Título original: Despicable Me
Realização: Pierre Coffin e Chris Renaud
Argumento: Ken Daurio e Sergio Pablos
Dois vilões atrás do mesmo prémio, cada um deles inventando armas estapafúrdias – uma delas dispara lulas e outra, por culpa da surdez do seu inventor, dispara peidos (fart) em vez de dardos (dart) – faziam-me esperar uma versão de Spy vs Spy, Wile E. Coyote e Road Runner ou The Itchy & Scratchy Show.
Com a violência moderada, mas com a demência divertida e salutar a todo o gás.
Entram em cena três rapariguinhas que Gru adopta como parte de mais um plano e logo o filme se transforma em algo adocicado, uma rendição da maldade à simpatia das miúdas.
Aí perde-se o filme porque já se sabe o que vai acontecer, sobretudo a partir do momento em que nos anunciam que o roubo da lua tem um prazo quando, entretanto, Gru já tem um bilhete para o recital de dança…
Os melhores momentos do filme ficam no início, quando ainda não há obrigação de seguir o previsível guião até ao seu fim.
O início inesperado, cheio de energia e de gags distintos, decai para a lamechice cada vez menos inspirada.
Steve Carell bem faz por elevar o filme com uma excelente prestação vocal, paródica de outros “vilões” mas não menos inspirada, mas não consegue sustentar o interesse num filme que se enche de cores atractivas mas não tem uma alma própria.
Há uma certa forma de censura nesta formatação da animação para o público infanto-juvenil. Formatação a uma pose socialmente correcta onde nada pode escapar à transformação, a integrar-se no lado correcto da vida.
Aos vilões deveria ser permitido serem vilões, uma vez que fosse.
Aos vilões deveria ser permitido serem vilões, uma vez que fosse.
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