
Título original: Volver
Realização: Pedro Almodóvar
Argumento: Pedro Almodóvar
Elenco: Penélope Cruz, Carmen Maura, Lola Dueñas, Blanca Portillo e Chus Lampreave
Admirável é a palavra que melhor descreve o inegável amor que Almodóvar tem pelas mulheres e que tão eloquentemente demonstra em Volver.
Não só um amor físico - visual, entenda-se - mas também um amor terno por aquilo que as mulheres são e conseguem em grupo intímo.
Almodóvar demonstra esse amor com o filme onde o seu virtuosismo mais desabrochou.
A composição dos seus planos, a riqueza da sua paleta, tudo isso parece ter-se cristalizado no ponto perfeito para acarinhar o magnífico elenco feminino que ele convocou.

E, no entanto, Volver surge saturado dos mesmos temas e das mesmas manias que Almodóvar sempre teve.
Ao contrário da sua veia de cineasta, a sua veia de argumentista não faz jus a estas mulheres.
Almodóvar parece constrangido a "fazer de Almodóvar", parece obrigado a mostrar as suas marcas reconhecíveis.
Ao contrário da sua veia de cineasta, a sua veia de argumentista não faz jus a estas mulheres.
Almodóvar parece constrangido a "fazer de Almodóvar", parece obrigado a mostrar as suas marcas reconhecíveis.

Por isso mesmo o filme parece partido em dois.
Entre o melodrama do início e a comédia de mulheres, costumes e fantasmas da segunda metade parece haver uma curva-surpresa indefinível mas percepeptível que leva o filme de um ponto ao outro dos "géneros de Almodóvar".
Será verdade que cada um dos géneros se insinua no outro, mas parecem esbater-se na fronteira de uma certa falsidade, sem realmente se tocarem a fundo.
Entre o melodrama do início e a comédia de mulheres, costumes e fantasmas da segunda metade parece haver uma curva-surpresa indefinível mas percepeptível que leva o filme de um ponto ao outro dos "géneros de Almodóvar".
Será verdade que cada um dos géneros se insinua no outro, mas parecem esbater-se na fronteira de uma certa falsidade, sem realmente se tocarem a fundo.

A cena em que Penélope Cruz canta é exemplar a ambos os níveis.
A sua presença justificasse apenas pela vontade de Almodóvar dar conta da sua "imagem de marca".
Mas a sua inutilidade é rapidamente superada pela sua falsidade, na risível e imprecisa correspondência dos movimentos dos lábios com a letra cantada.
A sua presença justificasse apenas pela vontade de Almodóvar dar conta da sua "imagem de marca".
Mas a sua inutilidade é rapidamente superada pela sua falsidade, na risível e imprecisa correspondência dos movimentos dos lábios com a letra cantada.

Mas por entre tudo isso, as mulheres, sempre as mulheres, vão salvando o filme.
O elenco, magnífico repito, arrebata o filme com o seu inegável talento.
Várias gerações ali unidas extraindo umas às outras o que de melhor cada uma tem para oferecer ao Cinema.
No fundo, unidas em película como imaginamos estarem as mulheres unidas pelo bem comum da família e da aldeia das suas origens, que Almodóvar quis recordar.
O elenco, magnífico repito, arrebata o filme com o seu inegável talento.
Várias gerações ali unidas extraindo umas às outras o que de melhor cada uma tem para oferecer ao Cinema.
No fundo, unidas em película como imaginamos estarem as mulheres unidas pelo bem comum da família e da aldeia das suas origens, que Almodóvar quis recordar.
![[3.png]](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKdElDo5y-zrBfI0MM5kyqk_oJPA56yGfqvNNaUJRwkmRIPhBTVRW_0gksO0Uaf9cZyvDSmGTGT4itL_xqobvJtG5bCxxHkVjqdFHTRXbW8IXC-lkYY4c0JiFN_N6-o-k4USY5ZHQ5XzCH/s1600/3.png)

é um bom filme do Almodovar.
ResponderEliminare tenho d admitir que Penelope esta formidável.
:)