quinta-feira, 12 de maio de 2011

Cannes 2011: Dia 1

O mundo está de olhos postos na Riviera Francesa. Começou hoje o mais importante evento cinematográfico mundial e com ele um rol de estrelas a desfilar na passadeira vermelha para gáudio da imprensa internacional, muito marketing e publicidade nas ruas e, o mais importante de tudo, filmes bastante aguardados. O cineasta italiano Bernardo Bertolucci inaugurou a 64.ª edição do Festival de Cannes ao receber a Palma de Ouro pela sua carreira. E não obstante a quantidade de figuras icónicas do cinema que abrilhantaram o Grand Palais, tais como o presidente do júri Robert De Niro ou integrantes desse núcleo como Uma Thurman, Jude Law ou Olivier Assayas, entre outros, a noite foi de Woody Allen que mais uma vez não se apresenta em competição, mas chega com a tarefa de abrir o festival.



Ao contrário do que se poderia supor, o seu mais recente filme, Midnight in Paris, não é apenas o postal de Paris que se imagina, à imagem das suas últimas incursões pela Europa. A reacção foi praticamente unânime, está encontrado aqui «um dos melhores filmes do cineasta dos últimos anos» e que este marca um «regresso do cineasta às suas melhores comédias». Com um piscar de olhos ao charme e magia dos anos 20, Woody Allen cria um «filme inventivo, imaginativo e encantador». O elenco tem sido considerado o par perfeito para o espírito do filme que «é a comédia romântica que desejávamos a que Hollywood aspirasse». Embora não esteja lado a lado com os clássicos do realizador, está encontrado aqui um filme acima da média a que nos tem habituado nos últimos anos.

Por outro lado, outro dos filmes que gerou grande buzz pela internet não criou um consenso tão elevado entre a crítica. Longa-metragem debutante de Julia Leigh, Sleeping Beauty é acusado por alguns de ter um argumento sem sentido e de certa forma insípido, mas ao mesmo tempo divididos entre a estranheza e a admiração por algo tão assombroso quanto gélido. Os aplausos no final da sua exibição foram bastante tímidos especialmente pela forma como filme simultaneamente «seduz e repele». No entanto todos acabam por destacar o cuidado na realização detalhada, com cenas «frustrantemente belas», "meticulosas e ainda assim vivas», sem medo de serem filmadas em plena luz forte do dia e uma fotografia de Geoffrey Simpson que sempre funciona no momento certo. Também Emily Browning acaba por ser amplamente elogiada «não simplesmente pela sua coragem, mas porque está soberba aqui». A crítica considera que Julia Leigh tem visão e é uma cineasta a seguir, mas para muitos é difícil perdoar a falta de objectivo na história que conta.

2 comentários:

  1. "...«um dos melhores filmes do cineasta dos últimos anos»...". Gostei muuuuito de ler isso! Tomara mesmo!

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