Realização: J.J. Abrams
Argumento: Roberto Orci e Alex Kurtzman
Elenco: Chris Pine, Zachary Quinto, Leonard Nimoy, Eric Bana, Simon Pegg e Winona Ryder
De Star Trek pouco conhecia. Não sendo seguidor nem fã do franchise, foi a curiosidade em relação ao hype que se gerou na comunidade cibernauta e também os nomes do realizador e argumentistas que me fizeram ir ver este filme.
O exercício do reboot tem sido utilizado recentemente como forma de combater a crise e renovar aquilo que em tempos já foi a galinha dos ovos de ouro e deixou de ser. E a expectativa de J. J. Abrams dar um novo fôlego à saga conduziu a toda uma série de grandes motivações, especialmente depois de sucessos como Alias, Lost, Cloverfield ou o mais recente Fringe.
E a primeira desilusão é mesmo essa. Star Trek não sobrevive a todo esse buzz que se gerou pela blogosfera, provocando-me uma certeza estranheza perante a aclamação mundial da obra. Na tentativa de tornar a obra acessível a não conhecedores da saga (como eu), o filme deu um tiro no próprio pé, reduzindo-o a um mero blockbuster no início da época estival.
O filme é ritmado, intenso, tecnicamente irrepreensível e fascinante, capaz de deixar colados ao ecrã os olhos do espectador, mas acaba por se tornar inquientantemente inconsistente, sem uma definição no argumento, mas um enorme conjunto de cenas distintas. E especialmente ao tentar agradar a gregos e troianos, ou melhor a trekkies e não-trekkies, este reboot de Star Trek caiu no erro de adoptar um tom demasiado ligeiro e fácil, que acabou por levar algumas outros franchises à ruína.
Mas nem tudo é negro. Aliás, este futuro de Star Trek é brilhante e cheio de referências agradáveis à cultura pop, com uma valorizável realização de J. J. Abrams, cenários fantásticos e sobretudo os efeitos-especiais e visuais que abrilhantam todo o filme. A sonoplastia é outro factor que não podemos descurar, recuperando alguns dos sons originais da saga, mas também a banda sonora que mais uma vez revela o trabalho do talentoso Michael Giachinno, que habitualmente trabalha em conjunto com o realizador/produtor.
A nível do elenco, destaque para a química entre Chris Pine e Zachary Quinto, tendo especialmente este último um desempenho absolutamente notável ao longo do filme. O piscar de olho a outra obra de J.J. Abrams, mas também para os mais puristas de Star Trek é a presença de Leonard Nimoy, o Mr. Spock original da série.
Contudo, todos estes pontos positivos não são suficientes para superar a imagem inconsequente de blockbuster ligeiro que trouxeram a Star Trek. Um filme que teria muito mais para dar, se não fosse este tom que lhe dá um sabor semelhante a cinema fast-food, que não perdurá nas nossas memórias.
De Star Trek pouco conhecia. Não sendo seguidor nem fã do franchise, foi a curiosidade em relação ao hype que se gerou na comunidade cibernauta e também os nomes do realizador e argumentistas que me fizeram ir ver este filme.
O exercício do reboot tem sido utilizado recentemente como forma de combater a crise e renovar aquilo que em tempos já foi a galinha dos ovos de ouro e deixou de ser. E a expectativa de J. J. Abrams dar um novo fôlego à saga conduziu a toda uma série de grandes motivações, especialmente depois de sucessos como Alias, Lost, Cloverfield ou o mais recente Fringe.
E a primeira desilusão é mesmo essa. Star Trek não sobrevive a todo esse buzz que se gerou pela blogosfera, provocando-me uma certeza estranheza perante a aclamação mundial da obra. Na tentativa de tornar a obra acessível a não conhecedores da saga (como eu), o filme deu um tiro no próprio pé, reduzindo-o a um mero blockbuster no início da época estival.
