Título original: Los abrazos rotos
Realização: Pedro Almodóvar
Argumento: Pedro Almodóvar
Elenco: Penélope Cruz, Lluís Homar, Blanca Portillo e José Luis Gómez
Abraços Desfeitos, no que à paixão pelo Cinema diz respeito, rima bem com Sacanas sem Lei.
E mais do que isso, ambos os filmes rimam ao mostrarem os seus realizadores à procura de uma nova expressão para o seu cinema, mesmo que em território familiar.
A espera deverá valer a pena em ambos os casos, mesmo que nos custe um pouco ter de, no processo, ver um filme menos satisfatório.
Abraços Desfeitos é o mais satisfatório filme de Almodóvar desde Hable con ella, o que não é o mesmo que dizer que o realizador esteja de regresso ao seu melhor.
Verdade seja dita, não fosse pelas inúmeras referências e sub-intrigas ligadas ao Cinema e estaríamos perante um retorno banal ao melodrama que Almodóvar já fez melhor e que perde largamente se o compararmos com os mestres do género que ele invoca.
Verdade seja dita, não fosse pelas inúmeras referências e sub-intrigas ligadas ao Cinema e estaríamos perante um retorno banal ao melodrama que Almodóvar já fez melhor e que perde largamente se o compararmos com os mestres do género que ele invoca.
Mas Almodóvar está aqui - ainda que por via do cliché do realizador cego - a declarar a sua paixão, a sua forma de idolatrar o cinema que o influencia, da imagem do mesmo, mas também do som e do tom que uma cena acarreta consigo.
Trata-se, no final, da salvação pelo Cinema, porque um filme é como uma missão, a acabar a qualquer custo e contra todos os contratempos.
Trata-se, no final, da salvação pelo Cinema, porque um filme é como uma missão, a acabar a qualquer custo e contra todos os contratempos.
Para lá disso, é Almodóvar contra o passado, como já sabemos que é a sua catárse.
Não é novo em Almodóvar, e por isso mesmo o que lhe dá gosto é vê-lo a incluir a frescura de uma metalinguagem no seu cinema.
E isto ainda que esta metalinguagem não seja, por si mesma, verdadeiramente original.
Não é novo em Almodóvar, e por isso mesmo o que lhe dá gosto é vê-lo a incluir a frescura de uma metalinguagem no seu cinema.
E isto ainda que esta metalinguagem não seja, por si mesma, verdadeiramente original.
Almodóvar continua a dar mostras da sua evolução como cinematógrafo, enriquecendo a sua paleta e a sua composição - algo que já víamos em Volver - mas como argumentista parece um pouco preso, deixando muito material supérfulo à solta no filme.
O mais exemplar desse material supérfulo é a cena do "filme dentro do filme" que está guardada para o final. A sua intenção era a de nos dar a ver como a escolha das cenas na montagem revivem ou matam um filme, mas para isso faltou mostrar-nos verdadeiramente o resultado antes da salvação do filme.
O mais exemplar desse material supérfulo é a cena do "filme dentro do filme" que está guardada para o final. A sua intenção era a de nos dar a ver como a escolha das cenas na montagem revivem ou matam um filme, mas para isso faltou mostrar-nos verdadeiramente o resultado antes da salvação do filme.
Abraços Desfeitos, no que à paixão pelo Cinema diz respeito, rima bem com Sacanas sem Lei.
E mais do que isso, ambos os filmes rimam ao mostrarem os seus realizadores à procura de uma nova expressão para o seu cinema, mesmo que em território familiar.
A espera deverá valer a pena em ambos os casos, mesmo que nos custe um pouco ter de, no processo, ver um filme menos satisfatório.
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