Título original: La pianiste (2001)
Realização: Michael Haneke
Argumento: Michael Haneke e Elfriede Jelinek
Elenco: Isabelle Huppert, Annie Girardot e Benoît Magimel
Michael Haneke tem em A Pianista um dos seus filmes mais fascinantes e um dos mais provocantes de sempre. Mais uma vez, o realizador foge do alvo mainstream para revelar um argumento e uma realização sublime e sem grandes artifícios em sentido estético.
A Pianista é uma viagem destrutiva ao universo dos fetiches mais recônditos, como sado-masoquismo ou auto-degradação. De uma forma bastante crua, o realizador balança em contrastes do socialmente correcto e incorrecto, do standard e da atitude desviante, do académico e das imagens realistas. E o veículo de todo esse contraste é uma única mulher possuidora de um olhar cru, vítima da sua própria frustração, da tentativa de chegar a um patamar mais alto em vista do seu talento, uma mulher egoísta, mas ao mesmo tempo muito carente. Isabelle Huppert é o seu nome e mereceu garantidamente a Palma de Ouro para Melhor Actriz em Cannes.
Michael Haneke tem, ao longo de todo o filme, a câmara praticamente estática e sem ambições de grandes recursos estilísticos ou uma fotografia particularmente limpa. O realizador deixa na tela todos os defeitos da filmagem, dos planos, mas ao mesmo tempo atribui ao A Pianista uma grande coerência, num trabalho propiciador de grandes murros no estômago.
Num dos argumentos mais fortes de sempre, A Pianista é um filme grotesco e brutal, mas profundamente impressionantes, numa tentativa infrutífera de lidar com a sexualidade reprimida ao mesmo tempo que tenta extravasar os seus desejos. Com uma banda sonora brilhante e extremamente erudita, Michael Haneke explora a enfermidade do Eros, numa quase-morte do amor e que não isenta as supostas mentes cultivadas e sociedades refinadas da atrocidade de uma civilização moribunda, quase como se fosse um vírus contagioso.
A lição em A Pianista é dada pelo aluno, numa relação doentia consumada e explorada até ao limite. O final súbito levanta o enigma por detrás da personagem, causando um certo desconforto, à medida que somos confrontados com uma peça musical incompleta, numa determinada tentativa de redenção final.
Realização: Michael Haneke
Argumento: Michael Haneke e Elfriede Jelinek
Elenco: Isabelle Huppert, Annie Girardot e Benoît Magimel
Michael Haneke tem em A Pianista um dos seus filmes mais fascinantes e um dos mais provocantes de sempre. Mais uma vez, o realizador foge do alvo mainstream para revelar um argumento e uma realização sublime e sem grandes artifícios em sentido estético.
A Pianista é uma viagem destrutiva ao universo dos fetiches mais recônditos, como sado-masoquismo ou auto-degradação. De uma forma bastante crua, o realizador balança em contrastes do socialmente correcto e incorrecto, do standard e da atitude desviante, do académico e das imagens realistas. E o veículo de todo esse contraste é uma única mulher possuidora de um olhar cru, vítima da sua própria frustração, da tentativa de chegar a um patamar mais alto em vista do seu talento, uma mulher egoísta, mas ao mesmo tempo muito carente. Isabelle Huppert é o seu nome e mereceu garantidamente a Palma de Ouro para Melhor Actriz em Cannes.
Michael Haneke tem, ao longo de todo o filme, a câmara praticamente estática e sem ambições de grandes recursos estilísticos ou uma fotografia particularmente limpa. O realizador deixa na tela todos os defeitos da filmagem, dos planos, mas ao mesmo tempo atribui ao A Pianista uma grande coerência, num trabalho propiciador de grandes murros no estômago.
Num dos argumentos mais fortes de sempre, A Pianista é um filme grotesco e brutal, mas profundamente impressionantes, numa tentativa infrutífera de lidar com a sexualidade reprimida ao mesmo tempo que tenta extravasar os seus desejos. Com uma banda sonora brilhante e extremamente erudita, Michael Haneke explora a enfermidade do Eros, numa quase-morte do amor e que não isenta as supostas mentes cultivadas e sociedades refinadas da atrocidade de uma civilização moribunda, quase como se fosse um vírus contagioso.
A lição em A Pianista é dada pelo aluno, numa relação doentia consumada e explorada até ao limite. O final súbito levanta o enigma por detrás da personagem, causando um certo desconforto, à medida que somos confrontados com uma peça musical incompleta, numa determinada tentativa de redenção final.
ESPECTACULAR. Vi-o esta tarde e adorei! Mais uma pérola de Haneke (cada vez mais gosto dele)!
ResponderEliminarps: que me dizes de um mês para o realizador? ;)
Flávio Gonçalves,
ResponderEliminarCurioso como ainda há nem há duas horas senti necessidade de vir reler esta crítica! :p Eu sou fascinado por A Pianista, um filme fantástico.
E também já tinha pensado nessa questão: Michael Haneke seria uma excelente escolha!
Grande filme! passa hoje na 2
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