terça-feira, 3 de abril de 2012

Ets in Da Bairro, por Tiago Ramos



Título original: Attack the Block (2011)
Realização: Joe Cornish

É inevitável não começar a apreciação deste filme (que não tem culpa) com uma referência ao abominável título português de Attack the Block. Um sofrível Ets in da Bairro que denota uma terrível falta de compreensão e noção de mercado e público alvo, por parte do departamento de marketing da sua distribuidora portuguesa.

Ressalva à parte,  acabemos por confessar que este é um filme que não sobrevive ao hype. Não é porém possível distanciarmo-nos do elevado potencial que nele existe em variados níveis. A começar pela proposta interessante que, com o seu orçamento reduzido, tem como resultado uma evocação às produções de género dos anos 80, assumindo o seu hibridismo entre comédia, terror e ficção-científica. Não é original, de facto, mas a sua honestidade é no mínimo oportuna. Especialmente porque o seu maior pontos de interesse - avisar-me-ão agora do pretensiosmo da minha avaliação - é precisamente na sua paisagem suburbana como ponto de partida para uma visão curiosa e não moralista da marginalidade e criação de gangues, como um dos mais séries problemas entre os jovens dos grandes centros urbanos no século XXI. E o melhor é que o faz sempre com algum humor acoplado. Os efeitos visuais e as suas soluções simples resultam bastante bem e imprimem em Attack the Block aquela aura interessante de referências que já referimos, assim como também a excelente banda sonora de Steven Price.

A história que, contudo, rodeia o filme é demasiado simplista, a espaços algo repetitiva e aborrecida e especialmente não tão inventiva como faz crer, debaixo de todas aquelas interessantes opções estéticas. Vale-lhe o desempenho do jovem actor John Boyega que carrega o filme às costas com uma excelente interpretação e a curiosa participação de Nick Frost, com uma divertida e constante referência à eminência de uma terceira guerra mundial. Embora não seja aquilo que fez crer, Attack the Block tem como ponto de destaque principal o facto de revelar o talento e potencial de Joe Cornish, que merece  atenção do espectador e futuras oportunidades no panorama cinematográfico.


Classificação:

2 comentários:

  1. Já vi este filme para ai à um ano, não concordo muito com a crítica Tiago, achei um óptimo filme dava-lhe 4 estrelas. Um filme de baixo orçamento bem realizado pelo Cornish e uma história apesar de não ser inovadora é interessante e peculiar.

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