Na sua 12.ª edição, a Festa do Cinema Francês regressa este ano com um visual renovado, várias extensões nacionais, antestreias nacionais (alguns dos filmes não estrearam sequer ainda em França) e dezenas de convidados.
A mostra de cinema francês iniciar-se-á em Lisboa (06 a 16 de Outubro), tendo depois diversas extensões nacionais: Almada (12 a 16 de Outubro), Porto (19 a 23 de Outubro), Guimarães (19 a 23 de Outubro), Faro (22 a 30 de Outubro) e Coimbra (02 a 08 de Novembro). Já a nível de convidados, o festival conta com nomes de peso: Mia Hansen-Løve, Dominik Moll, Radu Mihaileanu, Maria de Medeiros, Frédéric Sojcher, Pascal Rabaté, Philippe Le Guay, Mahamat-Saleh Haroun, Sophie Quinton, Gérald Hustache-Mathieu, Katell Quillévéré, Christian Rouaud, António da Cunha Telles, Christine Laurent, Laure de Clermont-Tonnerre e Martine de Clermont-Tonnerre.
Esta edição irá homenagear a actriz francesa Anouk Aimée, que estará presentes em Lisboa de 07 a 09 de Outubro e terá 16 filmes a serem exibidos durante o mês na Cinemateca Portuguesa. Já a actriz Carole Bouquet será a madrinha deste ano presenteando-nos com a escolha de cinco filmes que marcaram a sua carreira. Este ano será também exibida em antestreia a cópia restaurada de Le voyage dans la lune (1902), de Georges Méliès, com banda sonora dos Air.
Apresentamos de seguida alguns dos nossos destaques para a 12.ª Festa do Cinema Francês:
Filme-sensação no Festival de Cannes 2011 e um que mais hype tem criado ao longo dos meses, apontado desde já como um dos principais candidatos aos Óscares 2012. O filme abrirá o festival, sendo desde já conhecido como um crowd pleaser. The Artist é um filme mudo, filmado a preto e branco, mas inteligente, repleto de humor e emocionante. Jean Dujardin venceu a Palma de Ouro para Melhor Actor em Cannes 2011, por este filme.
Des vrais mensonges (2010), de Pierre Salvadori
Comédia dramática protagonizada por Audrey Tautou (Amélie), no papel de uma cabeleireira que recebe uma bonita (mas anónima) carta de amor. Quando a vai deitar fora, percebe que esta carta é uma forma de ajudar a mãe (Nathalie Baye) deprimida desde que o marido a abandonou.
Le moine (2011), de Dominik Moll
Vincent Cassel (Black Swan) interpreta o papel de um monge capuchinho que dirige um convento espanhol em meados do século XVII. Abandonado à nascença nesse convento e educado pelos monges, pensa estar a salvo das tentações, mas um noviço misterioso vai começar a instalar a dúvida.
Le dernier vol (2009), de Karim Dridi
Quando em 1933, um aviador tenta bater um record na ligação de Londres à Cidade do Cabo e acaba por perder-se no deserto do Sahara, a sua companheira Marie (Marion Cotillard) - também aviadora - decide procurá-lo deserto adentro. Ao aterrar junto a uma companhia militar francesa que enfrenta uma rebelião tuaregue desencadeia um conflito entre o capitão Vincent (Guillaume Marquet) e o tenente Antoine (Guillaume Canet).
HH, Hitler à Hollywood (2010), de Frédéric Sojcher
Homenagem a Micheline Presle que nos anos 30 filmou com um outro jovem realizador (entretanto desaparecido) um filme de nome "Je ne vous aime pas" cujo rasto se perdeu. Protagonizado por Maria de Medeiros acabamos por entrar num road movie pela busca de um outro filme desconhecido, "Hitler à Hollywood", que podia ter mudado a história do cinema como a conhecemos.
Ni à vendre, ni à louer (2010), de Pascal Rabaté
O famoso autor de BD acaba por criar um retrato burlesco de uma França Pitoresca, homenageando o clássico de Jacques Tati, Les vacances de Monsieur Hulot (1953). A história é protagonizada por Jacques Gamblin, Maria de Medeiros e François Damiens. Pascal Rabaté ganhou o Prémio de Melhor Realizador por este filme no Festival de Cinema de Karlovy Vary 2011.
Un homme qui crie (2010), de Mahamat-Saleh Haroun
Vencedor do Prémio do Júri no Festival de Cannes 2010, Un homme qui crie retrata África de uma forma lúcida, com Youssouf Djaoro no papel de um campeão de natação que, agora com mais de 60 anos, é responsável pela piscina de um hotel de luxo no Chade.
Un amour de jeunesse (2011), de Mia Hansen-Løve
O ano passado estreou em Portugal a segunda longa-metragem de Mia Hansen-Løve (Le père de mes enfants), mas todos os trabalhos da realizadora já estrearam na Festa do Cinema Francês. O filme retrata o eterno primeiro amor quando, aos quinze anos, se apaixona por Sullivan, um rapaz quatro anos mais velho que sonha ir para a América do Sul. Quando ele parte, o seu mundo desaba e acaba por perder o contacto com ele. Mais tarde, já casada, acaba por reencontrar-se com o seu primeiro amor.
Incendies (2010), de Denis Villeneuve
Do Canadá chega Incendies, nomeado para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2011, um retrato cruel de uma jornada de dois gémeos pelo Médio Oriente a fim de descobrir a sua trágica história familiar e completar o último desejo da sua mãe.
Et maintenant, on va où? (2011), de Nadine Labaki
Depois de Caramel (2007), Nadine Labaki tem iniciado um percurso extraordinário. Estreado no Festival de Cannes 2011 com críticas muito positivas (de onde acabou por levar apenas uma Menção Honrosa do Júri Ecuménico), o filme acabou por surpreender no Festival de Toronto 2011 onde levou o Prémio do Público, distinção que normalmente se reflecte em nomeações para os Óscares. Entretanto no Festival de San Sebastián, o filme venceu também o Prémio do Público como Melhor Filme Europeu. O filme retrata um grupo de mulheres libanesas que tentam aliviar as tensões religiosas entre cristãos e muçulmanos na sua aldeia. Candidato do Líbano ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro, é provável que consiga a nomeação.
Impardonnables (2011), de André Téchiné
André Téchiné regressa ao cinema com Impardonnables, que competiu na secção Quinzena dos Realizadores no Festival de Cannes 2011. O filme centra-se num escritor que procura um sítio inspirador para iniciar o seu próximo romance e acaba por parar em Veneza, na ilha de Santo Erasmo. Protagonizado por André Dussollier.
La source des femmes (2011), de Radu Mihaileanu
Depois de Le concert (2009) que foi nomeado para o Globo de Ouro 2011 de Melhor Filme Estrangeiro e venceu o Prémio do Público na 11.ª edição da Festa do Cinema Francês, o romeno Radu Mihaileanu apresenta La source des femmes. O filme estreou no Festival de Cannes 2011 e retrata a condição das mulheres no mundo árabe, numa fábula divertida que celebra a liberdade.
Filme de animação que se foca em Dino, um gato que se divide entre duas vidas paralelas. O filme esteve presente em diversos festivais internacionais (Sarajevo, Hong Kong, Berlim) e foi inclusive nomeado para um prémio César como Melhor Filme de Animação.
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