segunda-feira, 6 de abril de 2009

Loving Annabelle, por Tiago Ramos



Título original: Loving Annabelle (2006)
Realização: Katherine Brooks
Argumento: Olivia Bohnhoff e Katherine Brooks
Elenco: Erin Kelly, Diane Gaidry e Ilene Graff

Loving Annabelle é um filme de 2007, que não estreou nem deve estrear em Portugal. O filme aclamado no circuito LGBT europeu, conta uma história de amor entre uma professora de um colégio católico muito rígido (sendo isto uma redundância), Simone Bradley (Diane Gaidry) e uma nova aluna rebelde, Annabelle (Erin Kelly).



A história é claramente previsível em todos os momentos do argumento. E é nessa parte que o espectador acaba por lamentar que se perca algo que poderia ser intenso e explorar as profundezas dos sentimentos humanos. Katherine Brooks (Finding Kate) tenta pôr em causa e colocar para julgamento os sentimentos indomáveis de uma mulher madura e de uma adolescente. Até que ponto é isso reprovável? Deverão os meios justificar os fins? Poderá uma mulher renegar os dogmas que lhe foram impostos e aceitar um amor mais complexo do que aquele que lhe é apresentado? Conseguirá uma mulher vencer as suas batalhas interiores ou deixar-se-á levar por elas? Tudo isso é posto em causa no filme, mas poderia ter ido mais fundo, ao real âmago da questão.

Loving Annabelle poderia ter sido mais polémico se as interpretações assim o permitissem. O filme não mostra, com medo de chocar, o filme sugere de uma forma simpática e acessível, renegando assim o seu conceito primitivo. A isto não ajuda a interpretação de Diane Gaidry, que não consegue demonstrar emoções e muito menos transmiti-las ou transpô-las para a personagem de Simone. Cenas que poderiam ter sido marcantes, acabam por ser um rebuliço de factos banais, que não chegam sequer a ser concretizados.

O melhor em Loving Annabelle acaba por ser a prestação de Erin Kelly, uma jovem actriz, que sendo possuidora de uma beleza simples, acaba por transmitir algo enigmático para a sua personagem, permitindo assim expor melhor a polémica questão do homossexualismo, da diferença de idades ou da ética num relacionamento professor/aluno.

O final do filme é a única parte que realmente transmitir algum vigor e energia ao argumento, mas que não é explorado, perdendo-se assim abruptamente. Loving Annabelle apesar de não ser um filme de qualidade, acaba por ser um guilty pleasure, devido à história que assim transporta.

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