Awake é a nova série do canal norte-americano NBC. Apesar de ter estreado apenas na semana passada, já deu origem a uma pequena, mas forte base de fãs interessada em discutir as suas teorias e previsões, assim como excelentes comentários por parte da crítica televisiva. Com o conceito base de um homem que vive dividido entre duas realidades, a causa deste furor é fácil de compreender quando visto o primeiro episódio.
Tudo começa com um acidente. Michael Britten (Jason Isaacs) viajava com a sua mulher Hannah (Laura Allen) e o filho Rex (Dylan Minnette). Quando acorda, sofre com a mulher a perda do filho nesse mesmo acidente. Quando acorda novamente, vive com o filho em sofrimento pela perda da sua mulher. De cada vez que fecha os olhos e adormece, Michael acorda na outra realidade, como se continuasse a viver tanto com a mulher como com o filho. Mas esta não é a única diferença entre os dois mundos em que vive: apesar de ser um investigador policial, trabalha com parceiros diferentes na investigação de casos completamente independentes (será?) e recebe apoio psiquiátrico para lidar com o acidente de dois psicólogos bastante diferentes, mas ambos convictos de que o outro mundo é um sonho.
O episódio piloto faz um excelente trabalho em apresentar a premissa da série e envolver o espectador. Desde o início, o trabalho de distinção das realidades é facilitado pelos filtros de cor aplicados e alguns acessórios ou marcas visíveis no personagem. No mundo da mulher, retratado em tons alaranjados, Michael usa uma pulseira vermelha. Já no mundo do filho, apresentado em tons frios e azulados, a sua pulseira é verde. O próprio personagem se baseia nestas pulseiras e outros pormenores para saber em que mundo está, criando uma ligação directa entre as suas crenças e as do espectador. A série não perde tempo em jogar com estas mesmas regras e crenças para "puxar o tapete" a ambos na altura certa.
O episódio piloto faz um excelente trabalho em apresentar a premissa da série e envolver o espectador. Desde o início, o trabalho de distinção das realidades é facilitado pelos filtros de cor aplicados e alguns acessórios ou marcas visíveis no personagem. No mundo da mulher, retratado em tons alaranjados, Michael usa uma pulseira vermelha. Já no mundo do filho, apresentado em tons frios e azulados, a sua pulseira é verde. O próprio personagem se baseia nestas pulseiras e outros pormenores para saber em que mundo está, criando uma ligação directa entre as suas crenças e as do espectador. A série não perde tempo em jogar com estas mesmas regras e crenças para "puxar o tapete" a ambos na altura certa.
Os personagens centrais, no entanto, acabam por ser os dois psicólogos, Dr. John Lee (B. D. Wong) na realidade vermelha e Dr. Judith Evans (Cherry Jones) na verde. Nenhum deles admite a possibilidade da outra realidade existir mesmo, defendendo que tudo não passa de um sonho, algo fabricado pela sua mente. À medida que vão analisando a situação de Michael, começam a trocar argumentos entre si por intermédio do paciente, tentando assim provar que o outro não existe. Para eles, tudo tem uma explicação e não passa de uma forma de Michael tentar compensar pela sua perda emocional, incluindo os casos que o paciente investiga na realidade alternativa. O facto do paciente não ter qualquer memória da sua vida antes do acidente é um artifício fácil para a narrativa, mas um ponto chave de todo o mistério – o espectador sabe sempre tanto quanto o personagem principal.
No meio de tudo isto, é fácil esquecer que esta é "mais uma" série de investigação criminal. Duas realidades, dois parceiros, dois crimes completamente distintos que ocorrem em paralelo. E se, afinal, os crimes estiverem relacionados? O conhecimento obtido na realidade vermelha permite que Michael avance na investigação do caso da realidade verde, e vice-versa. Esta parece ser a estrutura central dos episódios da série e mostra potencial para ser explorada de forma bastante interessante. Especialmente quando estes casos servem de material para os seus psicólogos tentarem provar que realmente existem, ou que o seu colega da outra realidade é apenas um sonho.
O piloto de Awake é uma lufada de ar fresco, bastante criativo, envolvente e surpreendente. Apesar de não ter tido sido forte em audiências (e, por isso, a série estar em risco de cancelamento), a estreia desta série provocou uma forte onda de discussão e especulação online, acompanhada de óptimas críticas. Mesmo com um possível cancelamento pela frente, ainda está tudo em aberto para que esta seja uma grande série com direito a um final conclusivo, pelo que se recomenda vivamente o visionamento deste fantástico primeiro episódio e, provavelmente, dos episódios seguintes também.
Eu gostei muito deste piloto. Como disseste: criativo, envolvente e surpreendente. Gostei que não caísse na tentação de meter cenas de acção muito elaboradas e que tivesse dado tempo ao espectador de pensar ao mesmo ritmo que o personagem principal. Espero que não a cancelem já porque eu quero continuar a ver.
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