domingo, 29 de março de 2009

Dollhouse - Review dos 6 episódios



Quem lê o blogue sabe que não sou propriamente fã de Dollhouse. Contudo, tenho feito companhia a uma pessoa no visionamento da série, até porque gosto de dar 5 oportunidades a uma série de mostrar o que vale (exclui-se Gossip Girl onde nem o primeiro acabei de ver). Neste caso dei 6 porque me disseram que o último era o melhor até agora.

No geral, parece-me uma boa ideia mal trabalhada. O conceito por detrás da série parece-me bom, mas não tem sido abordado da melhor forma, quer por Joss Whedon, quer por Eliza Dushku. Ao primeiro falta-lhe a criatividade necessária, à segunda falta-lhe expressividade. O papel de Echo e restantes dolls exige uma capacidade de abstração de si mesmo apenas conseguida por Dichen Lachman no papel de Sierra. A Dushku falta-lhe essa capacidade tão necessária ao papel interpretado, pois alguém cuja mente é limpa entre trabalhos não deve conter nem um pouco de si próprio e não é isso que se vê: as expressões são as mesmas, os olhares têm sempre a mesma expressão, a linguagem corporal não muda.



Já a estória paralela, com o agente Ballard (Tahmoh Penikett), demonstra também uma inactividade enervante. A vizinha, os colegas do FBI, a (falta de) vida pessoal... Sim, no último episódio que vi há um resquício de interesse e algumas perguntas no ar, mas se neste momento não as visse respondidas não me afectaria minimamente.

Episódio 1 - Ghost



Pela primeira vez somos apresentados a todo o cenário envolvente e a algumas das personagens. Pode-se dizer que a personagem de Echo é, no mínimo, um desapontante déjà vu de Tru Calling. Falta enredo e interesse e não há qualquer background onde a estória possa firmemente assentar.
Uma nota de rodapé sobre a prestação de Fran Kranz no papel de Topher, brilhantemente conseguida apesar dos clichês.

Episódio 2 - The Target



Finalmente algum desenvolvimento do passado. Ficamos a saber um pouco sobre o passado recente da Dollhouse e desvenda-se um pouco do que se está a passar com Echo. Teria sido um episódio interessante se não fosse pelo desenrolar da acção principal. Denota-se a falta de imaginação ao apresentar novos dados e a ausência de perguntas pertinentemente interessantes. Talvez elas existam, mas não têm sido devidamente abordadas.
A nota de rodapé neste caso vai para a multiplicidade de Echos e para as piadas fáceis com o nome: dispensavam-se.

Episódio 3 - Stage Fright



Finalmente um pouco de interesse, talvez trazido pela personagem de Sierra. Vemos Echo a pensar "out of he box" e a ser criativa, coisa que surpreendentemente (ou não) não espanta alguns membros mais elevados na Dollhouse. A verdade é que a personalidade prórpia de cada personagem vai fazendo menos falta a Echo, e isso ajuda a que o episódio seja melhor, já que Dushku não parece mesmo consegui-lo.
Nota de rodapé: qual era afinal a função de Sierra?

Episódio 4 - Gray Hour



E temos o primeiro episódio interessante. A interpretação e o argumento dificilmente terão falhas graves e permite soltar algumas gargalhadas. Além de interessante e um pouco ao estilo de Alias, temos uma Dushku renovada e um conjunto de actores capazes. Sierra tem uma curta, mas eficaz aparição que permite ver que até Dushku chegar ao seu nível ainda tem muito que aprender. Temos a possibilidade de ver pela primeira vez que pode não estar tudo controlado dentro da Dollhouse.

Episódio 5 - True Believer



Primeiro "encontro" de Echo e Ballard. O desempenho de Dushku melhorou (talvez porque em dois terços do episódio não seja necessária expressão visual) e o seu papel foi digno de nota. Não que a estória tenha avançado significativamente, mas valeu a pena. Ainda asim, não me parece que Dollhouse seja uma série obrigatória. Continua mal desenvolvida e com uma estória fraca.

Episódio 6 - Man on the Street



Este foi o episódio extra-5-hipóteses. Até o anterior dificilmente a série passaria dos 2,5/5, aqui talvez tenha chegado aos 3/5.
Gostei da abordagem em modo de reportagem que pode ter lançado algumas discussões sobre a ética da situação e sobre o que se faria se houvesse essa hipótese, embora não tenha adiantado muito. Acho que foi uma jogada inteligente por parte dos produtores.
Quanto à estória em si, algumas trocas pelo meio e questões mais ou menos pertinentes ficam no ar após o episódio. Será que está tudo bem na Dollhouse ou existirão mesmo problemas? Pode ter sido apenas uma jogada bem feita, é a verdade.


2 comentários:

  1. Eu não diria melhor. Ando a acompanhar a série mas realmente deixa muito a desejar. Também sou da opinião que a ideia é boa mas está mal concretizada. Os episódios são desiquilibrados, a narrativa é por vezes enfadonha e faltam personagens carismáticas.

    Bom texto: curto e directo.

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  2. Obrigada.

    Sim, Dollhouse parece-me apenas uma boa ideia mal desenvolvida. Mesmo que agora dêem a volta (como já ouvi dizer que deram no 7º episódio) não vai deixar de ser incoerente com o que está para trás. Dá a ideia que cada episódio foi criado por uma pessoa diferente que não sabia bem onde as outras queriam chegar.

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