quarta-feira, 6 de maio de 2009

Os Estranhos, por Carlos Antunes



Título Original: The Strangers
Realização: Bryan Bertino
Argumento: Bryan Bertino
Elenco: Liv Tyler, Scott Speedman, Glenn Howerton e Laura Margolis

Os Estranhos teve o poder de sugerir a sua própria banalidade no seu trailer.
O que, confesso, foi bom para poder encontrar um inteligente e sugestivo filme de terror.



Ao invés do que parecia ser um exercício de violência contra um isolado casal revela-se, pelo contrário, um discreto jogo de sugestão.
O casal central é acossado, sujeito a tensões que lhes sugerem todas as possibilidades, mas contra eles nada é concretizado até quase ao final do filme.
É como um jogo de violência mental, de expectativa tenebrosa que causam a si mesmos.
Executado à base de um conjunto de sons e de espera, de imagens que sugerem sem quase nada concretizar, o jogo acossa tanto o espectador como os próprios protagonista.
É essa a sua sagacidade, que torna um filme aparentemente igual a tantos outros que vieram antes num eficaz thiller de horror que, sem explorar a exposição do horror, produz fortes efeitos a esse nível.



Vale a pena reconhecer o talento, sobretudo na realização, de Bryan Bertino.
O seu argumento, reduzido ao essencial, permite-lhe a liberdade de realização para criar o ambiente tenso e claustrofóbibo, altamente sugestivo.
Lá está, novamente, a sagacidade com que Bertino preparou o espaço para se revelar no seu primeiro filme.
Esperemos, então, pelo próximo projecto.




1 comentário:

  1. Apesar de remontar às origens do cinema de terror e nisso estar de parabéns, acho que o desejo de mostrar muito suspense e terror psicológicos prejudica-o, tornando quase vazio a dada altura.

    ResponderEliminar