sexta-feira, 5 de agosto de 2011

A Melhor Despedida de Solteira, por Tiago Ramos


Título original: Bridesmaids (2011)
Realização: Paul Feig
Argumento: Kristen Wiig e Annie Mumolo
Encontrar originalidade numa comédia não é fácil, também devido à saturação com que o mercado cinematográfico inunda semanalmente os cartazes cinematográficos de filmes do género, especialmente durante a silly season. Judd Apatow é conhecido por nos últimos anos ter uma espécie de toque de Midas para o género – com maior ou menor desvio – tendo ficado conhecido por filmes como The 40 Year Old Virgin (2005), Knocked Up (2007) ou Pineapple Express (2008), quer seja como produtor, realizador ou argumentista.

Bridesmaids que recentemente chegou às salas de cinema nacionais é um dos melhores produtos do género dos últimos anos. Não que seja especialmente refrescante no seu argumento ou particularmente diferente de filmes com histórias semelhantes, mas pela facilidade com que faz o espectador libertar algumas gargalhadas. Identificado por alguns como uma versão feminina de The Hangover (2009), a verdade é que Bridesmaids lhe fica a anos-luz. Este não necessita de recorrer frequentemente ao humor de sarjeta ou brejeiro para divertir o espectador – tirando uma outra ocasião mais ou menos apelativa dependendo do olhar de quem assiste – já que o conjunto de gags são tão surpreendentes e hilariantes que nos desarmam rapidamente. Existem gags de um humor absolutamente hilariante que só por si valeriam como sketchs individuais de um programa de comédia.

Este trabalho é especialmente devido ao argumento co-escrito por Annie Mumolo e Kristen Wiig. Especialmente esta última que carrega também grande parte do protagonismo do filme e que se tem demarcado nos últimos anos como uma nova sensação da comédia norte-americana, especialmente devido ao conjunto de personagens que interpreta em Saturday Night Live. Passando rapidamente da delicadeza ao absoluto non sense, a forma como esta constrói a sua personagem é absolutamente brilhante e hilariante, pelas expressões absolutamente impagáveis e grande expressão corporal, que apenas intensificam esta grande experiência de humor. Não temos problemas em admitir que, a continuar assim, Kristen Wiig rapidamente se juntará ao panteão de figuras femininas do humor norte-americano onde já constam nomes como Tina Fey, Amy Poehler ou Sarah Silverman. Mas também o restante elenco feminino está igualmente bem, com especial destaque para Maya Rudolph (Away We Go), uma surpreendente e renovada Rose Byrne (Adam) e a talentosa e multifacetada Melissa McCarthy (que tantos anos depois vê o seu talento reconhecido este ano com uma nomeação para o Emmy de Melhor Actriz em Comédia por Mike & Molly).

É verdade que nem sempre o filme consegue manter esta fasquia assim tão elevada, dada a sua longa duração para um filme do género e também uma inevitável história de romance que quebra parte do ritmo a que já nos habituara. Porém é seguramente uma das melhores comédias norte-americanas (com o seu típico humor) que vemos nos últimos anos. A ver e rever dada a sua genialidade, pela versão feminina do bromance de Judd Apatow, mas também pelo seu coração e esplendor de Kristen Wiig.



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