quarta-feira, 18 de maio de 2011

Gravity Was Everywhere Back Then, por Carlos Antunes


Título original: Gravity Was Everywhere Back Then
Realização: Brent Green
Argumento: Brent Green e Michael McGinley
Elenco: Donna Kozloskie e Michael McGinley

O que Gravity Was Everywhere Back Then tem de essencial a dizer, fá-lo ainda antes do filme começar realmente. Está na introdução a única verdade da história.
A beleza e a ilusão que chocam e resultam num caos que transforma a construção de uma casa ao sabor da imaginação - nenhuma divisão está em sintonia com as restantes, cada uma vive por si mesma. Casa que Leonard constrói para curar a sua mulher May e como acto de amor, supõe-se.
O filme decide, a partir disso, contar a história de amor de Leonard e May, imaginando uma paixão muito efusiva e imaginativa.
A história de amor vai servindo a uma voz narradora que ora se torna infantil e cheia de fascínio, ora se enraivece contra um Deus que não vem ao caso.
As suas mudanças são injustificadas e perturbadoras para a história que quando chega a uma parte verdadeiramente interessante já está a aproximar-se do final.
Seria nesse acabamento da história que valia a pena investir. A construção da casa como fuga dele e agastamento para ela. Ou o acto de amor como prova dura de superar.
O egoísmo cego que o levou a inventar máquinas de cura qando ela queria o acolhimento de um lar é o motivo certo para contar uma grande história de amor, capaz de sobreviver apesar de todos os males.
Aquele lirismo adolescente que surge esgota-se mais depressa do que a técnica stop-motion da realidade que Bent Green aplica às suas filmagens.
Se estava lá a beleza estranha da casa e a magia breve da técnica cinematográfica, valia a pena contar uma história mais ácida que fizesse sobressair a perene estranheza da realidade.



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