Título original: La prima cosa bella
Realização: Paolo Virzì
Argumento: Paolo Virzì , Francesco Bruni e Francesco Piccolo
Elenco: Valerio Mastandrea, Micaela Ramazzotti e Stefania Sandrelli
Eis um filme de memórias, um filme que se lembra e que nos lembra de outra década e de outro cinema.
Memórias de uma Itália que já sabíamos ser cinematográfica e de um cinema que já não sabíamos se ainda se fazia (por lá).
Uma Itália de 1970 de mulheres que foram mães mas continuam a encher de beleza a sua terreola e que preenchem o cinema de Dino Risi.
Memórias de uma Itália que já sabíamos ser cinematográfica e de um cinema que já não sabíamos se ainda se fazia (por lá).
Uma Itália de 1970 de mulheres que foram mães mas continuam a encher de beleza a sua terreola e que preenchem o cinema de Dino Risi.
Nessa década, vista de permeio com o tempo presente, há uma Micaela Ramazzotti que é melodramática por si só, dividida entre os filhos e uma paixão - ora por um homem, ora pelo cinema, ora pela própria vida.
Exuberante como bela Mãe Italiana, que no cinema foi sempre extraordinária, e que por isso acreditamos que deve ser modelada por uma imensa quantidade delas que existem na vida real e que, mais cedo ou mais tarde, acabam por ver os seus filhos usar o cinema como sessões de psicanálise para a sua infância.
Exuberante como bela Mãe Italiana, que no cinema foi sempre extraordinária, e que por isso acreditamos que deve ser modelada por uma imensa quantidade delas que existem na vida real e que, mais cedo ou mais tarde, acabam por ver os seus filhos usar o cinema como sessões de psicanálise para a sua infância.
Mas um cinema de memórias sofre um esgotamento, de vermos o que já sabíamos antes.
O filme ousa quando passa por 2010, quando se foca nos filhos dessa mulher tão falhada quanto era bela.
As suas conquistas, concretizadas ou platónicas, só têm comparação nos problemas que legou ao seu filho.
Ele, sociopata e misantropo, um neurótico sentimental apesar de tudo. Queria ter sido o homem da casa mas só recupera a mãe no fim da vida dela.
Porque a infância só é feliz a posteriori, quando já é memória como a própria fotografia do filme é bela quando retrocede.
O filme ousa quando passa por 2010, quando se foca nos filhos dessa mulher tão falhada quanto era bela.
As suas conquistas, concretizadas ou platónicas, só têm comparação nos problemas que legou ao seu filho.
Ele, sociopata e misantropo, um neurótico sentimental apesar de tudo. Queria ter sido o homem da casa mas só recupera a mãe no fim da vida dela.
Porque a infância só é feliz a posteriori, quando já é memória como a própria fotografia do filme é bela quando retrocede.
Entre o passdo e o presente, o esquema do filme é bem doseado e resulta.
Mas do presente vem o calmo jogo dialogante, muito inspirado, entre Valerio Mastandrea e Claudia Pandolfi, os actores que representam os filhos já adultos da mulher que outrora conquistou o olhar de todos.
A memória só chega até um certo ponto, depois é uma realidade a acontecer em frente aos nossos olhos que nos conquista.
Por aí, por nos puxar ao passado da nossa relação com o cinema italiano e lançar-nos depois em frente é que La Prima Cosa Bella resulta tão bem.
Mas do presente vem o calmo jogo dialogante, muito inspirado, entre Valerio Mastandrea e Claudia Pandolfi, os actores que representam os filhos já adultos da mulher que outrora conquistou o olhar de todos.
A memória só chega até um certo ponto, depois é uma realidade a acontecer em frente aos nossos olhos que nos conquista.
Por aí, por nos puxar ao passado da nossa relação com o cinema italiano e lançar-nos depois em frente é que La Prima Cosa Bella resulta tão bem.
Gostei muito desse filme! Mais do que esperava.
ResponderEliminarAinda tenho de ver!
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