Realização: Martin Scorsese
Argumento: Jay Cocks
Elenco: Leonardo DiCaprio, Daniel Day-Lewis, Cameron Diaz e John C. Reilly
Talvez o maior defeito de todos em Gangs de Nova Iorque seja a ambição. É sem sombra de dúvidas, uma obra poderosa, um óptimo filme, mas não uma obra-prima. Fruto de uma produção polémica, o resultado de Gangs of Nova Iorque acaba por deixar um travo amargo no espectador. A verdade é que tal gosto repercutiu-se na Academia que, das 11 estatuetas douradas para as quais nomeou o filme, não entregou nenhuma.
Contudo, o que se confirma e muito bem na película, é a exímia capacidade Martin Scorsese, em reconstituir épocas. Aqui, vemo-nos subitamente no seio dos primórdios do nascimento dos Estados Unidos, nas batalhas carnais, cruéis e inter-geracionais entre os americanos e os irlandeses que chegavam de barco, no fim do século XIX. São lutas de gangs ferozes, de homens e mulheres de ambição e poder. É uma luta complexa e muito bem filmada, sem meias medidas, selvagem e dura. É Martin Scorsese visceral e ciente da violência que apresenta. É uma fúria de linguagem clássica, mas simultaneamente reinventada.
O poder do filme faz-se sentir sobretudo devido às soberbas interpretações de Leonardo DiCaprio e Daniel Day-Lewis. Monumentais desempenhos, uma ode à liberdade e ao poder, à mitologia fundadora de uma nação. Um herói idealista e um dos melhores vilões da década. Infelizmente, Cameron Diaz apresenta-se um erro de casting e é uma mácula na superioridade deste elenco.
Tecnicamente, Gangs de Nova Iorque é mais um grande filme. Ou não fosse Martin Scorsese reunir-se de novo com uma grande equipa. Michael Ballhaus na fotografia, Sandy Powell no guarda-roupa, Dante Ferretti na direcção artística, Francesca Lo Schiavo na decoração dos cenários, Thelma Schoonmaker na montagem e Howard Shore na banda sonora. Os habituais companheiros do cineasta nova-iorquino e que sempre têm garantido um nível técnico excelso nas obras de Martin Scorsese. Destaque ainda para a canção The Hands That Built America, um magnífico tema de encerramento.
Contudo, Gangs de Nova Iorque não é a obra-prima que ambicionava ser. Produção megalómana, perde-se no meio dos efeitos visuais e dos grandes cenários, perdendo para o argumento que se arrasta em dadas alturas e que resulta num ritmo inconstante e inconsequente. A larga duração também não ajuda, juntamente com uma visão demasiado caricatural de algumas personagens, proporcionando determinadas acções forçadas. Mesmo assim, apesar de não ser o seu melhor, o filme acaba por confirmar o estatuto superior de Martin Scorsese.
Contudo, o que se confirma e muito bem na película, é a exímia capacidade Martin Scorsese, em reconstituir épocas. Aqui, vemo-nos subitamente no seio dos primórdios do nascimento dos Estados Unidos, nas batalhas carnais, cruéis e inter-geracionais entre os americanos e os irlandeses que chegavam de barco, no fim do século XIX. São lutas de gangs ferozes, de homens e mulheres de ambição e poder. É uma luta complexa e muito bem filmada, sem meias medidas, selvagem e dura. É Martin Scorsese visceral e ciente da violência que apresenta. É uma fúria de linguagem clássica, mas simultaneamente reinventada.
O poder do filme faz-se sentir sobretudo devido às soberbas interpretações de Leonardo DiCaprio e Daniel Day-Lewis. Monumentais desempenhos, uma ode à liberdade e ao poder, à mitologia fundadora de uma nação. Um herói idealista e um dos melhores vilões da década. Infelizmente, Cameron Diaz apresenta-se um erro de casting e é uma mácula na superioridade deste elenco.
Tecnicamente, Gangs de Nova Iorque é mais um grande filme. Ou não fosse Martin Scorsese reunir-se de novo com uma grande equipa. Michael Ballhaus na fotografia, Sandy Powell no guarda-roupa, Dante Ferretti na direcção artística, Francesca Lo Schiavo na decoração dos cenários, Thelma Schoonmaker na montagem e Howard Shore na banda sonora. Os habituais companheiros do cineasta nova-iorquino e que sempre têm garantido um nível técnico excelso nas obras de Martin Scorsese. Destaque ainda para a canção The Hands That Built America, um magnífico tema de encerramento.
Contudo, Gangs de Nova Iorque não é a obra-prima que ambicionava ser. Produção megalómana, perde-se no meio dos efeitos visuais e dos grandes cenários, perdendo para o argumento que se arrasta em dadas alturas e que resulta num ritmo inconstante e inconsequente. A larga duração também não ajuda, juntamente com uma visão demasiado caricatural de algumas personagens, proporcionando determinadas acções forçadas. Mesmo assim, apesar de não ser o seu melhor, o filme acaba por confirmar o estatuto superior de Martin Scorsese.
De acordo com o escrito. Parece-me que Scorsese tentou ser demasiado ambicioso e não foi assim tão bem sucedido (diria que se sucedeu o mesmo com The Aviator). Não obstante este facto, oferece-nos uma obra bastante agradável e dotada, como vem sendo hábito, de grandes interpretações.
ResponderEliminarAbraço
Fifeco,
ResponderEliminarÉ isso mesmo, é um filme menos bom comparado com outros da sua filmografia.
Fifeco,
ResponderEliminarÉ isso mesmo, é um filme menos bom comparado com outros da sua filmografia.