Título original: Kingsman: The Golden Circle (2017)
Realização: Matthew Vaughn
Argumento: Jane Goldman, Matthew Vaughn
Elenco: Taron Egerton, Mark Strong, Hanna Alström, Julianne Moore, Colin Firth, Pedro Pascal, Channing Tatum, Halle Berry, Jeff Bridges, Edward Holcroft
Há uns tempos fizeram-me reparar que Matthew Vaughn nunca voltou aos seus filmes para fazer uma sequela, incluindo Kick-Ass ou X-Men: First Class, que tinham essa possibilidade. E, olhando para o que fez com Kingsman: The Golden Circle, só podemos olhar e pensar que teria uma boa razão para isso.
De início, e na sequência do que os trailers davam a entender, este segundo volume na saga de espiões britânicos parecia demonstrar que iria continuar o que o primeiro filme tinha deixado de base. Com a destruição (quase) por completo dos Kingsman, e depois de uma sequência de brilhante interacção entre Taron Egerton e Mark Strong, que nos deixa a querer ver mais dos dois em parceria, finalmente é-nos dado a conhecer o mais publicitado nos vídeos promocionais, nomeadamente a presença dos seus duplos americanos, os Statesman. Mas é na verdade a partir desse momento que o filme começa a mudar as suas cores.
Apesar de uma adição interessante na utilização dos estereótipos nestes filmes, a utilização dos Statesman acaba por ser desperdiçada, não apenas pelo facto de parecer ser uma organização secreta constituída por apenas um punhado de agentes, mas principalmente porque a promessa de ver o que seria uma excelente parceria entre Taron Egerton e um Channing Tatum com um cada vez mais merecido crescente sucesso é completamente posta de lado, literalmente congelando a personagem de Tatum antes do meio do filme. Ao invés disso, acompanhamos a personagem de Pedro Pascal (actor provavelmente mais barato) que, apesar da sua agradável dinâmica com os restantes actores, fica aquém de maiores possibilidades e no final, os seus motivos são absurdamente vulgares.
Apesar disso, é ainda assim esta cooperação entre agências que acaba por trazer os momentos mais divertidos de um filme demasiado longo para tudo o resto o que oferece. E onde acaba por realmente pecar é, não só num vilão cujos objectivos são contraditórios e caiem, novamente, em lugares comuns que o primeiro filme tentou combater com a personagem de Samuel L. Jackson, mas principalmente na segunda coisa que os materiais promocionais (incluindo o cartaz acima) tentaram também incluir ao máximo como segundo grande ponto de venda, e que acaba por ser amostra e sintoma do grande problema deste filme.
A inclusão de Colin Firth é um enorme problema em tantos sentidos. No início, não estava totalmente desapontado com esta decisão, porque achei (pela tagline usada no cartaz acima, nunca incluída no filme) que o seu retorno poderia ser feito de uma forma interessante, como uma operação clandestina para investigar as razões por detrás da destruição dos Kingsman. Em vez disso, não só somos tratados com uma ligação sem sentido com os Statesman e uma cura tão miraculosa como (demasiado) estúpida para um tiro na cabeça, como a razão para o seu retorno à estória é, meramente, pura amnésia.
De todas as desculpas que poderiam ter utilizado para trazer de volta a personagem de Firth, esta seria sempre a pior, porque demonstra a falta de originalidade que o primeiro filme pretendia combater e que este acaba por trazer de volta. Não apenas isso, o regresso de Colin Firth é distractiva e não traz de volta o seu carisma anteriormente tão bem recebido, retirando no final (permanentemente) o que Mark Strong havia iniciado no acto final do filme anterior e que, como referi no início, era amostra do que poderia ser o melhor deste filme.
Em cima de tudo isto, e apesar da comédia ser sempre o grande ponto forte deste agora franchise, havendo momentos completamente hilariantes, mesmo a inclusão de Elton John como uma piada recorrente acaba por já se tornar um pouco repetitiva mais para o acto final.
