica tudo isto com bastante humor que faz muita da diferença na série.


Humor que parte, desde logo, da colocação de Harvey Keitel numa versão paternal de algumas das suas personagens clássicas. No fundo, o seu mau feitio tem um fundo adorável, e a oposição ao que dele esperaríamos torna o gozo de o ver a fazer tal papel ainda maior
Aliás, o casting é, em geral, muito bom. Sabendo que se trata da segunda escolha depois de o piloto se ter revelado um desastre, não se percebe bem porque não escolheram logo este conjunto de actores, entrosado, com clara química e ainda mais talento.


Mais um pormenor importante, que muito contribui para atrair o espectador, é a excelente banda sonora.
A série tem, portanto, méritos e merece que conhece o original lhe dê uma oportunidade. E quem não conhecia Life On Mars, pode começar por aqui e depois seguir para descobrir também a versão inglesa.




Sem comentários:

Enviar um comentário