Realização: Noboru Iguchi
Avaliar um filme como este tem de ser num contexto muito particular e especial como o do Fantasporto. O japonês Noboru Iguchi já não é um estreante no festival e quem o vai ver já sabe o que lhes espera: uma criatividade disparatada, sangue, efeitos e humor de qualidade duvidosa. O realizador é amante do trash horror, que se torna um culto por todo o mundo e mistura vários géneros que adora: sci-fi, terror, gore, comédia, karaté e nudez feminina.
O seu mais recente filme, Zombie Ass: Toilet of the Dead é denunciado imediato pelo título que apela ao ridículo ao seu mais alto nível, bastando verificar pelo trailer que alerta "Danger" em letras gordas a todo o instante. O filme recebe inspirações em séries televisivas japonesas dos anos 60 como Johnny Sokko and His Flying Robot, The Space Giants e Ultraman e junta-lhe todo o humor absolutamente escatológico (e menos aconselhado para púdicos e sensíveis) que começa logo pelos (fantásticos?) créditos iniciais. A narrativa junta alguns dos clichés do cinema japonês e outros do terror clássico, misturando zombies, com parasitas, cientistas com planos diabólicos, muita acção, escatologia e... para um grupo reservado de fãs... muito, mas muito divertimento. Embora totalmente ridículo e disparatado, o filme consegue entreter os espectadores nem que seja por algumas das personagens secundárias, totalmente over-acting, ao melhor estilo japonês, como o caso da jovem colegial Megumi, a snob que quer ser super-modelo ou o nerd e as suas electrizantes punchlines ou algumas das soluções visuais na recriação dos parasitas.
Um filme para soltar gargalhadas, para ver sem grandes pudores. Nas suas intenções, o filme consegue precisamente o que quer e daí que seja um bom filme dentro do género, para ver com uma plateia que realmente delire e se divirta, porque a lógica não é o seu forte.
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