Ainda assim, o novo romance forçado de Eggsy acaba, neste caso, por ser bem-vindo para a sua personagem, a qual, como já sabíamos, continuará a ser o pilar desta nova saga, muito graças ao franco carisma que Egerton derrama em todas as suas cenas. Esta escolha de elenco terá sido desde o início, além do seu estilo único de filmar cenas de acção, a grande contribuição de Matthew Vaughn.
No final, tendo em conta o dinheiro que provavelmente não deixará de trazer, só podemos esperar que, na eventualidade de uma segunda sequela, e como o final deixa a desejar, aproveite também o talento desperdiçado de Channing Tatum e o carisma fique a dobrar.
Apesar de uma adição interessante na utilização dos estereótipos nestes filmes, a utilização dos Statesman acaba por ser desperdiçada, não apenas pelo facto de parecer ser uma organização secreta constituída por apenas um punhado de agentes, mas principalmente porque a promessa de ver o que seria uma excelente parceria entre Taron Egerton e um Channing Tatum com um cada vez mais merecido crescente sucesso é completamente posta de lado, literalmente congelando a personagem de Tatum antes do meio do filme. Ao invés disso, acompanhamos a personagem de Pedro Pascal (actor provavelmente mais barato) que, apesar da sua agradável dinâmica com os restantes actores, fica aquém de maiores possibilidades e no final, os seus motivos são absurdamente vulgares.
A inclusão de Colin Firth é um enorme problema em tantos sentidos. No início, não estava totalmente desapontado com esta decisão, porque achei (pela tagline usada no cartaz acima, nunca incluída no filme) que o seu retorno poderia ser feito de uma forma interessante, como uma operação clandestina para investigar as razões por detrás da destruição dos Kingsman. Em vez disso, não só somos tratados com uma ligação sem sentido com os Statesman e uma cura tão miraculosa como (demasiado) estúpida para um tiro na cabeça, como a razão para o seu retorno à estória é, meramente, pura amnésia.
De todas as desculpas que poderiam ter utilizado para trazer de volta a personagem de Firth, esta seria sempre a pior, porque demonstra a falta de originalidade que o primeiro filme pretendia combater e que este acaba por trazer de volta. Não apenas isso, o regresso de Colin Firth é distractiva e não traz de volta o seu carisma anteriormente tão bem recebido, retirando no final (permanentemente) o que Mark Strong havia iniciado no acto final do filme anterior e que, como referi no início, era amostra do que poderia ser o melhor deste filme.
Em cima de tudo isto, e apesar da comédia ser sempre o grande ponto forte deste agora franchise, havendo momentos completamente hilariantes, mesmo a inclusão de Elton John como uma piada recorrente acaba por já se tornar um pouco repetitiva mais para o acto final.
Ainda assim, o novo romance forçado de Eggsy acaba, neste caso, por ser bem-vindo para a sua personagem, a qual, como já sabíamos, continuará a ser o pilar desta nova saga, muito graças ao franco carisma que Egerton derrama em todas as suas cenas. Esta escolha de elenco terá sido desde o início, além do seu estilo único de filmar cenas de acção, a grande contribuição de Matthew Vaughn.
No final, tendo em conta o dinheiro que provavelmente não deixará de trazer, só podemos esperar que, na eventualidade de uma segunda sequela, e como o final deixa a desejar, aproveite também o talento desperdiçado de Channing Tatum e o carisma fique a dobrar.
Prova que o Matthew Vaughn ainda tem um pouco a amadurecer como realizador é a sua falta de experiência com sequelas. Kick-Ass é muito bom e X-Men: First Class é ótimo. Kick-Ass 2 (não realizado por ele) deixou MUITO a desejar. Já o X-Men: Days of Future Past teve a sorte de ser realizado pelo brilhante Bryan Singer. Não sabemos como o Matthew Maughn podia ter feito essas sequelas, mas se um futuro terceiro Kingsman for o melhor da franchise, é prova que o realizador se terá superado. Um Kingsman 3 seria muito interessante, podíamos ver mais dos personagens sub-desenvolvidos e um guião mais sólido. Vamos apenas esperar ...
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