Título original: X-Files: I Want to Believe (2008)
A cena inicial do filme, além de ser visualmente interessante, devido à presença de dezenas de agentes do FBI num enorme campo gelado e a uma personagem estranha (crucial para o desenvolvimento do argumento): o Padre Joseph Crissman (Billy Connolly), com um passado obscuro, mas que afirma ter visões concedidas por Deus.
O filme cai no erro de se debruçar sobre temas que fogem um pouco à série, para desilusão dos fãs. Apesar de ser interessante o drama entre Fox Mulder e Dana Scully, que responde a algumas lacunas encontradas ao longo da série (entre os quais a sua relação amorosa e um eventual fruto dessa relação), o filme acaba por fugir ao previsto e torna-se mais num drama/thriller policial. O enredo torna-se menos envolvente e assustador, pois aparenta ser uma eterna fuga à escuridão e obsessão em que Dana e Fox sempre viveram. Em vez de se focar na eterna dúvida da existência ou não de acontecimentos paranormais, o argumento foi escrito de forma a roçar o pragmatismo científico e a lógica policial.
Das poucas cenas realmente interessantes (mas que são poucas para a fasquia a que Ficheiros Secretos nos habituais) encontra-se a descoberta de uma série de experiências bizarras realizadas por russos, que lidam com células estaminais e órgãos humanos. Nessa fase, Dana Scully, enquanto cientista e médica reconhecida, tem um papel essencial, mas ao mesmo tempo lida com a dúvida em relação à eventual capacidade do padre em ter visões, da parte de Deus. É aí que o filme acarreta um dilema moral, com nuances éticas e religiosas: pode um padre acusado de pedofilia ser um servo de Deus?
A personagem do padre Joseph, interpretada por Billy Connolly (Último Samurai) é das mais intrigantes e controversas do filme. Uma interpretação, a meu ver, excelente. Outra interpretação boa, mas que não revelou todo o seu potencial foi a de Amanda Peet (Jack & Jill), que apesar do seu aspecto visual não soube lidar com a pressão de interpretar uma agente do FBI.Ficheiros Secretos: Quero Acreditar, não deixa de ser um bom filme, mas seria melhor se não aparentasse tanto ser um filme independente. Talvez se o mesmo não tivesse a chancela FIcheiros Secretos, todos nós o consideraríamos um filme bom, contudo e desta forma, acabou por desiludir-nos um pouco a todos. Sim, quero acreditar que Chris Carter consegue fazer melhor.
- Comentário por Chris Carter e Frank Spotnitz
- Cenas Cortadas
- Featurette: "Body Parts: Special Make Up Effects"
- Featurette: "Chris Carter: Statements on Green Production"
- Video Clip "Dying To Live" por XZIBIT
- Gags
Sem comentários:
Enviar um comentário