Título original: Hell (2011)
Realização: Tim Fehlbaum
Argumento: Tim Fehlbaum, Oliver Kahl e Thomas Woebke
Na onda dos filmes com temática pós-apocalíptica (onde se inserem filmes relativamente recentes como The Road, 9, Terminator: Salvation ou The Book of Eli) há espaço para uma produção alemã longe do espectro dos grandes estúdios. Embora co-produzido por Roland Emmerich, Hell destaca-se precisamente pelo oposto do que caracterizou o produtor/realizador: a ausência de grandes efeitos visuais.
O hell do título não é o inferno a que estamos habituados, mas senão mais que a palavra alemã para brilho. Brilho esse que caracteriza grande parte da direcção de fotografia de Markus Förderer e que serve para ambientar a narrativa num não muito longínquo 2016, onde o planeta foi afectado por uma tempestade solar. Embora sem grande contextualização do que aconteceu, o filme prima por conseguir manter o ambiente credível e consistente mais não seja pelos cenários desolados, áridos e brilhantes. Iniciado como um drama sci-fi, a dada altura o argumento do filme caminha para os terrenos do survival horror movie, criando um típico jogo do gato e do rato entre vítima e predador. Não que isto seja negativo, até porque o argumento, mesmo sendo bastante simples, consegue manter-se intenso e interessante do início ao fim, fazendo por vezes recordar filmes como Deliverance (1972) ou Mad Max (1979)
Com um elenco competente, de onde se destaca as alemãs Hannah Herzsprung (The Reader) e Angela Winkler (Benny's Video), estes apenas falham por vezes em conseguir-nos transmitir a ideia de desidratação, estando as personagens em determinadas alturas, demasiado enérgicas para quem enfrenta uma calamidade do género. Mas de uma forma geral toda a produção consegue recriar o ambiente, tensão e suspense necessários também com recurso a planos tremidos e edição rápida, além da já referida fotografia. Um filme interessante e competente no seu objectivo, uma boa alternativa às grandes produções de Hollywood.
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