Título original: Jiro Dreams of Sushi (2012)
Realização: David Gelb
Para todos os amantes de comida, especialmente de sushi, este Jiro Dreams of Sushi funciona como food porn. A fotografia de cores brilhantes e repleta de close-ups da preparação do sushi e com algum slow-motion, contribui para essa atmosfera de fetichismo da comida. Mas felizmente o documentário vai além disso, com o principal foco a manter-se em Jiro Ono, um sushi chef de 85 anos de idade e o mais lendário de todos, com o seu pequeno restaurante prestigiado com três estrelas Michelin e reservas com tempo de espera de meses. Além da sua perfeição e delicadeza na construção individual de cada uma das peças de sushi, o filme compõe a personagem de Jiro, revelando os motivos da sua rigidez e perfeccionismo junto com relatos da sua infância, bem como a sua relação com os dois filhos e a pressão que exerce (directa e indirectamente) com o mais filho, que será o seu sucessor após a sua morte ou incapacidade. Mesmo que essa relação contextual seja por vezes demasiado repetitiva na forma como é mostrada por David Gelb, o filme não perde o seu ritmo e subtileza, destacando o processo que envolve desde a escolha do peixe, até à forma como ele as dá a saborear aos seus clientes (de formas distintas dependendo da pessoa, mesmo levando em conta se esta é destra ou canhota). Aquilo que nos é dado a examinar assemelha-se a um complicado processo de criação artística, com cada peça a receber atenção individual, destreza, precisão e muita criatividade.
Estimulante dos sentidos, além da componente visual, Jiro Dreams of Sushi oferece um conteúdo emocional bastante forte e cativante, com detalhes pessoais de Jiro, mas transmite ainda, na sua parte final, alguns pontos interessantes sobre os motivos do crescimento da cultura do sushi, um pouco por todo o mundo. Com peças musicais de Philip Glass e Tchaikovsky, a câmara acompanha essa delicadeza, dando destaque ao sushi como elaborada peça de arte, bem próxima da perfeição.
*Crítica possível através de um award screener gentilmente cedido pela Magnolia Pictures.
Para todos os amantes de comida, especialmente de sushi, este Jiro Dreams of Sushi funciona como food porn. A fotografia de cores brilhantes e repleta de close-ups da preparação do sushi e com algum slow-motion, contribui para essa atmosfera de fetichismo da comida. Mas felizmente o documentário vai além disso, com o principal foco a manter-se em Jiro Ono, um sushi chef de 85 anos de idade e o mais lendário de todos, com o seu pequeno restaurante prestigiado com três estrelas Michelin e reservas com tempo de espera de meses. Além da sua perfeição e delicadeza na construção individual de cada uma das peças de sushi, o filme compõe a personagem de Jiro, revelando os motivos da sua rigidez e perfeccionismo junto com relatos da sua infância, bem como a sua relação com os dois filhos e a pressão que exerce (directa e indirectamente) com o mais filho, que será o seu sucessor após a sua morte ou incapacidade. Mesmo que essa relação contextual seja por vezes demasiado repetitiva na forma como é mostrada por David Gelb, o filme não perde o seu ritmo e subtileza, destacando o processo que envolve desde a escolha do peixe, até à forma como ele as dá a saborear aos seus clientes (de formas distintas dependendo da pessoa, mesmo levando em conta se esta é destra ou canhota). Aquilo que nos é dado a examinar assemelha-se a um complicado processo de criação artística, com cada peça a receber atenção individual, destreza, precisão e muita criatividade.
Estimulante dos sentidos, além da componente visual, Jiro Dreams of Sushi oferece um conteúdo emocional bastante forte e cativante, com detalhes pessoais de Jiro, mas transmite ainda, na sua parte final, alguns pontos interessantes sobre os motivos do crescimento da cultura do sushi, um pouco por todo o mundo. Com peças musicais de Philip Glass e Tchaikovsky, a câmara acompanha essa delicadeza, dando destaque ao sushi como elaborada peça de arte, bem próxima da perfeição.
*Crítica possível através de um award screener gentilmente cedido pela Magnolia Pictures.
Classificação:
Estive a ver ontem e gostei muito, mesmo não sendo apreciadora de sushi, nem é isso o que realmente interessa afinal. Achei que uma das ideias por detrás do documentário era que a mestria ou a perfeição não é algo que "nasce" ou "surge" ou que encalhamos por acaso na rua um dia. O título do documentário acaba por resumir muito bem até que ponto Jiro vive para a sua arte, ao ponto de sonhar com ela.
ResponderEliminaronde posso ver este documentário? obrigada.
ResponderEliminarEste documentário tem passado apenas quase por festivais e não deverá ter distribuição comercial em Portugal. Existe porém à venda fora de Portugal, o DVD e o Blu-Ray do filme. Neste caso, esta crítica foi possível devido a um award screener que a Magnolia Pictures gentilmente nos enviou.
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