Título original: Milk (2008)
Realização: Gus Van Sant
Argumento: Dustin Lance Black
Elenco: Sean Penn, Emile Hirsch, Josh Brolin, Diego Luna e James Franco
Mais que um hino aos direitos homossexuais, Milk é activismo pelos direitos civis da sociedade em geral. Está encontrada, provavelmente, a biopic do ano! Parece muito precipitado de o dizer ainda mal o ano começou, mas não nos parece que Milk vá desiludir nesse campo.
De início, Milk pareceu-me propaganda e activismo puro. Não entrando em questões políticas actuais, o filme de Gus Van Sant é um excelente registo documental e biográfico de um fascinante homem, que lutou pelos direitos iguais para os homossexuais e que era praticamente desconhecido do grande público. Good Will Hunting (1997) e Paranoid Park (2007) já nos tinham sido trazidos pelo realizador que chegou mesmo a ganhar a Palma de Ouro em Cannes, entre outros prémios importantes.
Harvey Milk, mais que activista pelos direitos gay, foi uma personalidade fascinante que, infelizmente, sucumbiu como tantos outros que tentaram ser diferentes. O meu nome é Harvey Milk e estou aqui para recrutar-vos. Começava assim os seus discursos e como era possível reagir a uma militância e activismo tão grande, se não com um afirmação positiva e directa? Homossexual assumido, Harvey Milk conseguiu singrar onde poucos chegaram. O argumento de Dustin Lance Black é exímio no perscrutar contínuo da vida pessoal e política do personagem que largou um emprego enfadonho, para se dedicar a uma via mais livre e focada nos prazeres pessoais, como a fotografia. Mas rapidamente, Harvey Milk se tornou um ícone da política, em São Francisco, na década de 70.
Não tenho dúvidas que o Óscar de Melhor Argumento Original deva caber a Dustin Lance Black. Em nenhuma altura do filme encontramos filosofias baratas ou momentos enfadonhos. Tudo no argumento é interessante e entusiasmante. A realização de Gus Van Sant, por sua vez é brilhante, optando pelo registo documental e experimental, com uso de película que transmite o efeito antigo, tal como a utilização de imagens reais da vida de Harvey Milk e dos seus companheiros e oponentes. Até os próprios figurinos e cenários estão perfeitos, tendo o realizador optado por rodar o filme nos ambientes verdadeiros, numa recriação perfeita da loja que possuía na Rua Castro.
O elenco é, igualmente, soberbo. Comecemos pelos secundários, de onde Josh Brolin se sobressai como o oponente Dan White, que escondia mais do que mostrava e que se revelava afligido por fantasmas morais e pessoais, bem como James Franco, que apesar de a sua personagem ter uma amplitude mais pessoal e íntima da vida de Harvey Milk, estava bem executada. Por outro lado, Sean Penn tem aqui um dos seus melhores desempenhos. Tudo nele é realista, inclusive os maneirismos, a atitude e expressão corporal. Sean Penn convence-nos enquanto personificação de Harvey Milk, inclusivamente contrariando a sua habitual atitude algo tímida, mas que consegue uma prestação contagiante.
Nomeado para oito Óscares, Milk é uma das mais fortíssimas biopic já visionadas. Cada minuto da película vale a pena, nem que seja por ter aberto caminho não só para os direitos gay, mas para os Direitos Humanos. Harvey Milk disse que chegou aos quarenta anos e que ainda não tinha feito nada de útil. Os restantes anos até à sua vitória e morte foram servidos para colmatar essa lacuna. Pena que não tenha chegado aos 50, como infelizmente havia previsto. Mas nada disto lhe tira o mérito de ser uma figura incontornável do século XX.
De início, Milk pareceu-me propaganda e activismo puro. Não entrando em questões políticas actuais, o filme de Gus Van Sant é um excelente registo documental e biográfico de um fascinante homem, que lutou pelos direitos iguais para os homossexuais e que era praticamente desconhecido do grande público. Good Will Hunting (1997) e Paranoid Park (2007) já nos tinham sido trazidos pelo realizador que chegou mesmo a ganhar a Palma de Ouro em Cannes, entre outros prémios importantes.
Harvey Milk, mais que activista pelos direitos gay, foi uma personalidade fascinante que, infelizmente, sucumbiu como tantos outros que tentaram ser diferentes. O meu nome é Harvey Milk e estou aqui para recrutar-vos. Começava assim os seus discursos e como era possível reagir a uma militância e activismo tão grande, se não com um afirmação positiva e directa? Homossexual assumido, Harvey Milk conseguiu singrar onde poucos chegaram. O argumento de Dustin Lance Black é exímio no perscrutar contínuo da vida pessoal e política do personagem que largou um emprego enfadonho, para se dedicar a uma via mais livre e focada nos prazeres pessoais, como a fotografia. Mas rapidamente, Harvey Milk se tornou um ícone da política, em São Francisco, na década de 70.
Não tenho dúvidas que o Óscar de Melhor Argumento Original deva caber a Dustin Lance Black. Em nenhuma altura do filme encontramos filosofias baratas ou momentos enfadonhos. Tudo no argumento é interessante e entusiasmante. A realização de Gus Van Sant, por sua vez é brilhante, optando pelo registo documental e experimental, com uso de película que transmite o efeito antigo, tal como a utilização de imagens reais da vida de Harvey Milk e dos seus companheiros e oponentes. Até os próprios figurinos e cenários estão perfeitos, tendo o realizador optado por rodar o filme nos ambientes verdadeiros, numa recriação perfeita da loja que possuía na Rua Castro.
O elenco é, igualmente, soberbo. Comecemos pelos secundários, de onde Josh Brolin se sobressai como o oponente Dan White, que escondia mais do que mostrava e que se revelava afligido por fantasmas morais e pessoais, bem como James Franco, que apesar de a sua personagem ter uma amplitude mais pessoal e íntima da vida de Harvey Milk, estava bem executada. Por outro lado, Sean Penn tem aqui um dos seus melhores desempenhos. Tudo nele é realista, inclusive os maneirismos, a atitude e expressão corporal. Sean Penn convence-nos enquanto personificação de Harvey Milk, inclusivamente contrariando a sua habitual atitude algo tímida, mas que consegue uma prestação contagiante.
Nomeado para oito Óscares, Milk é uma das mais fortíssimas biopic já visionadas. Cada minuto da película vale a pena, nem que seja por ter aberto caminho não só para os direitos gay, mas para os Direitos Humanos. Harvey Milk disse que chegou aos quarenta anos e que ainda não tinha feito nada de útil. Os restantes anos até à sua vitória e morte foram servidos para colmatar essa lacuna. Pena que não tenha chegado aos 50, como infelizmente havia previsto. Mas nada disto lhe tira o mérito de ser uma figura incontornável do século XX.
Classificação:
Relativamente a Milk fico me pelas quatro estrelas. É sem dúvida um excelente filme mas apresenta em várias ocasiões determinadas cenas que, a meu ver, são escusadas e favorecem a repetição.
ResponderEliminarTambém considero a interpretação de Penn excelente embora parece-me ligeiramente exacerbada.
De resto, nada a dizer.
Não viram de certeza os outros filmes do Van Sant. Até o que fez anes deste, "Paranoid Park", é sobejamente melhor.
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