domingo, 11 de setembro de 2011

Festival de Veneza 2011: Dias 8, 9 e 10


Agora que já foram anunciados os galardões do Festival de Veneza 2011, continuamos porém com a cobertura do mesmo. Ao oitavo dia, Abel Ferrara apresenta o seu 4:44 Last Day on Earth, um drama sci-fi apocalíptico que segue o que aconteceria caso as pessoas soubessem que o mundo ia acabar em determinada data. Um filme bem mais pacífico do que aparentaria ser dada a sua temática. A crítica indicou que apesar da ideia em potencial, o que Abel Ferrara «tem para oferecer são delírios ideológicos e lições de moral baratas», sendo este «um filme de tamanha fragilidade produtiva investido de tanto poder fundador».


No mesmo dia, o italiano Quando la notte, de Cristina Comencini, começa por ser um drama romântico-familiar, mas apesar da bela fotografia, é acusado de ser «demasiado dramático e clichê». Também o filme português Cisne, de Teresa Villaverde, estreia na secção Orizzonti, sendo que o maior elogio feito ao filme tem sido a maravilhosa «sinergia entre Teresa Villaverde e Beatriz Batarda», especialmente vindo de uma realizadora que sempre trabalhou bem com actrizes e personagens femininas. Contudo, diz-se que nunca antes a associação realizadora/actriz foi tão forte como em Cisne, mas que infelizmente o filme «perde-se nas histórias secundárias».



Ao nono dia, Killer Joe e William Friedkin surpreendem a crítica. Do realizador de The Exorcist ou The French Connection chegou uma obra que se tornou rapidamente um dos filmes favoritos do festival dado o seu carácter de «puro entretenimento», «um virtuoso e divertido exercício de comédia negra ao jeito de uma 'soap texana'».


Também foi exibido L'ultimo terrestre, de Gian Alfonso Pacinotti, um filme que «usa os seus elementos de ficção-científica para explorar as pessoas e o seu medo da diversidade e do desconhecido» e que recebeu grandes aplausos no final da sua exibição.


Faust - o filme que viria depois a ganhar o Leão de Ouro - marca o regresso do russo Aleksandr Sokurov completando a sua tetralogia sobre grandes figuras do poder, numa obra considerada como um «'pastelão' de quase três horas», mas ao mesmo tempo um «poderoso e fascinante trabalho de arte», e «tecnicamente perfeito».


Ao décimo dia, o cineasta de Hong Kong, Johnnie To, apresenta Life Without Principle, um dos últimos filmes a serem adicionados à selecção do festival. O filme assenta no instável mundo financeiro, como «uma crónica de uma espantosa actualidade temática», com uma realização «versátil» e «uma espantosa atenção à realidade que o rodeia». A desilusão veio de Ami Canaan Mann, filha de Michael Mann. O seu Texas Killing Fields é considerado «demasiado académico para criar mistério e tensão».

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