sábado, 9 de maio de 2009

Star Trek, por Tiago Ramos



Título original: Star Trek (2009)
Realização: J.J. Abrams
Argumento: Roberto Orci e Alex Kurtzman
Elenco: Chris Pine, Zachary Quinto, Leonard Nimoy, Eric Bana, Simon Pegg e Winona Ryder

De Star Trek pouco conhecia. Não sendo seguidor nem fã do franchise, foi a curiosidade em relação ao hype que se gerou na comunidade cibernauta e também os nomes do realizador e argumentistas que me fizeram ir ver este filme.



O exercício do reboot tem sido utilizado recentemente como forma de combater a crise e renovar aquilo que em tempos já foi a galinha dos ovos de ouro e deixou de ser. E a expectativa de J. J. Abrams dar um novo fôlego à saga conduziu a toda uma série de grandes motivações, especialmente depois de sucessos como Alias, Lost, Cloverfield ou o mais recente Fringe.

E a primeira desilusão é mesmo essa. Star Trek não sobrevive a todo esse buzz que se gerou pela blogosfera, provocando-me uma certeza estranheza perante a aclamação mundial da obra. Na tentativa de tornar a obra acessível a não conhecedores da saga (como eu), o filme deu um tiro no próprio pé, reduzindo-o a um mero blockbuster no início da época estival.



O filme é ritmado, intenso, tecnicamente irrepreensível e fascinante, capaz de deixar colados ao ecrã os olhos do espectador, mas acaba por se tornar inquientantemente inconsistente, sem uma definição no argumento, mas um enorme conjunto de cenas distintas. E especialmente ao tentar agradar a gregos e troianos, ou melhor a trekkies e não-trekkies, este reboot de Star Trek caiu no erro de adoptar um tom demasiado ligeiro e fácil, que acabou por levar algumas outros franchises à ruína.

Mas nem tudo é negro. Aliás, este futuro de Star Trek é brilhante e cheio de referências agradáveis à cultura pop, com uma valorizável realização de J. J. Abrams, cenários fantásticos e sobretudo os efeitos-especiais e visuais que abrilhantam todo o filme. A sonoplastia é outro factor que não podemos descurar, recuperando alguns dos sons originais da saga, mas também a banda sonora que mais uma vez revela o trabalho do talentoso Michael Giachinno, que habitualmente trabalha em conjunto com o realizador/produtor.



A nível do elenco, destaque para a química entre Chris Pine e Zachary Quinto, tendo especialmente este último um desempenho absolutamente notável ao longo do filme. O piscar de olho a outra obra de J.J. Abrams, mas também para os mais puristas de Star Trek é a presença de Leonard Nimoy, o Mr. Spock original da série.

Contudo, todos estes pontos positivos não são suficientes para superar a imagem inconsequente de blockbuster ligeiro que trouxeram a Star Trek. Um filme que teria muito mais para dar, se não fosse este tom que lhe dá um sabor semelhante a cinema fast-food, que não perdurá nas nossas memórias.

Classificação:

6 comentários:

  1. estou muito curioso para conferir esse novo episódio, até porque alguns dos antigos são irrepreensíveis.
    abraço, Tiago

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  2. Eu gostei do filme, achei que deu um ar fresco a um Star Trek que parecia já ultrapassado, ainda por cima com o cancelamento da série Enterprise. O filme surpreendeu-me pela positiva. No entanto...e como para mim o desempenho dos actores é muito importante no desenrolar do filme, por mais que o argumento seja fraco, se a representação for boa salva-se sempre o filme (veja-se o último filme de Meryl Streep em que faz de freira), achei que o Spock podia ser mais trabalhado e o Dr. McCoy também. Talvez lá mais para a frente eles consigam dar mais ênfase às personagens.

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  3. O melhor filme de ação da temporada!

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  4. Jeniss Walker,
    como sinceramente não sou fã da saga, não conheço os filmes antigos, bem como a série.

    José,
    Achei-o demasiado ligeiro, deu-lhe um tom blockbuster desnecessário. Quanto às interpretações podiam ser bastante melhores, a grande maioria não conseguir transmitir bem o seu papel, tirando aqueles que menciono na crítica.

    cleber,
    Não desconsidero tal facto, mas deu demasiada atenção ao factor visual e desconsiderou o restante...

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  5. Vi ontem o filme e, de facto, apesar de toda a excelência técnica de realização, efeitos especiais, etc., fiquei também com a ideia de algum desapontamento.
    Fora alguns problemas de continuidade menores, que acontecem frequentemente em histórias como esta, a premissa, que é explicada e explicitada mais ou menos a meio do filme, deixou-me com interesse reduzido em saber como acabaria o conflito central, visto que passa a ser quase irrelevante. Acho que foi uma má decisão, embora consiga imaginar como terá ocorrido.
    Em termos das prestações dos actores parece-me que até nem estão mal, dado o desconto de aqui saltarem para o lugar de personagens que o tempo ajudou a tornar em ícones. Esse era, aliás, o único aspecto que me levantava alguma preocupação antes de ver o filme, e saí da sala com a sensação de que, pelo menos nesse aspecto, o filme é um sucesso.
    Só tenho pena que a mesma atenção não tenha sido dada à história e ao que ela implica para futuros filmes que a queiram continuar.

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  6. TGM,
    A nível técnico e em termos de acessibilidade é um bom filme. Mas não passa disso...

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