domingo, 5 de junho de 2011

Jantar de Idiotas, por Carlos Antunes



Título original: Dinner for Schmucks
Realização: Jay Roach
Argumento: David Guion e Michael Handelman
Elenco: Steve Carell, Paul Rudd, Zach Galifianakis e Stephanie Szostak
Editora: ZON Lusomundo

A aparição de Steve Carell neste filme traz-nos logo à memória Jerry Lewis e algumas das suas personagens mais emblemáticas (de As Noites Loucas do Dr. Jerryll e Jerry no Grande Hotel).
Cultiva-se aqui a comédia do exagero, do comportamento absurdo inconsciente.
Valoriza-se o humor da composição das personagens, daquelas que poderiam ser recorrentes em longas metragens dos mais variados temas.
Com isto, ainda que seja o remake de um filme francês, Dinner for Schmucks consegue ser uma comédia americana típica.
Não só evoca a tradição como se aproxima dos novos caminhos do género, explorando personagens a solo que poderiam ficar na lembrança da cultura popular mas que são, também, daqueles modelos agora recorrentes de uma masculinidade inadaptada e desconfortável na sua relação mútua.
Falo em masculinidade porque, como não poderia deixar de ser, é em torno da amizade que se estranha que o filme funciona e na qual Paul Rudd tem de ceder à tocante bizarria da existência de Steve Carell.
Paul Rudd é um comediante pouco valorizado, mas ele é o rebate com qualidade de protagonista e a seriedade possível ao exagero de Carell. É dele boa parte da eficácia das piadas do filme pela sua reacção feita de incredulidade.
Já Carell tem uma composição brilhante que vence as dos restantes pelo tempo que tem a mais. Mas tal como gostaria de ver a sua personagem retornar ao grande ecrã, também queria que acontecesse o mesmo com as de Zach Galifianakis (um enorme grau de espanto por quanto é crédulo de si mesmo) ou Lucy Punch (submete-se com classe às mais desconfortáveis situações).
Cada idiota merecia o seu próprio filme e assim se vê como é rica esta comédia.






Extras
Os maiores idiotas do mundo é o elogio da qualidade dos comediantes escolhidos, do maior ao menor papel. Mais meritório do que possa parecer por esse resumo, tem ainda o benefício de ter David Walliams a continuar a ser o comediante brilhante em vez de dar uma entrevista séria.
Ao longo dos Schmuck Ups e das Cenas Eliminadas podemos ver exemplos da improvisação dos actores e de algum excelente humor que, infelizmente, teve de ficar de fora pois a cada cena só podia funcionar uma piada.


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