Elenco: Cecilia Roth, Marisa Paredes, Candela Peña, Antonia San Juan, Penélope Cruz, Toni Cantó e Eloy Azorín
Tudo Sobre a Minha Mãe a par de Carne trémula (1997), marca o amadurecimento de Pedro Almodóvar como realizador e argumentista. Se em alguns dos seus títulos anteriores notávamos que tudo o que ele fazia era limitado por algum exagero despropositado, aqui o cineasta amadurece a sua paixão pelo Cinema e a sua noção de cinéfilo.
Não quero com isto dizer que Almodóvar omite aqui a sua imagem de marca. Tudo Sobre a Minha Mãe é um dos filmes mais almodovarianos, dedicando-o à figura da Mãe e da Mulher, e homenageando obras como Um Eléctrico Chamado Desejo e ícones do cineasta, como Bette Davis. Não é à toa que o filme tem este título: uma alusão a All About Eve.
Aqui, Pedro Almodóvar recupera a personagem Manuela, que foi interpretada por Kiti Manver em La flor de mi secreto (1995). Mas agora é Cecilia Roth quem brilha, graças à sua pujante (e simultaneamente) delicada interpretação e também ao excelente argumento que trabalhou essencialmente na construção das personagens. É uma actriz que revela a dedicação de uma mãe para com um filho, mesmo após a morte. É uma mãe que trabalha toda a vida, com um objectivo. É uma mãe que morre no início do filme, para depois renascer no fim.
Tudo Sobre a Minha Mãe é uma mistura de comédia screwball com melodrama. É uma mistura entre o estilo movida tão conhecido do cineasta e um estilo posterior a esse. Mas apesar deste amadurecimento surge igualmente a mesma alma de Almodóvar, a mesma extravagância e exibicionismo, o mesmo desfile de personagens atípicas (freiras pecadoras, transexuais, toxicodependentes...), as mesmas cores berrantes e a paixão pelo Cinema, contrabalançadas pelo mesmo sentido de humor crítico.
No elenco, além da já referida Cecilia Roth, temos também excelentes desempenhos de Marisa Paredes, Penelope Cruz e Antonia San Juan, na habitual teia de relações entre personagens. A banda sonora de Alberto Iglesias que já trabalhou com o realizador em La flor de mi secreto (1995), Carne trémula (1997), Hable con ella (2002), La mala educación (2004), Volver (2006) e Los abrazos rotos (2009), é igualmente rica, remetendo para o universo kitsch de Almodóvar. Outro ponto a destacar é o trabalho do director de fotografia Affonso Beato (La flor de mi secreto e Carne Trémula), mas também a montagem, a composição, a passagem do tempo ou o ponto de vista interno do narrador.
Tudo Sobre a Minha Mãe é provavelmente o melhor trabalho de Pedro Almodóvar (ou um dos melhores), um renascimento interior, um amadurecimento, uma reflexão e acima de tudo uma grande homenagem ao lugar-comum em que as mulheres existem para serem tornadas filme.
Tudo Sobre a Minha Mãe a par de Carne trémula (1997), marca o amadurecimento de Pedro Almodóvar como realizador e argumentista. Se em alguns dos seus títulos anteriores notávamos que tudo o que ele fazia era limitado por algum exagero despropositado, aqui o cineasta amadurece a sua paixão pelo Cinema e a sua noção de cinéfilo.
Não quero com isto dizer que Almodóvar omite aqui a sua imagem de marca. Tudo Sobre a Minha Mãe é um dos filmes mais almodovarianos, dedicando-o à figura da Mãe e da Mulher, e homenageando obras como Um Eléctrico Chamado Desejo e ícones do cineasta, como Bette Davis. Não é à toa que o filme tem este título: uma alusão a All About Eve.
Aqui, Pedro Almodóvar recupera a personagem Manuela, que foi interpretada por Kiti Manver em La flor de mi secreto (1995). Mas agora é Cecilia Roth quem brilha, graças à sua pujante (e simultaneamente) delicada interpretação e também ao excelente argumento que trabalhou essencialmente na construção das personagens. É uma actriz que revela a dedicação de uma mãe para com um filho, mesmo após a morte. É uma mãe que trabalha toda a vida, com um objectivo. É uma mãe que morre no início do filme, para depois renascer no fim.
Tudo Sobre a Minha Mãe é uma mistura de comédia screwball com melodrama. É uma mistura entre o estilo movida tão conhecido do cineasta e um estilo posterior a esse. Mas apesar deste amadurecimento surge igualmente a mesma alma de Almodóvar, a mesma extravagância e exibicionismo, o mesmo desfile de personagens atípicas (freiras pecadoras, transexuais, toxicodependentes...), as mesmas cores berrantes e a paixão pelo Cinema, contrabalançadas pelo mesmo sentido de humor crítico.
No elenco, além da já referida Cecilia Roth, temos também excelentes desempenhos de Marisa Paredes, Penelope Cruz e Antonia San Juan, na habitual teia de relações entre personagens. A banda sonora de Alberto Iglesias que já trabalhou com o realizador em La flor de mi secreto (1995), Carne trémula (1997), Hable con ella (2002), La mala educación (2004), Volver (2006) e Los abrazos rotos (2009), é igualmente rica, remetendo para o universo kitsch de Almodóvar. Outro ponto a destacar é o trabalho do director de fotografia Affonso Beato (La flor de mi secreto e Carne Trémula), mas também a montagem, a composição, a passagem do tempo ou o ponto de vista interno do narrador.
Tudo Sobre a Minha Mãe é provavelmente o melhor trabalho de Pedro Almodóvar (ou um dos melhores), um renascimento interior, um amadurecimento, uma reflexão e acima de tudo uma grande homenagem ao lugar-comum em que as mulheres existem para serem tornadas filme.
Classificação:
Gostei bastante do filme, mas parece que gostaste ainda mais ;) Para mim os melhores de Almodóvar (dos que vi) são: EM CARNE VIVA, FALA COM ELA e MÁ EDUCAÇÃO.
ResponderEliminarCumps.
Roberto Simões
CINEROAD - A Estrada do Cinema
Roberto F. A. Simões,
ResponderEliminarÉ o filme mais genuíno de Almodóvar! É o mais rico, o mais marcante e amadurecido... Obviamente que tudo isto é a minha opinião. Abaixo deste estão os que referiste. :)
É um filme marcante de Almodóvar. Certamente que está no meu Top 5 das preferências que tenho do espanhol.
ResponderEliminarAbraço.
É um filme marcante de Almodóvar. Certamente que está no meu Top 5 das preferências que tenho do espanhol.
ResponderEliminarAbraço.