sexta-feira, 21 de maio de 2010

Review: V - Season 1


V não traz nada de novo. Mas também, o que se poderia esperar de uma série sobre aliens que é um remake dos anos 80? V entretém com qualidade, e a mais não é obrigado.

A verdade é que a sensação inicial de V é "por favor, diz-me que eles não vão cair neste clichê", mas foi a V dos anos 80 que ajudou na criação destes clichês e este remake tem de ser encarado como tal. Quem for ver V com ideia dever grandes twists no argumento e coisas nunca antes vistas irá certamente ter uma grande desilusão. Quem estiver apenas à espera de entretenimento de qualidade, sairá satisfeito.


Para começar, V aposta num elenco de grande qualidade. Começando, claro por Morena Baccarin que interpreta Anna, a líder dos Visitantes. A brasileira, que teve o seu primeiro grande destaque em Firefly, interpreta quase demasiado bem o seu papel, já que ao mesmo tempo que parece passar uma imagem íntegra, sabe-se sempre que há qualquer coisa por detrás que não bate certo. Para não dar origem a spoilers, refiro apenas que na minha opinião o seu momento alto é exactamente nos últimos minutos do último episódio desta temporada. Mas falando do elenco, não se pode deixar passar as interpretações de Elizabeth Mitchell (agente Erica Evans), Scott Wolf (repórter Chad Decker) e Joel Gretsch (padre Jack Landry).


Quanto aos efeitos especiais, não sendo extraordinários, não são os piores que já se viram nos últimos tempos. Quase todas as cenas da nave são gravadas usando chroma key e a integração nos cenários é muito boa, mas alguns aspectos dos efeitos especiais deixam muito a desejar, como por exemplo a utilização das armas.

O tema não é novo, mas aborda alguma premissas interessantes, como a emoção humana, o conflito religioso que surge com a aparição dos Visitantes, o medo do desconhecido e a previsibilidade humana e a capacidade de a manipular.

Por tudo isto, V é uma boa série para ver num sábado à tarde, num momento de descontracção. É certo que verei a próxima temporada, ansiando pelo que acontecerá no argumento e expectante de bons momentos televisivos.


3 comentários:

  1. Já não me recordo do original dos anos 80, apesar de ter visto, na altura, todos os episódios do princípio ao fim no Canal 1 da RTP.
    Tenho seguido este "remake" e até pode não trazer nada de novo, mas efectivamente os episódios forneceram-me cerca de uma hora de bom entretenimento todas as semanas. Ao contrário do que tenho lido pela net, eu pessoalmente nunca gostei da Anna à excepção, claro está, dos últimos minutos do último episódio desta temporada. Sim, ela sempre pareceu ligeiramente "creepy", mas nunca me convenceu muito como líder de toda uma raça de outro planeta. Por outro lado, apreciei bastante o desempenho da agente Erica.
    Uma coisa que eu não percebo é isto de fazerem temporadas com apenas uma dúzia de episódios (salvo erro, passa-se o mesmo com o Dexter, por exemplo). Apenas as séries de 20 minutos continuam a ter temporadas de mais de 20 episódios hoje em dia?

    "V" pode não ser nenhum Dexter ou Californication, mas cumpre bem o seu papel de entretenimento televisivo. Aguardo ansiosamente pela segunda temporada!

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  2. Na verdade ainda existem muitas series de 40min que têm mais de 20 episódios. Sinceramente não sei o porquê, mas no caso de True Blood por exemplo percebe-se, tal como em V. Noutras séries que têm argumentos originais já não sei responder.

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  3. Do que tenho visto em diferentes entrevistas com argumentistas, temporadas de 20 ou mais episódios obrigam-nos a forçar o prolongamento de alguns arcos de história, o que muitas vezes dá origem a episódios "filler" ou histórias que parecem não avançar.

    O problema é que as cadeias de televisão estão presas ao formato de temporadas com uma certa duração, e acabam por provocar interrupções de meses entre episódios, como aconteceu em V. Felizmente, no caso desta série, o público regressou em massa para ver o 5º episódio 4 meses depois do anterior :)

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