sexta-feira, 22 de maio de 2009

À Noite, no Museu 2, por Carlos Antunes



Título original: Night at the Museum: Battle of the Smithsonian
Realização: Shawn Levy
Argumento: Robert Ben Garant e Thomas Lennon
Elenco: Ben Stiller, Amy Adams, Owen Wilson, Hank Azaria e Robin Williams

Nota-se que há uma tentativa de não repetir a fórmula do primeiro filme nesta sequela de À noite no museu.
Não só pela mudança de cenário, como pelo crescimento aventuroso de um para outro filme.
Mas essa tentativa é mais uma esperança do que uma concretização e a originalidade da premissa, que já de si se esgotava no decorrer do original, é aqui esticada ao limite do possível.


A invasão de um espaço armadilhado com a vida das figuras de cera, deu agora lugar a uma batalha pelo domínio - da placa, do museu e do mundo.
A meio caminho entre o espião e o aventureiro, Larry Daley acabará por se dar conta de uma lição de vida que lhe vinha escapando.
Resume-se a isto o essencial desta sequela, que tem momentos que, isolados, resultam bem, mas que é um condensado que precisava de mais trabalho.


O filme parece um conjunto de piadas episódicas e isoladas, estruturadas em torno de obras reconhecíveis do grande público.
Trata-se de uma visita turística a um grande museu em tom brincalhão, mais do que qualquer outra coisa.
E com tão grande museu - constituído, afinal, pela agregação de diversos edifícios distintos - pela frente é notório que a tentativa de gestão e aproveitamento de espaço faz derrapar a história para uma desagregação profunda.
A aventura torna-se rapidamente numa mera perseguição com pequenos eventos pelo meio e o aborrecimento instala-se.


Não seria expectável muito mais, possivelmente, mas então era necessário jogar com a matéria-prima humorística que tinham entre mãos.
Alain Chabat, expectavelmente o maior trunfo do filme, interpretando um delicioso Napoleão, mal tem tempo de ecrã.
Em vez disso aposta-se num Hank Azaria a fazer um Kahmunrah cheio de tiques ou num Bill Hader como General George Armstrong Custer a passear mera idiotice.
Ben Stiller não tem mais do que fazer o que se espera e isto deixa a cargo de Amy Adams as despesas do filme.


Não fosse pela cativante energia de Amy Adams, o filme reduzir-se-ia ainda mais a um pobre espectáculo.
Mas o seu talento transversal à actual indústria cinematográfica - como podemos constatar colocando ao lado deste À Noite, no Museu 2 o diametralmente oposto Doubt - consegue ainda assim unir o que muitas vezes parece perdido neste filme.
Não é suficiente, mas é o mais apreciável nesta sequela.



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