quinta-feira, 6 de agosto de 2009

O Barco do Rock, por Carlos Antunes

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Título original:
The Boat That Rocked
Realização: Richard Curtis
Argumento: Richard Curtis
Elenco: Bill Nighy, Kenneth Branagh, Philip Seymour Hoffman e Tom Sturridge

Never Mind The Hangover, Here's The Boat that rocked!

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É no espírito mais puro de idolatria rock que se sai da melhor comédia do ano.
Inesperada, original, arrojada e hilariante. Nada menos do que isso pode ser dito daquele que é o regresso do melhor Richard Curtis, depois de ter andado perdido entre filmes de permanente citação do seu Four Weddings and a Funeral.

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The Boat that rocked volta com igual sentido de comédia e com igual inovação, com a frescura que surpreendeu há 15 anos atrás e que tem aqui o eco do esperado gargalhar.
Construiu um filme onde transparece o amor pelo rock, pela idade de ouro das rádios piratas e pela britanidade, sem deixar que ele seja palco de um humor singular de inteligente irreverência.

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Mas mesmo isso seria insuficiente não fosse a precisão do elenco que assenta que nem uma luva às brilhantes personagens, todas elas distintas e ricas no seio do que, na essência, é um retrato de grupo.
Os destaques, que não poderiam deixar de existir, vão para Seymour Hoffman com o seu extravagante e carismático The Count e para Nighy, que com o seu talento e pouco mais - um maneirismo dos dedos e algumas cenas soltas - compõe uma daquelas personagens absolutamente geniais e inesquecíveis - aliás, se retirarem a composição de Nighy a Love Actually ficarão com um filme perfeitamente banal.

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Aliás, são eles os dois que dão qualidade e riqueza a uma cena que exemplifica perfeitamente aquilo que o filme nos faz (e bem!).
A cena onde pela primeira vez a "f word" vai ser proferida na rádio dá azo a um degladiar arisco e bem humorado entre eles que termina numa profunda e desavergonhada gargalhada, de quem está satisfeito por ter sido levado no jogo.
As expectativas do espectador são de tal forma levadas ao extremo apenas para serem depois roubadas que é impossível conter o riso.
Magistral o domínio de Curtis do humor, bem como a sua invenção destas situações.

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No final - que se rende à emotividade, verdade seja dita - o espectador não deixa de rever as cenas e as tiradas que ficam indelevelmente marcadas e que reiteram o riso mesmo nessa revisão.
Um filme surpreendente e memorável.



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