Realização: Gaël Morel
Argumento: Gaël Morel
Elenco: Stéphane Rideau, Dimitri Durdaine e Béatrice Dalle
Há um interessante potencial em O Nosso Paraíso, especialmente porque Gaël Morel tenta distanciar-se das convenções de género e criar uma versão mais obsessiva e cruel que o habitual no novo cinema queer. E se de imediato nos deparamos com um cuidado estético interessante, com planos de câmara inteligentes e uma bela fotografia, há também dentro dessa beleza um enorme mau gosto na forma como a narrativa é conduzida. Quase sempre rápida demais e quase sempre inverosímil. A imagem do thriller série B, quase fetichista, com que se inicia, faz crer que realmente o filme poderá ser mais do que aquilo que afinal se revela. Muito por culpa dessa estética já falada, mas também da intensidade do actor Stéphane Rideau, que transmite bem a imagem do homem que começa a ganhar consciência da sua idade num mundo cruel. Pena que essa imagem se perca logo após a cena inicial, já que inicia uma espiral descendente e vertiginosa num relacionamento inflamado, sexual e apaixonado que - apesar de ter potencial - se revela frequentemente demasiado absurdo e irreal.
Veja-se a forma como aquela paixão cresce num modo que quando começa a querer focar mais profundamente as personagens, rapidamente parte noutra direcção, deixando as suas almas para trás, dando apenas atenção de forma tão pouco subtil à componente fetichista, sexualmente marginal, nem sempre com bom gosto, quase sempre manipuladora e sobretudo estereotipada. Aquilo que revela é um trabalho amador de Gaël Morel que quer imitar outros nomes do novo cinema queer, mas sempre de forma disfarçada, acabando por ser gratuitamente subversivo, sem nunca chegar a lado algum e sempre com um desfilar de personagens disparatadas que servem apenas para cumprir o objectivo do autor de mostrar mais e mais homicídios violentos.
Valham-lhe porém as suas tendências idealistas e ideias potencialmente interessantes e subversivas que tentam dar um novo rumor ao género. Pena que se perca nessa tentativa.
Há um interessante potencial em O Nosso Paraíso, especialmente porque Gaël Morel tenta distanciar-se das convenções de género e criar uma versão mais obsessiva e cruel que o habitual no novo cinema queer. E se de imediato nos deparamos com um cuidado estético interessante, com planos de câmara inteligentes e uma bela fotografia, há também dentro dessa beleza um enorme mau gosto na forma como a narrativa é conduzida. Quase sempre rápida demais e quase sempre inverosímil. A imagem do thriller série B, quase fetichista, com que se inicia, faz crer que realmente o filme poderá ser mais do que aquilo que afinal se revela. Muito por culpa dessa estética já falada, mas também da intensidade do actor Stéphane Rideau, que transmite bem a imagem do homem que começa a ganhar consciência da sua idade num mundo cruel. Pena que essa imagem se perca logo após a cena inicial, já que inicia uma espiral descendente e vertiginosa num relacionamento inflamado, sexual e apaixonado que - apesar de ter potencial - se revela frequentemente demasiado absurdo e irreal.
Veja-se a forma como aquela paixão cresce num modo que quando começa a querer focar mais profundamente as personagens, rapidamente parte noutra direcção, deixando as suas almas para trás, dando apenas atenção de forma tão pouco subtil à componente fetichista, sexualmente marginal, nem sempre com bom gosto, quase sempre manipuladora e sobretudo estereotipada. Aquilo que revela é um trabalho amador de Gaël Morel que quer imitar outros nomes do novo cinema queer, mas sempre de forma disfarçada, acabando por ser gratuitamente subversivo, sem nunca chegar a lado algum e sempre com um desfilar de personagens disparatadas que servem apenas para cumprir o objectivo do autor de mostrar mais e mais homicídios violentos.
Valham-lhe porém as suas tendências idealistas e ideias potencialmente interessantes e subversivas que tentam dar um novo rumor ao género. Pena que se perca nessa tentativa.
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