Título original: The Damned United
Realização: Tom Hooper
Argumento: Peter Morgan e David Peace
Há quanto tempo se esperava por um filme sobre futebol que tratasse com tanta riqueza os seus personagens?
Há quanto tempo se esperava por um filme de futebol que não se esgotasse no mero truque ilusivo de jogadas coreografadas?
Pois bem, The Damned United é esse filme.
Há quanto tempo se esperava por um filme de futebol que não se esgotasse no mero truque ilusivo de jogadas coreografadas?
Pois bem, The Damned United é esse filme.
O futebol é aqui um combustível de paixões, como na vida real pois claro, que afecta um homem em particular.
Esse homem é Brian Clough, um homem que é movido pelas mais Shakespearianas motivações, um ego magoado e uma sede de validação acima de tudo perante si mesmo.
Esse homem é Brian Clough, um homem que é movido pelas mais Shakespearianas motivações, um ego magoado e uma sede de validação acima de tudo perante si mesmo.
Só que não há forma de Brian Clough provar o valor a si mesmo senão por demonstrá-lo primeiro a todos os outros.
Ele, um alegre e simpático treinador da segunda divisão que se prepara como um fã obsessivo para receber o Leeds na "festa da Taça", e que se julga afrontado com o homem que o derrota - embora a derrota seja o menor dos males.
A vingança que ele elabora é aquilo que o torna uma figura tão mesquinha quanto grandiosa.
Ele leva a sua pequena equipa ao topo do futebol, subindo de divisão e acabando por ganhar o campeonato que ninguém conseguia retirar ao Leeds.
Ele, um alegre e simpático treinador da segunda divisão que se prepara como um fã obsessivo para receber o Leeds na "festa da Taça", e que se julga afrontado com o homem que o derrota - embora a derrota seja o menor dos males.
A vingança que ele elabora é aquilo que o torna uma figura tão mesquinha quanto grandiosa.
Ele leva a sua pequena equipa ao topo do futebol, subindo de divisão e acabando por ganhar o campeonato que ninguém conseguia retirar ao Leeds.
Tudo para afrontar o treinador que, na sua visão, se recusara a cumprimentá-lo.
É um choque de egos, mais do que de equipas, um choque que leva Brian Clough a arriscar a parceria que o tornara grande para treinar o Leeds e substituir, no afecto dos adeptos, o nome do seu antecessor e rival pelo seu.
Assim assume a personalidade do arrogante, só contra o mundo, que temerariamente assume conseguir mais do que os restantes.
Daí que o seu reinado de 44 infelizes e derrotados dias seja o retrato da sua queda, mas também da sua aprendizagem, aquela que o restituiu à realidade e que o haveria de tornar num dos melhores treinadores ingleses de todos os tempos.
É um choque de egos, mais do que de equipas, um choque que leva Brian Clough a arriscar a parceria que o tornara grande para treinar o Leeds e substituir, no afecto dos adeptos, o nome do seu antecessor e rival pelo seu.
Assim assume a personalidade do arrogante, só contra o mundo, que temerariamente assume conseguir mais do que os restantes.
Daí que o seu reinado de 44 infelizes e derrotados dias seja o retrato da sua queda, mas também da sua aprendizagem, aquela que o restituiu à realidade e que o haveria de tornar num dos melhores treinadores ingleses de todos os tempos.
Michael Sheen interpreta Brian Clough com a sua habitual intensidade, como quem não sabe senão dar vida absoluta às suas criações.
Ele apaga-se quando se torna numa nova personagem, mas é impossíel imaginar qualquer outro actor no seu lugar.
Isso torna-o tão indispensável a um projecto como este. É ele que faz Brian Clough a personagem que verdadeiramente queremos ver na tela.
Claro que ter a contracenar consigo dois actores que sem esforço nenhum demonstram igual talento, Colm Meaney e Timothy Spall, ajuda ainda mais ao resultado final.
Ele apaga-se quando se torna numa nova personagem, mas é impossíel imaginar qualquer outro actor no seu lugar.
Isso torna-o tão indispensável a um projecto como este. É ele que faz Brian Clough a personagem que verdadeiramente queremos ver na tela.
Claro que ter a contracenar consigo dois actores que sem esforço nenhum demonstram igual talento, Colm Meaney e Timothy Spall, ajuda ainda mais ao resultado final.
Um drama onde o futebol ganha vida, talvez o filme para conciliar o público que enche os estádios com o cinema e o público que enche as salas com a essência do futebol.
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