sábado, 11 de junho de 2011

Sem Limites, por Carlos Antunes


Título original: Limitless
Concretização em forma de thriller da ideia de que podemos chegar mais adiante pela disponibilidade de "abrir a mente".
O escritor que, através de um comprimido, se torna num mestre da finança é uma figura elevada a génio instantâneo.
Mas, ao mesmo tempo, poucos duvidam da sua legitimidade, deixando-se levar pela admiração da aparência e do sucesso.
Não é nisso que a história do filme se demora.
O thriller prende-se mais com a droga que o nosso protagonista toma do que com o seu estado de elevação acima do comum mortal.
Era o seu estado de "anormalidade positiva" que interessava seguir, bem como a respectiva reacção de estranheza (a longo prazo) do mundo - mesmo se fosse no plano da violência.
A pergunta sobre o que verdadeiramente foi aumentado, se a sua percepção alargada do mundo ou o seu jeito de burlão elogiado, seria mais interessante de ser respondida, pois a sua perspicácia faz-se de memórias residuais de artigos lidos na diagonal e de conversas escutadas anos atrás, recuperada do subconsciente. E isso basta para o tornar num perito perante 90% da população. (E aí surgiria de novo a pergunta "Que andamos nós a fazer com a nossa mente?")
O filme segue uma via mais banal mas não é insatisfatório por isso, é apenas indistinguível da produção geral que vai enchendo as salas. É difícil recomendar que se opte por este filme em detrimento de outro qualquer a que não se possam apontar graves defeitos.
O que vale para a mente humana vale para o filme. No final diz-nos que basta um incentivo e que o potencial está dentro de nós. O potencial da ideia do filme está lá, mas quem o escreveu estava demasiado próximo para ver todas as suas (outras) potencialidades.


Sem comentários:

Enviar um comentário