O filme é ritmado, intenso, tecnicamente irrepreensível e fascinante, capaz de deixar colados ao ecrã os olhos do espectador, mas acaba por se tornar inquientantemente inconsistente, sem uma definição no argumento, mas um enorme conjunto de cenas distintas. E especialmente ao tentar agradar a gregos e troianos, ou melhor a trekkies e não-trekkies, este reboot de Star Trek caiu no erro de adoptar um tom demasiado ligeiro e fácil, que acabou por levar algumas outros franchises à ruína.
Mas nem tudo é negro. Aliás, este futuro de Star Trek é brilhante e cheio de referências agradáveis à cultura pop, com uma valorizável realização de J. J. Abrams, cenários fantásticos e sobretudo os efeitos-especiais e visuais que abrilhantam todo o filme. A sonoplastia é outro factor que não podemos descurar, recuperando alguns dos sons originais da saga, mas também a banda sonora que mais uma vez revela o trabalho do talentoso Michael Giachinno, que habitualmente trabalha em conjunto com o realizador/produtor.
A nível do elenco, destaque para a química entre Chris Pine e Zachary Quinto, tendo especialmente este último um desempenho absolutamente notável ao longo do filme. O piscar de olho a outra obra de J.J. Abrams, mas também para os mais puristas de Star Trek é a presença de Leonard Nimoy, o Mr. Spock original da série.
Contudo, todos estes pontos positivos não são suficientes para superar a imagem inconsequente de blockbuster ligeiro que trouxeram a Star Trek. Um filme que teria muito mais para dar, se não fosse este tom que lhe dá um sabor semelhante a cinema fast-food, que não perdurá nas nossas memórias.
estou muito curioso para conferir esse novo episódio, até porque alguns dos antigos são irrepreensíveis.
ResponderEliminarabraço, Tiago
Eu gostei do filme, achei que deu um ar fresco a um Star Trek que parecia já ultrapassado, ainda por cima com o cancelamento da série Enterprise. O filme surpreendeu-me pela positiva. No entanto...e como para mim o desempenho dos actores é muito importante no desenrolar do filme, por mais que o argumento seja fraco, se a representação for boa salva-se sempre o filme (veja-se o último filme de Meryl Streep em que faz de freira), achei que o Spock podia ser mais trabalhado e o Dr. McCoy também. Talvez lá mais para a frente eles consigam dar mais ênfase às personagens.
ResponderEliminarO melhor filme de ação da temporada!
ResponderEliminarJeniss Walker,
ResponderEliminarcomo sinceramente não sou fã da saga, não conheço os filmes antigos, bem como a série.
José,
Achei-o demasiado ligeiro, deu-lhe um tom blockbuster desnecessário. Quanto às interpretações podiam ser bastante melhores, a grande maioria não conseguir transmitir bem o seu papel, tirando aqueles que menciono na crítica.
cleber,
Não desconsidero tal facto, mas deu demasiada atenção ao factor visual e desconsiderou o restante...
Vi ontem o filme e, de facto, apesar de toda a excelência técnica de realização, efeitos especiais, etc., fiquei também com a ideia de algum desapontamento.
ResponderEliminarFora alguns problemas de continuidade menores, que acontecem frequentemente em histórias como esta, a premissa, que é explicada e explicitada mais ou menos a meio do filme, deixou-me com interesse reduzido em saber como acabaria o conflito central, visto que passa a ser quase irrelevante. Acho que foi uma má decisão, embora consiga imaginar como terá ocorrido.
Em termos das prestações dos actores parece-me que até nem estão mal, dado o desconto de aqui saltarem para o lugar de personagens que o tempo ajudou a tornar em ícones. Esse era, aliás, o único aspecto que me levantava alguma preocupação antes de ver o filme, e saí da sala com a sensação de que, pelo menos nesse aspecto, o filme é um sucesso.
Só tenho pena que a mesma atenção não tenha sido dada à história e ao que ela implica para futuros filmes que a queiram continuar.
TGM,
ResponderEliminarA nível técnico e em termos de acessibilidade é um bom filme. Mas não passa disso...