Realização: Sam Raimi
Argumento: Mitchell Kapner e David Lindsay-Abaire
Elenco: James Franco, Michelle Williams, Rachel Weisz, Mila Kunis e Zach Braff
Como fazer a prequela de uma história cujos direitos não foram cedidos? Tal tarefa parecia complicada de fazer, visto que apesar da história original de L. Frank Baum ser de domínio público, a Warner Bros., detentora dos direitos de The Wizard of Oz (1939), não cedeu os direitos das icónicas adições do seu filme, entre essas, os sapatos de Dorothy ou a célebre frase "we're not in Kansas anymore". Contudo esse é o menor dos problemas neste Oz: O Grande e Poderoso que, apesar dessas óbvias e aparentemente castradoras complicações, foram muito bem contornadas, com o filme a conseguir fazer referências óbvias e claras ao universo já conhecido e até com vários paralelos a poderem-se fazer entre este e o clássico dos anos 30. Opções engenhosas e narrativamente competentes que de facto não envergonham o original e que poderão cativar o espectador. São bem vindos aqueles momentos em que se mantém a ideia do filme original, ao estabelecer paralelos entre a vida real da personagem principal e as suas peripécias no mundo de Oz e a eterna dúvida se tudo aquilo não passaria de um sonho. Mas o problema não está aí, já que nostalgia há de sobra, mas sim na gestão dos recursos para a realização da obra. À luz dos dias actuais, os vastos recursos técnicos poderiam ser uma vantagem para uma produção de dimensão tão fantasiosa, mas no caso de Oz: O Grande e Poderoso observamos precisamente o contrário, já que parece que o filme se deixa submergir por uma avalanche de efeitos visuais que apenas distanciam cada vez mais o espectador do conteúdo da obra. Tendo em mãos tão poderoso domínio técnico, Sam Raimi esquece-se de criar e imaginar, parecendo muitas vezes que estamos perante um daqueles jogos de vídeo actuais que têm a possibilidade, com o auxílio de uma câmara, de fazer com que o jogador se veja no seu interior. Ou seja, uma fantasia tão irreal que o clássico de Victor Fleming, com menos recursos, conseguia fazer um brilharete maior e com Sam Raimi a parecer um mero tarefeiro.
As personagens secundárias que acompanham agora o protagonista na trama são até bastante cativante, especialmente uma boneca de porcelana de tão carinhosa e enérgica actuação, mas o problema surge quando mesmo essa personagem digital tem uma maior consistência na sua interpretação que os actores principais. Caso de James Franco que não consegue evitar a sua pose de canastrão (embora aqui mais adequada à personagem) e um trabalho execrável e pouco convincente de Mila Kunis. Salvam-se os desempenhos de Rachel Weisz e Michelle Williams (esta última não era difícil ser superior à Glinda do clássico) que, mesmo assim, não conseguem fazer muito com aquilo que os argumentistas lhes puseram nas mãos. A história vai-se sucedendo sem grande imaginação, sem ser um ou outro momento mais nostálgico, fazendo prolongar em demasia a agonia de um argumento vazio e até pouco divertido (ao contrário do esperado) por cerca de duas horas e dez minutos. É um filme exagerado e demasiado deslumbrado com o poder técnico (um pouco como aconteceu com Alice in Wonderland, de Tim Burton), com pouca da frescura do filme original. Vale-lhe uma sequência inicial, a preto e branco e em formato 4:3, para não desacreditarmos as capacidades de Sam Raimi enquanto realizador. Mas é lamentável que tenhamos algo mais atroz do que Oz.
Classificação:
Achei o filme bem legal, com uma história bem amarrada. Os personagens pelo menos fazem a regra número 1 de qualquer autor (nunca mudar a personalidade).
ResponderEliminarFalou tudo! O que me deixou mas triste é que o Magico de OZ é um filme que eu amo de montão e ir ao cinema na expectativa de ver algo contemporâneo me deixou curiosa, mas foi decepcionante, desde os efeitos, as mudanças que foram feitas e os atores fracos sem vida. James Franco esse papel deixou sua interpretação forçada, a palavra é artificial e a Mila Kunis que tentou interpretar com seus grandes lindos olhos, mas nao deu muito certo, nao são todos atores que tem a capacidade de interpretar apenas com suas feições como por exemplo: Michelle Pfeiffer na cena em interpreta que está possuída pelo espírito da garota assinada pelo seu marido no filme "revelação" quando vc olha para ela na cena vc sabe que nao é ela que está ali, as suas feições mudam completamente, isso é interpretar , agora Mila Kunis falta muito muito para chegar aos pés de Michelle. Em fim, um filme ruim, sem criatividade e sem vida.
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