Cannes voltou a encher-se ontem para a abertura de um dos mais influentes e prestigiados festivais internacionais. A cerimónia de abertura da 65.ª edição do Festival de Cannes fez-se com a presença de Bérénice Bejo, estrela de The Artist que competiu no ano passado pela Palma de Ouro e a exibição de Moonrise Kingdom, de Wes Anderson. O filme que também compete na selecção principal foi visto por alguns críticos como uma recuperação do "estilo emblemático" do cineasta, num filme "acolhedor e bem humorado", "tão precioso e encenado como as suas obras anteriores", embora haja quem considere o seu argumento "mais fraco" que o habitual ou que a "sua forma super-estilizada já começa a cansar".
A juntar a este, a competição já teve oportunidade de ver After the Battle, de Yousry Nasrallah, um filme sobre os eventos na Praça de Tharir em Fevereiro de 2011 e o Egipto pós-revolução. Os críticos dividem-se entre quem o considere "bem-intencionado, mas manipulativo" e quem o ache digno de mérito por "lidar de forma criticamente inteligente com o presente". Muitos destacam o seu carácter político, mas cinematograficamente consideram-no abaixo da média, especialmente numa competição pela Palma de Ouro.
Jacques Audiard (Un prophète) invadiu hoje Cannes com o seu Rust & Bone. O filme descrito como "brutalmente sentimentalista, mas profundamente comovente", apresenta um "já esperado, mas excepcional desempenho de Marion Cotillard" e revela Matthias Schoenaerts (Bullhead) como uma "estrela viva". Destaque ainda para a "realização e musicalidade dos diálogos, o poder infernal da montagem e dos cenários expressionistas", num "retrato raivoso e brutal da condição humana que drena a energia do espectador". Muitos acham que o filme tem boas hipóteses de receber algum prémio.
Na secção Un Certain Regard, Mystery, é considerado, ao contrário de filmes anteriores de Le You, como "capaz de apelar a grandes audiências" e definido como um "melodrama romântico, pontuado com alguma violência e duas fortes prestações das protagonistas femininas". Já Student, de Darezha Omirbayev, foi considerado "desinteressante e aborrecido", enquanto que outros destacam a sua "inteligente, austera e rigorosa adaptação do clássico Crime e Castigo, de Dostoiévski".
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